sábado, 13 de abril de 2019

Babysitting

Manuela não parava de chorar. Sua irmã estava louca ao escalá-lo para cuidar da bebê. Ele já havia checado a fralda, tentado dar mamadeira mas nada de sua sobrinha/afilhada parar de chorar. Ele já estava sem ideias do que fazer para acalmá-la. Tom sentou no sofá frustrado com a bebê no seu braço. Ele realmente não estava pronto para ser pai, e aquele momento de derrota era a prova disso. Tom pegou o celular e foi checar as mensagens no WhatsApp, ignorando o choro da sobrinha. Ele passou pela última mensagem de sua namorada, Cheryl. Era de 6 horas atrás, na qual ela dizia que estava a caminho de casa. Porque ele não se importou em responder ele não sabia. Ele não sabia ser um bom namorado, na verdade se ele tinha certeza de uma coisa é que ele era péssimo em relacionamentos. Tom percebeu que Cheryl deixou de se importar com a falta de atenção da sua parte. O que era pra ser um alívio, na verdade o chateava, saber que sua namorada aprendeu a se contentar com pouco. Ele sem pensar ligou pra ela. Cheryl atendeu quase no último toque.
"Oi." Cheryl falou como se tivesse sido interrompida no meio de algo.
"Oi. Chegou bem?" Ele perguntou ignorando que ela já havia informado isso horas atrás.
"O quê?" Cheryl encostou o telefone melhor no ouvido. "Sua sobrinha ta com você?"
"Ta. Os berros dela já estão impossíveis de ignorar. A minha irmã deixou ela comigo e honestamente eu não sei mais o que fazer." Tom desabafou.
"Já tentou ligar pra sua irmã?" Cheryl sugeriu.
"Não. Eu não quero estragar a noite dela." Tom descartou a ideia.
"Humm... e a sua..."
"Você pode vir aqui?" Tom interrompeu a morena.
"Tem certeza?" Cheryl perguntou incerta.
"Por que eu não teria?" Tom retrucou confuso.
"Sei lá."
"Então você vai vir?" Tom perguntou já impaciente com a hesitação da menina.
"Vou." Cheryl concordou, por fim.
"Ok, vou deixar avisado aqui embaixo. Pode subir direto." Ele comunicou.
"Ta bom, daqui a pouco eu to aí." E com isso a ligação encerrou.
Depois de algum tempo Cheryl chegou. Tom abriu a porta para recebê-la e a cumprimentou com um beijo nos lábios. Agora que ela estava ali, ele se sentia melhor.
"A Manu ainda ta chorando?" Cheryl disse ao ouvir os berros da menina.
"Ela não para por nada." Tom respondeu guiando ela pro quarto onde ele tinha deixado a bebê.
"O que o seu dindo fez com você?" Cheryl falou quando viu a bebê, virando pra olhar pro Tom que deu um sorriso pra ela, se divertindo com a brincadeira.
Cheryl pegou a bebê nos braços e trouxe para si.
"Tom, ela ta quente. Ela deve ta com febre." Cheryl avisou balançando ela nos braços.
"Quente? Como eu não percebi isso antes?" Ele levou a mão a testa preocupado.
"Você tem um termômetro?" Cheryl perguntou tentando acalmar a neném.
"Tenho, já volto." Tom correu pra buscar o termômetro e voltou. Quando ele chegou, sua sobrinha já não estava mais chorando. Que mágica Cheryl tinha feito, ele não sabia.
"Como?" Ele perguntou incrédulo.
"Eu tenho um irmão mais novo." Cheryl respondeu como se não fosse grande coisa. "Cadê o termômetro?"
"Aqui." Tom entregou a ela.
Cheryl deitou Manuela na cama com cuidado e posicionou o termômetro com cuidado, segurando seu braço para não sair do lugar.
Tom olhava a cena surpreso. Cheryl realmente tinha jeito com crianças. Ele sabia que ela era uma boa irmã, mas não imaginava que era tão dotada assim com crianças.
"Ela ta com 38,2." Cheryl informou.
"É melhor levar ela pro médico, né?"
"Você pode, mas eu acho que só o antitérmico basta. Crianças nessa idade tem febre o tempo todo. Se amanhã ela amanhecer febril, você leva, ou a sua irmã." Cheryl explicou.
"Tem certeza?" Tom perguntou receoso.
"Se levar ela pro médico vai te dar paz de espírito, então leva. Mas o médico vai falar pra você fazer a mesma coisa que eu falei."
"Ta bom, eu vou ver o que eu tenho aqui."
Tom foi na cozinha e entegou o remédio a Cheryl, que diluiu com cuidado na água e deu pra Manuela numa colher. Apesar de relutante, Cheryl conseguiu que a menina engolisse o remédio.
"Ela deve ta me odiando agora por ter feito ela tomar essa coisa ruim." Cheryl disse balançando a bebê que tinha voltado a chorar.
"É impossível te odiar." Tom retrucou pegando a mãozinha da afilhada e beijando."Desculpa ter te deixado desconfortável por tanto tempo." Ele disse a sobrinha.
"Ela sabe que o tio é enrolado mas tem boas intenções." Cheryl brincou.
"Que bom que você ta aqui." Ele disse sinceramente, dando um selinho longo na namorada e sendo interrompido pela bebê puxando o cabelo da Geordie. Os dois riram.
"Ela ficou com ciúmes do dindo!" Cheryl disse carinhosamente.
"Ela sabe que tem espaço para as duas no meu coração." Tom disse amorosamente para a namorada.


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