quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Baby, come back to me

Joe e Margot estavam dando uns amassos no sofá da casa dele, quando a campainha tocou.

"Deve ser a pizza."

"O que eu quero comer é outra coisa.", disse Margot com um sorriso malicioso.


Ele sorriu de volta um pouco sem graça e foi atender a porta. Para a sua surpresa, era Taylor com lágrimas nos olhos.

"Volta pra mim, por favor. Eu preciso de você."

Ele olhou assustado para ela, depois olhou para trás e gritou:

"Já volto!"

Joe fechou a porta atrás dele e perguntou preocupado:

"O que houve? Aconteceu alguma coisa?"

"Meu tio. Ele ta doente...", ela mal conseguiu responder.

"Taylor... Eu não sei o que dizer."

Os dois se abraçaram e ela disse de olhos fechados:

"Eu preciso de você, Joe. Eu não vou conseguir enfrentar isso sozinha. Eu não queria fazer isso. Você sabe que eu sou muito orgulhosa. Mas acontece que eu te amo mais do que o meu próprio orgulho."

"Taylor..." Ele desfez o abraço e colocou as mãos no ombro dela, "eu nunca te trai, você precisa acreditar em mim. Eu nunca beijei a Margot enquanto eu estava com você."

"Eu não sei.", Taylor olhou para baixo.

"Você sabe, Taylor. Você sabe. Eu nunca faria isso com você."

"Então volta pra mim."


Ele olhou para ela indeciso. Taylor tinha os seus defeitos, claro, mas era uma mulher incrível. Carinhosa, sempre presente, não importava a situação, fofa, engraçada, sexy. Ele secou uma lágrima do rosto dela e disse triste:

"Eu não posso."

"Eu não acredito que você vai jogar tudo o que a gente teve por causa da Margot. Ela nem gosta de você. Ela só queria um homem, não importa qual fosse. Como o Wade não quis, ela foi pra cima de você."

"Não fala assim dela."

"Eu falo dessa piranha como eu quiser! Ela roubou você de mim!"

"Taylor, olha pra mim. Olha pra mim. Eu realmente sinto muito sobre o seu tio e no que você precisar, eu estarei aqui por você, de verdade, mas dessa vez como amigo. Não importa o término, nem nada. O carinho e o amor que eu sinto por você são o mesmo."

"Eu não acredito que eu vim aqui fazer papel de boba de novo. Seja feliz com a Margot. Espero que ela te faça feliz."

"Taylor, não vai embora assim. Por favor!"

Mas Taylor foi. Ele a viu desaparecer e, então, entrou em casa. Margot, que havia visto toda aquela cena patética por detrás das cortinas, correu rapidamente para o sofá e fingiu que estava no celular.

"O que foi? Quem era?"

"Era a Taylor."

"E o que ela queria?"

"Ela pediu pra gente voltar. Disse que o tio ta doente.", respondeu Joe, que sabia que Margot havia espiado tudo.

"Nossa, o tio dela ta doente e ela vem fazer chantagem emocional pra você voltar com ela? Gente, a Taylor é perturbada."

"Acho que ela ta se sentindo sozinha. Não é fácil lidar com doença na família.", o loiro falou soturno. 

"Bem, de qualquer forma, a Taylor é muito dramática. Ela sabe fazer uma cena."

"O tio dela ta doente, Margot!"

"Eu sei! Mas o que você pode fazer?"

Ele ficou quieto e sentou. A verdade é que ele ainda se preocupava com Taylor e a achava muito frágil para lidar com todas essas coisas sozinha. Margot, então, se sentou no colo dele, virada para ele.

"Desculpa! Eu não quero parecer insensível, mas é que acabou que eu escutei tudo e achei que ela jogou muito sujo falando do Wade. Não foi nada daquilo que ela disse. Você sabe que eu só tenho olhos pra você.", a loira falou, fazendo carinho no cabelo do namorado.


"Eu sei!", ele botou os braços em volta da cintura de Margot.

Os dois, então, começaram a se beijar carinhosamente, enquanto, não muito longe dali, vagava uma Taylor solitária e chorosa pela noite. 

Até que a morte nos separe


Antonella acordou atordoada. Ela olhou o relógio. Já eram 3h da manhã. Meu Deus, ela havia dormido muito. O que aconteceu com as crianças? E a Joy? Ela desceu rapidamente as escadas e deu de cara com uma figura de costas, sentada no sofá, assistindo tv e dando de mamar para o seu bebê. Ela conhecia bem aquela figura mesmo de costas. Era Andrew. Ela esfregou os olhos para ver se estava enxergando bem. Andrew continua lá, sem se dar conta da presença dela. Ele resmungava bem baixinho para o nenê, inconformado de que Michael havia ganhado uma rosa de Lorene. Antonella, tentando entender tudo aquilo, se lembrou, de repente, de que realmente o ex-marido estava lá. John havia viajado à negócios, deixando ela sozinha com as crianças. Não tinha ninguém para ajudá-la. Sua irmã e cunhada já haviam voltado para a Itália e Reino Unido, respectivamente. Ela estava virada praticamente por duas noites, pois Joy ficava acordada a madrugada inteira e quando finalmente a menina dormia lá pelas 6h da manhã, Asa e Crystall estavam prestes a se levantarem. Vendo que a mãe não estava conseguindo dar conta de tudo aquilo sozinha, depois do ataque que ela deu no café da manhã com os dois, só porque ela pisou numa peça de lego no corredor, Asa decidiu chamar o pai para ajudar nas coisas. Ao chegar, Andrew encontrou Antonella meio acordada, meio dormindo, secando os pratos. Ele direcionou ela para cama, que o seguiu sem reclamar, e desde então, passou o resto do dia lá, repondo as energias.
Depois de colocá-la na cama, Andrew assumiu todas as tarefas da casa, além de ter uma conversa com as duas crianças sobre a importância delas começarem a ajudar a mãe em algumas atividades do lar, já que a mesma estava muito sobrecarregada. Ele fez as compras, preparou almoço, lanche e jantar, arrumou a bagunça da casa junto com Asa e Crystall, brincou com eles, ajudou nas lições escolares, como pode, e às 18h começou a cuidar também de Joy, que acordou. Enquanto isso, Antonella dormia pesadamente, sem acordar com um barulho sequer. 
Embora tudo isso pudesse ser deduzido só pelo horário, Antonella não refletia em nada daquilo. Ela só olhava aquela cena: seu ex-marido segurando a filha que ela teve com outro, alimentando aquela menina, brincando com ela. Parecia que o tempo tinha voltado uns 8 anos. Ela já havia encontrado ele naquela mesma situação, só que com Asa, filho dele. Ela ficou paralisada olhando tudo aquilo não se sabe por quanto tempo.