domingo, 29 de agosto de 2021

Bolo, praia e churrasco

Dia 29 de agosto - Aniversário do Vincent. 

"Eu já tô quase em frente a sua porta." Cheryl falou no telefone, equilibrando o grande refratário cheio de pães com variados recheios nas suas mãos.

"Eu já tô indo atender." Amy se apressou e foi até a porta da frente para receber a inglesa. "Cheryl!" A mãe de Vincent tentou não exceder muito o volume da voz para não acordar o garoto.

"Amy! Como vai?" Cheryl abriu seu estimado sorriso.

"Ótima. Deixa eu te ajudar com isso." Amy pegou a travessa da mão da britânica e a guiou até a cozinha.

"E ele?"

"Dormindo ainda. O Adam ocupou ele até tarde da noite. Não acho que vá acordar por si só tão cedo. Quer um cafézinho?"

"Não, obrigada."

"Eu vou fazer um pouco com leite pra você. Calma aí que já vai tá saindo." Amy se ocupou na cozinha preparando o café enquanto conversava com Cheryl.

"Não precisa." A menina riu da gentileza da mãe de Vincent.

"Claro que precisa. Você acordou muito cedo. Deve tá morrendo de sono."

"Nem tanto. Eu dormi cedo ontem pra tá bem disposta pro grande dia do Vincent."

"Fez bem. Meninas da sua idade tem que dormir bastante."

"Cheryl já tá aqui?" Perguntou, Adam, descendo as escadas com sua namorada Renata vindo logo atrás.

"Sim, pet!" Cheryl respondeu, pegando o copo de café com leite, sendo entregue pela mãe de Vincent e Adam, com cuidado para não derramar.

"Olha, deixa eu te dizer, acho que o Vincent não tá preparado pra uma manhã de praia hoje. Ele tava um bagaço ontem antes de ir pra cama."

"Eu falei pra fazer você fazer ele dormir um pouco mais tarde e não pra abater o coitado."

"Eles ficaram jogando basquete a noite toda." Renata informou e depois se aproximou da inglesa para cumprimentá-la.

"Damn it, Adam! Um simples favor."

"Que eu cumpri com eficiência. E eu tô aqui inteiro e acordado, não estou?"

"Vamos ver por quanto tempo." Amy debochou do filho para a inglesa.

"Já estão todos aqui?" Antônio perguntou ao escutar várias vozes ao adentrar sua cozinha.

"Não, amor. Só a Cheryl, por enquanto." Amy respondeu seu marido.

"Oi, Cheryl!" Antônio cumprimentou a menina com dois beijos no rosto. "Seus amigos já estão vindo?"

"Sim. E vão trazer o bolo."

"Espero que não demorem. Já tô com fome." Adam reclamou, jogando uma laranja para cima e pegando em seguida.

"Acho que em menos de quinze minutos estão todos aqui." Cheryl informou.

"Já preparou o que vão levar pra praia?" Antônio perguntou para o filho. 

"Já enchi a caixa de isopor de cerveja." Adam retrucou. 

"Cuidado pra não dar mau exemplo aos mais novos, Adam." Antônio falou sério com o filho. 

"Tava zoando. Jamais seria um mau exemplo às crianças." Adam falou debochado, olhando para a Geordie. 

"Não importa. A gente não segue seu exemplo. Seja ele bom ou mau." Cheryl respondeu, atrevida. 

"Faz bem." Antônio apertou o ombro da menina, gentilmente. 

"Eles já tão aqui." A britânica disse ao checar suas mensagens.

"Cheryl, abre pra eles enquanto eu pego as velinhas pra colocar no bolo." Amy abriu os armários da cozinha, procurando velinha e fósforo. 

"Tá bom."

Cheryl abriu a porta e avistou seus amigos chegando em dois carros diferentes.

Lá estavam Tyler, Nico, Hailee, Nadine, Allyson, Niall, Kimberley, Dylan, Shailene e Ansel. 

Tyler e Nico chegaram cantando: "Vamos a la playa oh oh oh, vamos a la playa."

"Shhhh." Cheryl reprimiu os garotos. "Vocês vão acordar o Vincent com essa cantoria."

"E não é pra isso que a gente veio?" Nico indagou. 

"Sim, só que não agora." A britânica mudou sua atenção para a menina do lado. "Ally, leva o bolo pra mãe do Vincent colocar as velinhas." Ela voltou a olhar para os meninos. "Aí sim a gente acorda ele." Cheryl instruiu e os meninos assentiram debochados. 

"Prontinho." Amy disse quando acendeu a última velinha do bolo. "Já podem ir." Ela disse animada. 

Todos entraram no quarto de Vincent fazendo a maior farra e acordando o garoto. 

"Não acredito." Vincent falou, surpreso de ver o grupo de amigos no seu quarto. 

"Parabéns pra você, nessa data querida..." Cheryl começou a cantar enquanto entrava com o bolo do garoto no quarto e todos acompanharam, animadamente. 

Vincent viu a menina se aproximando com o bolo na mão e um sorriso no rosto. Seu rosto iluminado pela luz das velas, naquele quarto escurecido pelas persianas. Sem querer, o garoto sorriu, hipnotizado pela menina que trajava biquíni, short jeans, chinelo e um óculos escuros na cabeça.

A verdadeira visão do paraíso. 

"Faz um pedido." Cheryl falou para o menino, a centímetros de distância dele. 

Você. 

Vincent assoprou as velas e todo mundo comemorou. 

"Aeeew, cara!" Nico se aproximou e deu uma moca no garoto. 

Cheryl entregou o bolo de cenoura para a mãe de Vincent levar para cortar e todos aproveitaram para cumprimentar o garoto. Quando foi a vez da Geordie, eles apenas deram high five com as duas mãos erguidas e depois ficaram se olhando por um momento. As mãos se fechando naturalmente, enquanto se comunicavam um com o outro apenas com o olhar. 

"Mais um, Vincent." A britânica finalmente falou. 

"Mais um." Vincent repetiu. 

As mãos dos dois foram descendo até se soltarem uma da outra. Cheryl, então, jogou os braços em volta do amigo e o abraçou. 

"Feliz aniversário, idiota."

"Obrigado, cabeça de vento." Vincent respondeu, sentindo a pele nua das costas menina contra a palma da sua mão. 

"Parabéns, Vincent." Renata desejou, assumindo o lugar de Cheryl em seus braços. 

Em seguida, todos tomaram café da manhã juntos e seguiram para a praia. Os pais do garoto, que a princípio ficariam em casa, esperando a galera voltar, acabaran indo para a praia também por insistência da Geordie. 

Na praia, seu primo Billy, apareceu com Lana para a comemoração. 

Vincent já estava a par do relacionamento dos dois, mas ainda assim se surpreendeu ao ver a menina com ele. 

"Feliz aniversário, Vincent." Lana desejou sem jeito. 

"Ah, obrigado."

"Se abracem pra ficar menos awkward." Adam falou para os dois, tomando um gole da sua Brahma. 

Lana ia ignorar o conselho do irmão do Vincent, mas viu o ex se aproximando e o abraçou. 

"Obrigado por ter vindo." Vincent falou no seu ouvido. 

"Fiquei com medo de ficar estranho." Lana admitiu. 

"Mesmo assim. É bom te ver no meu aniversário. Você tá ótima." Vincent falou sinceramente. 

"Obrigada. É melhor a gente parar de se abraçar pro Billy não estranhar." Lana se desfez do abraço. 

"Certo."

"Lana!" Amy foi até a menina abraçá-la. 

Eles passaram horas na praia e depois, ao chegarem em casa, o pai do Vincent colocou carne na churrasqueira para o almoço. 

O dia foi cheio de alegria e risada, do jeito que o nosso garoto gosta. 

sábado, 28 de agosto de 2021

Blow out all the candles

A turma toda de Niall estava no gigantesco quintal com piscina da sua casa. Era o aniversário de 12 anos do menino e nada melhor para comemorar do que uma festa com churrasco, cerveja, sol, piscina e muita música.

Eram quase 17 horas da tarde e o churrasco não parava de rolar. Algumas pessoas estavam na piscina conversando, dançando ou se pegando. Outras, estavam deitadas aproveitando os últimos minutos de sol, e outras espalhadas pelo gramado.

Cheryl tinha acabado de voltar da sua viagem a trabalho para França. Ela tinha ficado duas semanas fora e sua ausência não passou despercebida, principalmente, porque a menina simplesmente perdeu duas semanas de aula em meio ao ano letivo.

Todos estavam comentando que a inglesa tinha voltado mais esnobe do que nunca, se recusando a atender algumas saídas com a turma e interagindo menos com os colegas.

"Vamos dançar, Cheryl!" Niall chamou a menina que estava sentada conversando com Alexa.

"Depois eu vou." A menina retrucou, do seu lugar.

"Esquece, Niall, ser modelo da Versace voltou a subir a cabeça dela. Já tá se achando melhor que todo mundo de novo." Rachel jorrou suas palavras, traiçoeiramente.

"Pra sua informação eu não sou mais modelo de p***a nenhuma." Cheryl falou com raiva e saiu.

Todos olharam surpresos com a confissão da menina. Vincent, para desviar a atenção da situação, colocou olha a onda do Tchakabum pra tocar e começou a dançar em cima da mesa. Logo, todos foram distraídos fazendo a dança icônica da música. 

Nadine foi ver se a inglesa estava bem. Ela achou a garota emburrada, fumando na entrada da casa. 

"The cat is finally out of the bag." A Geordie falou sentindo a presença da amiga. O perfume de Nadine era inconfundível e sempre um pouco forte demais. 

"Realmente, você revelou uma notícia digna do jornal das seis." Nadine sentou do seu lado. 

"Foi melhor contar de uma vez. Me sinto mais leve agora que todos sabem."

"O que aconteceu? Eles não quiseram renovar o contrato com você?" 

"Eu briguei com o Richard."

"Sério? Você teve coragem?" 

"Tive a de dizer não pela primeira vez."

"Você disse não pra o quê? Sexo?" 

Cheryl assentiu. "Ele não gostou. Odiou na verdade. Disse que tínhamos um acordo, que ele construiu minha carreira e que eu não podia dizer não."

"E aí?" 

"E aí que ele não aceitou o não."

"Como assim?" 

"Eu tive que transar com ele, Nadine."

"Ah." 

Cheryl inalou a fumaça do cigarro e liberou devagar. 

"Mas ele te forçou?" Nadine perguntou, após um tempo. 

"Por vontade própria é que não foi." Cheryl deu uma risada amarga. 

"Cheryl! Isso é grave! Esse homem cometeu um crime! Você tá bem? Ele te machucou?"

"Sim, pet, eu tô bem. Não foi nada muito traumatizante." 

"Mas ele te machucou?" 

A Geordie assentiu em silêncio. 

Nadine fechou os olhos e respirou fundo, absorvendo a notícia. "Quantas vezes?" 

"Não sei." Cheryl deu de ombros. "Preferi não contar."

"Você tem que denunciar ele! Esse homem não pode sair impune!" 

"E não saiu. Quando o Richard me deixou ir embora, eu fui direto falar com o meu pai. Eu contei a história toda, desde quando a gente se conheceu até o momento em questão. Ele ficou arrasado e também muito bravo. Depois falou que a gente ia denunciar o que aconteceu e me fez ir pra uma clínica especializada pra colherem uma amostra do sêmen do Richard em mim. A situação toda foi muito desconfortável, mas meu pai disse que era um mal necessário e que aquela seria nossa principal prova contra ele. No final realmente foi, o Richard recuou completamente e ainda pagou uma fortuna pra gente não processar. Ele também disse que eu poderia continuar na Versace por quanto tempo eu quisesse, mas, obviamente, preferi sair."

"Uau." Nadine exclamou, em choque. 

"No final foi tudo pra melhor. Eu sou livre de novo e feels ótimo." Cheryl olhou para a amiga que era o reflexo do horror. Ela apagou o cigarro e se aproximou. "Eu tô bem, é sério." A Geordie deu um beijo no seu rosto. 

"Deve ter sido horrível, Cheryl." Nadine começou a chorar, incontrolavelmente. "Você toda indefesa nas mãos daquele homem... Aquele filho da p*** pagou pouco pelo o que fez."

"Já passou. Eu tô bem agora, de verdade." Cheryl secou as lágrimas da amiga. "Pelo menos foi com alguém que eu conhecia e que eu já tinha dito sim em algum ponto da minha vida."

Nadine ficou comovida pelo modo da menina encarar o ocorrido. Ela colocou um braço em volta da Geordie e a trouxe mais para perto. "O importante é que agora você tá sã e salva." Nadine deu um beijo na cabeça da menina. "Ninguém mais vai te fazer mal, nunca mais."

Cheryl não respondeu, só aproveitou o conforto do abraço e das palavras da amiga. 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Recordar é viver

Megan, Jake e Natalie estavam sentados na cama da última fazendo o trabalho de Geografia passado por Pérola. Aquilo obviamente tinha sido de propósito, mas ninguém além de Megan havia protestado. Enquanto Jake lia as informações necessárias, Natalie marcava cada uma no mapa feito na cartolina branca. Já Megan apenas segurava um livro com a mente em outro lugar que não aquele. Ela pensava numa nova tatuagem que queria fazer, dessa vez no pé. Seria melhor uma frase ou um desenho? Se desenho, de que exatamente? Será que de uma...

“MEGAN!”, gritaram Jake e Natalie ao mesmo tempo.

“Que foi? Que foi?”, ela perguntou depois do susto tomado, colocando a mão no coração.

“O que diz o livro?”, Natalie indagou impaciente.

“Ela não sabe, porque a cabeça dela tava em outro lugar.”

“É óbvio que a minha cabeça tava em outro lugar. Por que a gente não dá uma pausa nisso? A gente já ta há mais de duas horas nisso direto e eu já to com fome.”

“Quanto mais a gente focar, mais rápido a gente vai terminar isso.”, ponderou Natalie.

“Eu não consigo pensar de barriga vazia.”

“Você praticamente não fez nada, Megan!”, retrucou a outra desafiadoramente.

“Eu não fiz nada? Quem comprou as m**das dessas cartolinas, garota?!”, ela falou se ajoelhando na cama e se projetando autoritariamente para cima de Natalie.

“Meninas, não vamos deixar a situação mais desconfortável do que já está.”

“Desconfortável? Eu não to desconfortável”, falou Megan se recompondo, sentando em cima dos próprios pés. “Felizmente, eu não tenho nenhuma história de amor envolvendo um primo em coma e beijos furtados.”

“Não, só de paixão lésbica pela ex-melhor amiga.”

“Calem a boca!”, Natalie revirou os olhos.

“Vai dizer que não é estranho o fato de que cada um de nós já beijou a outra pessoa que está nesse quarto?”, perguntou Jake, se divertindo com a situação.

“Se não fosse pela Natalie e por mim, poderia colocar um ‘transou’ nessa frase aí.”

“A gente nunca fez isso.” / “Nunca transamos.”, os dois disseram ao mesmo tempo.

“Mentira!”, Megan analisou a expressão facial dos dois. “Pera, não, isso é sério mesmo?”

“É! E quer saber mais?”, Natalie se levantou da cama. “Eu vou pedir pra minha mãe preparar um lanche pra gente, já que você ta com tanta fome, Megan. Já volto!”

Megan observou Natalie sair, então se aproximou de Jake e perguntou:

“É sério isso mesmo, Jake? Me fala a verdade, por favor! Somos amigos.”

“É a mais pura verdade. Por que eu mentiria sobre isso?”

“Sei lá! Porque é um segredo de vocês dois e vocês não querem que ninguém saiba.”, Jake olhou debochadamente para Megan. “Fala sério, Jake! Se vocês tiverem feito um pacto de mentir sobre isso, saiba que isso é f**idamente romântico. A Jane é minha amiga e eu preciso defender os interesses dela.”

“Não se preocupe, Megan. A única menina que tava nesse quarto que eu vi sem roupa é essa que me escuta nesse exato momento.”

“Sabe, Jake, você me viu nua num momento não muito bom da minha vida. Perdeu completamente a minha transformação.”, ela deitou na cama.

“Mesmo assim, eu fico orgulhoso da sua transformação e de ter participado do processo.”

“Participado do processo.”, repetiu Megan, bufando.

“Eu gosto de pensar que te ensinei alguma coisa.”

“Me ensinou o básico.”

“O básico?”, Jake botou a mão no coração de maneira afetada. “Isso me ofende muito.”

“Você não era lá muito experiente, Jake.”

“Era mais do que você.”

“Só porque eu era virgem. Mas de qualquer forma, pra ser bem sincera, eu nem lembro muito da gente. Da sensação.”

“Outch!”

“Eu tenho uma memória ruim e, cai entre nós, foi há muito tempo. Nem você deve se lembrar.”

“Quem diria que depois gostaríamos da mesma garota, hein?”

“Aquela era eu me descobrindo, é óbvio que eu ia gostar de qualquer uma. Agora eu sou uma outra mulher com mais experiência. Agora tenho mais exigências.”

“Como...”

“Eu gosto de pessoas gostosas, sabe?”, ela fez uma garra com as duas mãos e apertou o ar.

“E pra você a Natalie não é gostosa?”

“Pra você é?”

“Não estamos falando de mim.”

“Agora estamos.”

“Por que você não me responde?”

“Não, ué. Já viu aqueles peitos pequenos?”

“Nunca vi.”

“Nem eu, mas já vi ela de sutiã e posso te garantir que não tem nada lá.”

“O Nick não é gostoso.”

“E você?”

“Se eu acho o peito da Natalie pequeno? Não sei, nunca vi.”

“Você não precisa ver pra saber, porque só pela roupa dá pra reparar, e vocês já se abraçaram, então também dá pra sentir, mas não é sobre isso que eu to falando. Eu quero saber se você acha a Natalie gostosa.”

“Eu não!”

“Então por que você gostou dela?”

“Eu poderia te fazer a mesma pergunta.”

“Mas eu fiz primeiro e agora é a minha vez.”

“E sobre aquilo de você defender os interesses da Jane?”

“Ué, você vai dizer algo que vai contra os interesses dela?”

“Não, mas nunca se sabe...”, ele se aproximou do ouvido de Megan. “Isso pode ir pro blog.”, ele sussurrou.

“O blog não liga pra gente.”

“Ok então. Hmmmm... Qual foi a pergunta mesmo?”

“Por que você gostou da Natalie se você não acha ela gostosa?”

“Eu achava ela legal, acho que foi isso.”

“Só isso?”, perguntou Megan sem estar convencida.

“Eu achava ela bonita, mas pra mim isso tava de boa. Daí comecei a achar ela legal e aí isso virou um problema, porque eu já achava ela bonita, entendeu?”

“Nossa, então você se apaixona por toda garota que é legal e bonita? É isso que você ta dizendo?”

“Primeiramente, eu não me apaixonei pela Natalie, e segundo, não é sobre isso que eu to falando.”, ele revirou os olhos. “Existem pessoas legais amigavelmente e as LEGAIS.”, ele levantou as sobrancelhas para enfatizar o segundo ‘legais’. “Esse tipo de pessoa são legais num sentido que se tornam atraente. Eu não sei explicar isso direito, mas tenho certeza que você sabe do que eu to falando.”

“Acho que sim.”

“E você?”

“Por que a gente só fala da Natalie?”

“A gente já falou de nós dois.”

“Agora eu quero falar sobre a Jane.”

“E você?”

“Eu já disse! Eu ainda tava me descobrindo. Acho que foi isso.”

“Mas o que te fez se dar conta de que você realmente tava interessada nela?”

“Hmmmm, acho que a boca, talvez. Eu olhava muito pra boca dela.”

“Querendo beijar, né, safadinha?”

“Não, querendo um sexo oral, seu babaca!”

“Aposto que você já se imaginou recebendo um oral dela. Melhor, aposto que você já se tocou imaginando que tava recebendo um oral dela.”

“Aposto que VOCÊ que já fez isso! Eu era mais nova, eu não pensava nessas coisas.”

“Você já não era mais virgem naquela época.”

“E daí?”

“E você já tinha recebido um oral naquela época. Disso eu sei, porque eu me prontifiquei disso. Claro, não que você se lembre.”

“Pra falar a verdade, eu não me lembro mesmo, assim como você!”

Natalie entrou no quarto interrompendo a conversa dos dois.

“Pronto. Minha mãe já ta preparando o lanche. A gente pode dar uma pausa então quando o lanche estiver pronto, pode ser?”

“Sim, senhora, é você quem manda.”, disse Megan batendo continência para Natalie. Ela então voltou a fitar o livro entediada, quando ouviu um sussurro que a fez sorrir.

“Eu me lembro de tudo.”

Sweet child of mine

Desde que Emma começou a morar na sua casa, Jessica sempre fazia uma visita no quarto da afilhada para dar um beijo de boa noite, antes de ir se deitar. Aquele dia não foi diferente.

"Como foi o seu dia hoje?" Jessica perguntou se acomodando ao lado da afilhada.

"Bem. O Channing conversou comigo."

"Sobre o quê?"

"Ele falou que eu sou a melhor menina da escola."

"E você é."

"Você nem conhece todas as pessoas da escola."

"E nem preciso... Eu só acho que ele tenta demais."

"O Channing?"

"Óbvio."

"E isso é ruim?"

"Sei lá."

Emma riu. "Você só tá procurando defeito nele."

"Talvez." Jessica concordou e aninhou o rosto no pescoço da afilhada.

"Desculpa ter feito você e o Andrew brigarem."

"A gente não brigou. E você não precisa se desculpar por nada que acontece nessa casa."

"Eu podia ter feito o meu nescau e meu misto."

"Podia, né? Essas coisas mais fáceis, se eu não tiver em casa pra fazer pra você, não peça pro Andrew. No final do dia, você é uma obrigação minha e não dele. Eu não posso forçar ele a fazer as coisas pra você."

"Eu sei, desculpa."

"Como eu disse, não precisa se desculpar. A gente já conversou e se resolveu."

"O Andrew ainda tá estranho."

"Ele é assim mesmo. Acho que ele ainda tá se adaptando a ter uma família em casa. Depois que você fica sozinho por tanto tempo, você acaba estranhando ficar rodeado de pessoas diferentes. Deve levar mais um tempinho pra ele se sentir totalmente à vontade com tudo."

"Tudo bem. E o trabalho foi bom?" 

"Foi. Finalmente eu tô me sentido mais inteirada de tudo. Eu só sinto muita falta de vocês." Jessica deu um beijo no rosto da afilhada. 

"Pelo menos você tem o Ioan e o Gael pra te fazerem companhia."

"Sim! Eles são ótimos, não param quietos."

"Quem mexe mais?" Emma acariciou a barriga da dinda. 

"O Gael, com certeza. O Ioan é mais calminho, mas quando eu tô estressada, acho que ele sente e começa a dar várias cambalhotas."

Emma riu. "Qual deles você acha que vai ser mais igual a mim?"

"Nenhum, eu espero." Jessica brincou e Emma abriu a boca, em surpresa. 

"Dinda!"

"Tô brincando, amor da minha vida." Ela deu outro beijo na menina. "Acho que o Ioan vai ser mais como você. Tranquilo, na maioria das vezes, mas quando apronta, dá uma dor de cabeça."

"Eu não apronto!" 

"Não, não, senhorita skol beats na hora de dormir, porta fechada com o namorado no quarto e eu não faço meu próprio nescau." 

"Aff..."

"É, pensando bem, nenhum dos três vão dar tanto trabalho quanto você."

"Veremos."

"Sim, veremos. Vou deitar agora pra ver se eu consigo dormir um pouco antes da Mel acordar."

"Tá bom." Emma se sentou na cama. "Boa noite, Ioan." A menina beijou o lado esquerdo da barriga da madrinha. "Boa noite, Gael." Beijou o lado direito. "E boa noite, dinda." Emma abraçou e beijou a bochecha da advogada. 

"Boa noite, minha princesa." Jessica apertou a afilhada com força e deu um beijo na sua cabeça. "Te amo."

"Também."

Jessica deixou o quarto da afilhada, satisfeita com a pequena família que tinha criado. 

Why? Why? Tell them that it's human nature

– [...] Ela tava bem melhor, muito mais amorosa, muito mais leve. Até a Emma tava assim comigo. A Emma! Dá pra acreditar?

– Caramba!

– Elas pareciam realmente estarem com saudades de mim, o que me deixou muito tocada.

– É.

– Por isso eu mantenho a minha teoria de que o Andrew é quem estraga todo mundo. Todo mundo fica muito insuportável quando fica sob influência dele. Ele passou isso pra Jessica, pra Emma. E quando o Asa ta chato, é justamente quando ele ta lembrando o Andrew. Todo mundo lá de casa comenta isso.    

– E como foi todo mundo lá visitando a Daisy?

– Ah, foi legal! Eu senti falta de todo mundo junto. Só faltou o Bradley que é quem eu mais gosto agora. Só o Andrew que ficou com cara de bocó o tempo todo deixando tudo mei...

– Crystall, do me a favour and get out of this class. – Falou Andrew olhando para a garota seriamente.

– Excuse me? What have I done? – Perguntou Crystall com um sotaque inglês afetado.

– Get out of my class.

– Can I know at least what I did to get kicked out of class?

– You know exactly what you did.

– It's not my fault if a nosy teacher pays attention to his students' private conversations.

– Get. Out. Of. My. Class. Do NOT make me lose my temper!

– Ok. I’ll go. – Crystall disse batendo o pé, saindo da sala morrendo de raiva. Era a segunda vez que Andrew a expulsava de sua aula e nenhuma das duas tinha sido justamente. Ela decidiu esperar a aula terminar no pátio, já que o professor não tinha dito nada específico sobre ir à direção. Quando o sinal bateu, foi direto em direção a sua sala, mas foi puxada no meio do caminho por um Andrew bravo. Ele a levou para um canto, se ajoelhou na altura dela e falou:

– Crystall, let me tell you a story and if you're smart enough, which I hope you are, you'll understand: once upon a time there was a moon. The moon, when dinosaurs lived on Earth, had only one phase: full moon. And for a long time, it was like that, but everything changed when dinosaurs became extinct and humans began to live on Earth. The moon liked to be only full, but the demands of this new world forced her to create three new phases, even though she didn't want to. Now I ask you, Crystall, whose fault is that, huh? If you want me to be your villain, fine, make me your villain, but please, for your 5% brain that just knows, don't tease me in the middle of my class, ok? ‘Cause I don't think I deserve that.

Andrew se levantou e foi em direção à escada para dar sua outra aula, quando ouviu de uma Crystall que saiu correndo logo em seguida:

– Você quem deveria usar 5% do seu cérebro pra entender.

domingo, 22 de agosto de 2021

Thumb War

O recreio já estava acabando e Nadine resolveu voltar para a sala com seu grupo de amigos antes que o sinal tocasse. Chegando lá, viu Vincent e Cheryl sentados juntos. Cheryl estava com a cabeça deitada no tampo da carteira, virada para Vincent e os dois estavam brincando de guerra dos dedões.

Nadine se aproximou dos amigos.

"O que vocês estão fazendo?" A menina pegou a bala que estava na mesa entre os dois e abriu.

"Não!" Vincent gritou.

"O que foi?" Nadine perguntou, colocando a bala na boca.

"A gente tava competindo pra ver quem ia ficar com a última bala." Ele soltou a mão da inglesa, chateado.

"Parem de se fazerem de pobres. Vão lá na cantina e comprem mais. Abre espaço, Cheryl." Nadine deu um tapinha de leve na cabeça da garota. Cheryl levantou o rosto para a amiga poder sentar na mesa e depois deitou de volta, só que dessa vez, no colo de Nadine.

"A gente tá com preguiça." Cheryl respondeu tristonha.

"Melhor de dez? Quem perder vai na cantina?" Vincent ofereceu a inglesa.

Cheryl deu a mão para Vincent. 

"One, two, three, four, I declare a thumb war." A inglesa narrou, retomando a guerra, porém com o placar zerado.

"E por que essa aqui tá caidinha?" Nadine perguntou, alisando o cabelo da Geordie.

"Responde a ela, Cheryl." Vincent provocou.

"Nada importante." Cheryl respondeu, tentando se esquivar dos ataques de Vincent.

"Falem logo. O intervalo já vai acabar." Nadine falou impaciente.

"Ela ficou triste com a notícia do Gosling." Vincent contou.

"Sério? Ele sempre gostou da Emma, aquilo não foi nenhuma surpresa." Nadine respondeu, enrolando a ponta do cabelo da Geordie no dedo.

"Não precisa jogar na cara." Cheryl falou emburrada.

"Dois a zero." Vincent informou o placar.

"É óbvio que você vai ganhar, Vincent. Seu dedo é muito maior do que o dela. E Cheryl, você não pode ficar aí toda emburrada quando você faz a mesma coisa com ele e o Edward. Isso é hipocrisia."

"Isso não tem nada a ver com tamanho. Tem a ver com habilidade." Vincent se defendeu, prendendo o dedo da britânica, de novo.

"Eu não tô sendo hi-pó-crita. Eu não esperava que ele ficasse só comigo. Mas ler sobre, é estranho. É como se o momento que a gente tá junto não significa nada."

"Mas você faz a mesma coisa!" Nadine quase gritou essa parte.

"Eu sei. Mas ainda assim dói. Me sinto baixa, insig-nificante."

"Mas você é insignificante." Vincent provocou.

"Vai tomar no **, seu babaca!" Cheryl respondeu com raiva e para sua surpresa, marcou ponto. "Isso! Você viu?" A inglesa virou o rosto para olhar para Nadine, com olhos brilhando, e ela assentiu.

"Você acha que o Edward pode tá se sentindo da mesma maneira?" Nadine perguntou.

"Não sei. Espero que não. Não é como se eu pudesse ser exclusivamente dele... Você acha que eu deveria ser exclusivamente dele?"

"Não!" Vincent respondeu, prendendo o dedo da menina com força. 

"F**k, Vincent! No need to crash me thumb." Cheryl reclamou, chutando ele. 

"Desculpa." Vincent se recompôs.

"Eu acho que você pode conversar com o Edward. Perguntar como ele tá se sentindo com a situação toda." Nadine falou, ignorando a pequena explosão do garoto.

"E se ele disser que não gosta que eu saia com outros garotos? Eu vou tá tipo namorando ele, sem namorar."

"Não precisa parar de sair. Mas acho legal você esclarecer como você tá se sentindo e quais são as suas expectativas. Acho que se você tivesse tido a mesma conversa com o Ryan, você não estaria assim. Sem contar que o próprio Ryan pode ter se sentido assim em relação ao Edward. Acho que você deveria falar com os dois."

"Sete a um." Vincent informou.

"Eu não sei. Tenho medo de acabar perdendo os dois." Cheryl falou incerta.

"E o que seria da Cheryl sem seus fiéis pretendentes?" Vincent zoou.

"Para de ser babaca." Nadine deu um tapa na cabeça de Vincent. "Eu não acho que você vai perder eles por causa disso. Acho melhor esclarecer as coisas agora do que esperar os dois gostarem mesmo de você. Vai acabar virarando o mesmo rolo da Ariana e da Emma. E já sabemos como essa história terminou."

"Nove a um." Vincent anunciou.

"Cheryl, você já perdeu, vamos logo comprar essas balas." Nadine informou. 

"Fine." Cheryl levantou contra sua vontade e foi com Nadine comprar mais bala. 

sábado, 21 de agosto de 2021

Don't start now

"Então, pela decisão da maioria, vamos passar a ideia do festival de música e poesia para a diretora." Emma anunciou aos integrantes do Grêmio, fazendo umas anotações no seu caderno.

"O ideal é que algumas pessoas daqui enviem poesias pra incentivar o pessoal de fora a fazer o mesmo." Ryan completou. "Vai falar mais alguma coisa, Em?"

"Não." Emma fechou o caderno.

"Declaro a reunião encerrada. Tem empadão da mãe do Fernandinho e refrigerante pra todo mundo. Não saiam sem comer!" Gosling avisou num tom bem-humorado.

Estavam todos comendo e conversando depois da reunião. Ryan se aproximou da Emma com um prato de empadão de carne seca na mão.

"Esse empadão de carne seca tá dos deuses." Ryan colocou uma garfada na boca.

"Separa um pedaço pra Cheryl." Emma aconselhou, fria.

"Você separou pro Channing?" Ryan perguntou surpreso. 

"Sim." Emma mentiu. 

"Eu fiquei surpreso em saber que vocês voltaram. Foi uma péssima notícia."

"Como?"

"Já deu errado uma vez. Por que insistir num erro? Além disso, você não gosta dele, e pior ainda, ele não gosta de você."

Emma ficou com tanto ódio que não sabia nem o que responder. Como ele tinha coragem de falar aquelas coisas para ela? Babaca! Idiota! Sem noção! 

"Desculpa, Emma. É que eu tô frustrado. A gente finalmente ficou solteiro na mesma época. Aí você foi se meter com o Channing? Sério?" 

Emma estava tão confusa que as palavras de Gosling não pareciam fazer nenhum sentido. 

"Você queria o quê? Repetir o que você fez comigo e com a Ariana, só que agora com a Cheryl?" 

"Não. Eu queria que a gente voltasse a interagir. Eu sinto sua falta." Ryan pegou outra garfada de empadão. "Muita." Ele completou. "Esse empadão tá bom mesmo."

"A gente já interage. Agora, se você tá procurando outro tipo de interação, sinto muito, mas chegou tarde demais."

"Eu sei. Pelo menos repensa essa coisa toda de Channing. Você merece alguém melhor do que ele."

Começou a tocar Don't start now da Dua Lipa e Ryan começou a remexer o quadril. "Bora?" 

"A gente não supera essa musica." Emma revirou os olhos. "Levitating pra quê?" A garota não conseguiu deixar de rir da dança boba do menino. 

"Vamos, Emma!" Ele puxou a menina para onde o pequeno grupo de pessoas estavam dançando. 

E sim, foi divertido, infelizmente....

Boyhood

Nicola e Cheryl saíram de uma loja de roupas cheias de roupas novas para a ruiva. Nicola estava determinada a ficar mais bonita para que seu namorado parasse de sonhar com Lana.

As duas sentaram na praça de alimentação para descansarem as pernas.

"Você me parece triste." Cheryl colocou uma mecha do cabelo da menina atrás da orelha.

"Não é nada." Nicola tentou disfarçar suas emoções.

"Tem certeza?" A Geordie enrugou a testa, preocupada. "Você sabe que pode me falar qualquer coisa." A menina desceu seu toque para o braço da ruiva.

"Você achou o Asa estranho naquele dia com as meninas?"

"Achei ele nervoso. Éramos cinco e ele um."

"Mesmo assim. Ele tava agindo estranho ainda antes da bebida. O modo como ele respondia era estranho. E depois quando ele pegou a comida e desapareceu? Foi muito estranho, Cheryl!"

"Ele tava nervoso, babe. E no final ele ficou muito bêbado. Acho que aquela foi a primeira vez que ele bebeu algo alcoólico."

"Ele disse que bebeu na sua festa."

"E você acreditou?"

"Depois ele veio falar comigo e falou de uns problemas que ele tem. E se forem sérios? Pelo modo como o Andrew trata ele, parecer ser."

"É sério isso? Então se eu tivesse algum problema você deixaria de ser minha amiga?" Cheryl perguntou indignada.

"Claro que não!" Nicolo logo respondeu. "Eu te amo. Eu nunca te largaria. Por nada." A ruiva falou sinceramente e as expressões da britânica suavizaram.

"Olha, se você acha que o Asa tem algum problema, tenta conversar com ele. Faz ele perceber que você é uma pessoa confiável. Essas pessoas são as que mais precisam de um ombro amigo, mas geralmente todo mundo, não sei porquê, decide se afastar, como se fosse algo contagioso. Honestamente, eu acho que o Asa não tem nada. Eu só vi um garoto nervoso na frente de cinco meninas que ele não conhecia e que tavam oferecendo bebida pra ele pela primeira vez. Não é uma situação muito confortável, é? A Sarah, por exemplo, achou ele super agradável."

"Tem razão..."

"Você se preocupa demais. Ele é o seu primeiro namorado. Você tem que curtir o momento e não ficar se preocupando com coisas sem sentido."

"E aquele sonho dele? Foi muito estranho..."

"Sonhos são estranhos, Nicola!"

"É óbvio que ele gosta da Lana e da Emma."

"Não pensa nelas. Foca em vocês dois. É o melhor que você faz, vai por mim."

"Tudo bem. Obrigada, amiga! Você é o meu anjo na terra!" Nicola envolveu os braços na cintura da Cheryl para puxá-la para um abraço.

"De nada, pet!" A inglesa respondeu sorridente. "Me promete uma coisa, though?" Cheryl perguntou afastando o rosto para ver o da amiga. 

"O quê?" Nicola comecou a contornar o rosto da amiga com a mão. 

"Não se torne íntima do Asa."

"Como assim?"

"Sexo? Não perca a virgindade com o Asa."

"Por quê?" Nicola perguntou confusa. 

"Só não faça. Vamos andando?" Cheryl levantou e esperou Nicola fazer o mesmo. 

"Você não vai mesmo me falar o porquê?" 

"Não, babe." Cheryl deu um beijo no rosto confuso da amiga. "Let's go."

Nicola seguiu a inglesa com uma pulga atrás da orelha. 

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

The candy lady says knock knock knock

Ryan deitou no gramado e fechou os olhos. O sol batia forte no rosto, mas o menino não ligou, desfrutando do calor que incidia contra sua pele.

"Tá lagarteando, pet?" Cheryl se virou para Ryan, protegendo o rosto do sol com a mão. 

"Lagarteando? Aonde você ouviu isso?" Ryan riu. "Você tá muito brasileira pro meu gosto, falou até com sotaque gaúcho."

"Ah tá bom!"

"Pior que é sério. Tomei um susto quando ouvi você falando."

"Esse sol não tá queimando seu rosto não?"

"Um pouco. Deita aqui comigo." Ryan pegou o braço da Geordie. 

"Na grama? Não, obrigada. Cadê aquele trequinho de bala que a gente comprou?" Cheryl perguntou vasculhando a sacola da loja de doces. 

"Se não tiver aí, eu não vou voltar na loja." Gosling avisou. 

"Achei!" Cheryl abriu o tubo de balas e despejou parte do conteúdo direto na boca. 

"É de quê?" 

"Não sei. Tem gosto de morango."

Ryan pegou o tubo de balas da mão da inglesa. "Frutas vermelhas." Ele leu o rótulo. 

"Parece só morango." 

Ryan devolveu a bala e a menina colocou de volta na sacola. "Vamos testar isso?" Cheryl disse animada, mostrando a embalagem dos famosos feijõezinhos do Harry Potter. 

"Você que quis comprar, você testa."

"Por favor?" A menina tentou balançar Ryan, mas ele era muito pesado. 

"Não."

"Só três rodadas... Por favor... Por mim?" A inglesa implorou. 

"Você é chata."

"Eu ouvi um sim?" Cheryl abriu um sorriso. 

"Tá bom, mas vai logo com isso." Ryan concordou, não conseguindo deixar de sorrir com o sorriso da outra menina. 

"Eba! Fecha os olhos." Cheryl ordenou, virando de costas para o menino, para ele não ver que sabor estava escolhendo. 

"Que tal você fechar os olhos e eu dar pra você adivinhar?" 

"Não, obrigada. Tá com os olhos fechados?" 

"Sim."

"Abre a boca." Cheryl se inclinou para cima do menino, esperando ele fazer o que ordenou. "Tá pronto?" Ela perguntou quando Ryan abriu a boca e ele assentiu. "Levanta um pouco a cabeça pra não engasgar." A inglesa puxou a cabeça do menino pela nuca e depositou a bala na sua boca. 

Ryan começou a mastigar. "Melancia?" 

"Sim! Parabéns!" Cheryl se aproximou e deu um selinho no garoto.

"Tô só vendo a hora que você vai botar um ruim."

"Eu tô pegando randomly, vai ser sorte."

"Sei."

"Fecha os olhos."

Ryan fechou e Cheryl colocou a bala do mesmo jeito de antes. 

"E aí?" A menina perguntou, em expectativa. 

"Maçã verde."

"Acertou!" A inglesa deu outro selinho. "O último agora."

"Lá vem." Ryan respirou pesado e fechou os olhos. 

"Sem olhar."

"Os sabores são bem óbvios, Cheryl."

"Shhhhh. Abre a boca."

Ryan abriu e quase torceu o rosto quando sentiu o gosto da última bala na boca. 

"Que p**** é essa?" 

A inglesa começou a rir. "É pra adivinhar, babe."

"Nossa! Muito podre!"

"Não precisa engolir, pode cuspir." Cheryl colocou a mão perto da boca do garoto e ele cuspiu.

A inglesa descartou a bala dentro da sacola e aguardou Ryan se recuperar do seu gosto desagradável. "Não sabia que ela era tão ruim assim, me desculpa." A inglesa tocou o rosto do garoto e acariciou sua barba.

"Era o que aquilo?" 

"Minhoca." Cheryl falou culpada. "Dos ruins parecia o menos pior." Ela logo adicionou. 

"Nossa... nunca mais."

"Quer que eu faça alguma coisa pra recompensar?" 

"Ah, com certeza!" 

"Sem ser comer uma das balas."

"Tá bom. Eu quero um beijo seu."

"Ok. Amanhã eu dou."

"Amanhã nada. Agora. Vem cá." Ryan puxou os braços da inglesa e fez uma manobra com as pernas, que a deixou presa em seu aperto. 

"Ryan! Me solta!" Cheryl pediu, virando o rosto para desencontrar dos lábios de Ryan que tentavam capturar os seus. 

"Um selinho então. Só um."

Cheryl parou de lutar contra e encostou seus lábios nos dele. Ryan segurou a cabeça da inglesa, firmemente, e chupou seu lábio inferior. 

"Me beija." Ele começou a distribuir beijos molhados por todo o rosto dela, quando chegou nos seus lábios, a menina não resistiu e abriu a boca para Gosling adentrá-la com sua língua. 

O gosto de início foi diferente, mas nada que causasse repulsa, visto que já tinha se diluído com a saliva do garoto. Com o tempo o sabor dos dois se misturaram, passando a não ter mais gosto nenhum. 

"Foi tão ruim assim?" Ryan perguntou quando o beijo chegou ao fim. 

Cheryl balançou a cabeça para os lados. "Na verdade, foi ótimo." Ela sorriu e capturou os lábios do garoto novamente. 

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Dream A Little Dream Of Me

Lana estava saindo de uma sala, quando Asa a viu. Sentados em uma mureta, ele disse:

“You know what’s funny?”

“Yes?”

“Everyone says you're cocky and shouldn't lead the grupo das feias”.

“Asa, are you saying I'm ugly?”, ela arqueou a sobrancelha.

“No, never! You are beautiful, very, very beautiful.”

“More than Cheryl?”

“Yes, pet, more than us?”, perguntou Cheryl com os olhos semicerrados.

Asa olhou confuso de Lana para Cheryl. Damn, she heard that, pensou.

“Forget about her, Asa. Look at me.”, pediu Lana, girando o rosto dele em sua direção.

“Do you think she's going to tell Nicola about the two of us talking?”

“As long as she doesn't tell Nadine.”, ela falou desabotoando o botão da camisa dele. Os dois começaram a se beijar profundamente. Asa ficou em cima de Lana, enquanto a menina deitava na cama. O garoto interrompeu os beijos e olhando fixamente os olhos da filha de Miranda, perguntou:

“Why do you think we never got together?”

“Nadine.”

“Sorry?”

“Nadine is here.”

“Where?”, Asa perguntou confuso.

“O que você queria dizer no começo sobre o grupo das feias?”

“I wanted to say that although you are absolutely and completely beautiful, you seem so sad.”, Lana passou a mão por entre os cabelos de Asa, enquanto ele tirava uma mecha do rosto da garota.

“Our hairs match.”, ela sorriu e os dois voltaram a se beijar de novo. Um barulho vindo de cima fez ambos se afastarem pelo susto.

“What was that?”

“Emma and Channing.”

Asa revirou os olhos. “I hate them both together.”

“Do you still like Emma?”

“I'm relieved not to be with her anymore.”

“Why?”

“Why are you asking me that?”

“Why don't you answer?”

“I don't want to answer that, I want to kiss you.”, Asa se aproximou e beijou Lana de novo.

Quando abriu os olhos, Cheryl estava sangrando. Muito.

“I thought you were no longer a virgin.”, falou Asa desesperado.

“And I'm not. I need to call Nadine and ask what's going on.”, disse Cheryl levantando da cama com uma coberta cobrindo o seu corpo.

“Ok. What do I do then?”

“Take care of Sara.”

“Bate aqui, garoto!”, falou Sara fazendo um high five que foi prontamente respondido.

“Where’s Nicola?”, perguntou Asa confuso.

“She's at the bottom of the ocean, dead.”

Asa começou a chorar copiosamente se sentindo destruído pela morte de Nicola.

“Why did you cheat on her with Kimberley?”, perguntou Sara compadecida.

Asa se lembrou de tudo. Kimberley chegando em sua casa. Os dois sozinhos. A traição. “I didn't want to, I swear I didn't.”, respondeu o garoto.

“So why did you do it?”

“I did it because she doesn't like me. She likes…”

“Nadine.”, completou Sara.

Não era essa a resposta de Asa, mas ele ficou quieto olhando para Sara que compreendia tudo. “Where is my father?”, finalmente ele falou depois de um tempo.

“Don’t you know? He's f**king Emma at this very moment.”

Asa abriu os olhos perturbado com o pesadelo que tinha acabado de ter. O que significava aquilo? Ele não fazia a menor ideia.