segunda-feira, 20 de julho de 2020

Same old love

Bia foi no starbucks comprar seu chá gelado. Ela pegou seu copo e foi procurar um lugar para sentar. Enquanto procurava, a loira avistou Katie lendo um livro e com um copo de café na sua frente. Bia não era íntima de Katie há anos, mas as duas faziam parte do mesmo grupo e não era nada demais dividir a mesa com a morena.



"Oi, Katie!" Bia sorriu.

"Oi." Katie abaixou o livro e ficou encarando a Bia.

"Posso sentar com você?"

"Pode." Katie deu de ombros.

"E então, o que você está lendo?" Bia tentou iniciar conversa.

"Guerra e Paz, de Liev Tolstói."

"Humm, legal!" Bia fingiu entusiasmo. "E o que você achou da notícia do Andrew sobre você?" Bia perguntou curiosa.

"Não achei nada." Katie tentou cortar assunto.



"Fala sério, Katie. Pode falar! Eu sei ficar de boca fechada."

"Então, a notícia dele foi bonita, mas eu ainda fico meio sentida de como as coisas terminaram. E ver ele sendo um bom namorado pra aquela outra, ta fazendo eu me sentir pior. Eu gostava muito dele, só que eu não sabia como namorar ele. Enfim, ele tem sido o menor dos meus problemas."

"Sério? E quais têm sido seus outros problemas?" Bia perguntou curiosa.

"Nada que valha a pena mencionar." Katie se fechou de novo.

"Katie, é bom se abrir às vezes, pra você poder enxergar as coisas de outra perspectiva." Bia tentou convencê-la a falar.

"Ok. É que às vezes eu penso que não vou encontrar mais ninguém." Katie desabafou.

"Mas por que você acha isso?"

"Porque olha só pra minha vida amorosa. Se meu namoro com o Jamie já tinha sido péssimo, o meu com o Andrew foi uma piada. E eu não consigo encontrar mais ninguém." Katie disse preocupada.

"E não tem ninguém que você goste? Alguém que você tente investir? Você é muito boa seduzindo os homens. Consegue qualquer um que você botar na cabeça." Bia não queria puxar saco da amiga, mas aquilo era realmente a verdade.

"Não." Katie respondeu frustrada.

"Nenhum, nenhum?" Bia perguntou surpresa.

"Bem, tem um... mas nunca daria certo." Katie confessou.

"Quem?"

"Você sabe..." Katie não queria falar o nome dele em voz alta.

"O Edward?" Bia chutou.

"Não. Eu gosto dele, mas você sabe... Nosso relacionamento foi tão intenso que acho que nós dois saímos meio esgotados."

"Damon?" Bia tentou de novo.



Katie pegou seu café e deu um gole ficando sem graça com a menção do nome do garoto.

"É o Damon? Ainda?" Bia perguntou incrédula.

"Eu não acho que um dia eu consiga não gostar dele. Mas ele tá com a minha irmã agora e eles tão muito felizes juntos, então... É tudo muito frustrante. Às vezes eu queria poder passar pelo menos só mais uma noite com ele. Ou pelo menos beijar ele mais uma vez. Ou talvez só tocá-lo..." Katie respondeu pensativa.

"Uau. Você realmente gosta dele." Bia comentou em choque.



Katie não respondeu, ela só ficou encarando o café pensando em como seria ter o Damon de novo.

E o emprego secreto era...

Lana estava sozinha em casa assistindo tv. De repente ela escutou um barulho de carro parecendo vir de perto. Lana olhou pela janela e viu sua mãe no banco de carona de um carro aparentemente bem caro. Quem estava no banco do motorista era uma mulher de cabelo curto que ela nunca tinha visto na vida. Quando a menina menos esperava, a mulher de cabelo curto inclinou em direção da sua mãe e a beijou, e sua mãe estava beijando-a de volta. Não, aquilo não podia estar acontecendo. Sua mãe não podia estar fazendo isso com ela. Lágrimas brotaram nos olhos da garota enquanto ela observava a terrível imagem. Lana fechou a cortina em choque. Suas mãos e seu queixo tremiam incontrolavelmente.

Miranda abriu a porta e tomou um susto com a filha.

"Eu achei que você estaria com seus avós hoje." Miranda jogou a chave em cima da mesa. "O que aconteceu?"

"Quem era aquela mulher no carro com você?" Lana perguntou acusadoramente.



O coração da Miranda gelou, ela ficou olhando para Lana sem reação.

"FALA!" Lana gritou.

"Eu posso explicar." Miranda falou nervosa.

"Explicar o quê? Que você é lésbica agora?" Lana falou a palavra com desprezo.

"Não é bem assim. Filha, deixa eu explicar." As lágrimas dos olhos da Miranda também começaram a cair.

"Não me chama de filha! Quem é aquela mulher?" Lana estava com tanta raiva que era capaz de matá-la.

"Minha chefe." Miranda admitiu.

"Sua chefe? E o que você tava fazendo beijando ela? É esse o seu emprego secreto? Ser a p**a dela?"

"Lana, você pode estar com a raiva que for de mim. Mas eu ainda sou sua mãe e eu exijo respeito." Miranda passou o braço no rosto para secar as lágrimas.

"Respeito? Quem é você pra falar de respeito? Você tá saindo com uma mulher por sabe lá quanto tempo e nem se incomodou em me contar." Lana não conseguia nem olhar mais para sua mãe.

"Eu queria. Mas eu sabia que você não aprovaria e eu não queria te colocar numa situação incômoda." Miranda explicou.

"E qual é a sua relação com aquela mulher?" Lana precisava saber dos detalhes antes de dar as costas para sua mãe.

"Como eu disse, ela é minha chefe. Eu fui demitida do hospital e fui trabalhar na casa dela como faxineira. Ela logo percebeu que eu era capaz de fazer mais que lavar chão e pratos e me ofereceu o cargo de sua assistente pessoal. Ela é uma mulher de negócios e precisava de alguém pra basicamente organizar sua vida, tanto pessoal quanto profissional. O salário também subiria então eu aceitei, porque obviamente eu preciso de dinheiro. A gente acabou se aproximando muito por causa do trabalho e no final... bem você já sabe o final da história." Miranda foi honesta pela primeira vez sobre seu real trabalho com a filha.



"E ela foi a primeira mulher que você se envolveu?" Lana perguntou ainda chorando.

"Sim! A primeira e a única. Eu não olho para outras mulheres. Não acho elas bonitas e nem atraentes. Só a Quinn que é diferente."

"Cala a boca!" Lana disse ríspida.

"Lana..."

"Eu não quero ouvir mais nada sobre essa mulher. Se você ainda quiser me ter como sua filha você vai terminar com essa pouca vergonha." Lana ameaçou.

"Lana, por favor! Você tá fazendo a mesma coisa que meus pais fizeram quando eu fiquei grávida de você." Miranda falou desesperada.

"Não ouse comparar as duas situações." Lana disse fervendo de raiva.

"Eu tô, sabe por quê? Porque eu tenho uma vida de m***a! Porque meus pais nunca me deram o apoio que eu precisava. Porque seu pai foi um covarde que deixou nós duas sozinhas e nunca mais deu as caras. Eu criei você sem ajuda de ninguém. Tive que me desdobrar em quatro pra conseguir colocar um prato de comida na mesa, pra você não morrer de fome. Eu sempre vivi minha vida inteira por você. E agora que eu preciso que você me entenda e fique do meu lado, você se coloca contra mim."

"Desculpa por ter nascido e por você ter tido que cuidar de mim. Se eu pudesse escolher eu não teria nascido, muito menos pra ter você como mãe. Eu quero que você esqueça que eu existo!" Lana foi para o quarto e começou a fazer as malas.

Miranda foi desesperada atrás da filha.
"O que você tá fazendo?" Miranda perguntou com a voz desgastada do choro.

"Tô indo morar com os meus avós." Lana tentava fazer as malas o mais rápido possível, ela não queria passar nem mais um segundo com sua mãe.

"Por favor, não! Eu termino tudo com ela. Eu arrumo outro emprego." Miranda implorou.

"Não adianta mais. Eu já perdi todo o respeito que eu tinha por você. Agora, eu não poderia me importar menos com o que você faz da sua vida." Lana fechou a mala e puxou-a da cama.

"Por favor, não me deixa! Você é tudo que eu tenho!" Miranda tentou segurar a filha, mas ela logo se desprendeu.

"Adeus."

Com isso Lana saiu de casa. As duas em prantos, uma dentro e outra fora de casa.



The New Kid

Bradley estava digitando uma análise que ele entregaria no dia seguinte para seu gestor, quando ouviu o barulho de chaves na porta indicando que sua mulher tinha chegado do trabalho.

Jessica entrou na sala com a cara fechada e sentou no sofá livre.

"Oi." Bradley cumprimentou, olhando rapidamente para sua mulher e voltando a atenção para sua tarefa.

"Oi." Jessica ligou a televisão e se esparramou no sofá cruzando os braços.

"Como foi o trabalho?" Bradley sabia que não tinha sido bom pela atitude fechada da ruiva.

"Péssimo." Jessica respondeu prestando atenção na tv.

Bradley tinha que terminar a análise naquela noite para poder entregá-la amanhã. Porém ao ver sua mulher chateada com alguma coisa do trabalho fez com que ele quisesse deixar a análise de lado para consolá-la.

Jessica parecia mais serena enquanto assistia "As visões da Raven" no Disney Channel. Ele então aguardou o episódio terminar para abordá-la.

Bradley sabia que sua mulher estava tendo dificuldades em provar sua competência na corporação de advocacia em que ela trabalhava. Esse era o primeiro emprego da ruiva, no qual começou como estagiária e foi efetivada dois anos atrás. Apesar de terem-na efetivado, os superiores da empresa ainda consideravam a ruiva imatura demais para tomar a frente um caso de verdade.


O professor de estatística pedia para sua mulher ter um pouco mais de paciência, que um dia todos veriam sua proficiência profissional, porém a cada dia de trabalho em que era subestimada por seus superiores, Jessica voltava para casa se sentindo pior.

Bradley deu continuidade à sua análise até perceber que "Phil do Futuro" já estava passando. Ele então colocou o notebook de lado e foi dar atenção à sua mulher.

"Jess."Bradley chamou.

"Hum?" Jessica murmurou sem tirar os olhos da tv.

"Vem sentar um pouco com o seu marido."

"Você tá ocupado." Jessica respondeu fria e teimosamente.

"Eu acabei de fazer uma pausa."

Jessica levantou a cabeça para olhá-lo e viu que o notebook estava de lado e que ele agora olhava para ela.

A advogada levantou e foi até o seu marido. Bradley segurou sua mulher pela cintura e a colocou no colo.

"Me conta como foi seu dia hoje." Bradley puxou sua mulher bem para si e deu um beijo no topo da sua cabeça. "Eu quero ouvir tudo."
O professor acrescentou.

"O de sempre. Eles não acham que eu sou capaz de assumir nenhum caso. Sempre me colocam pra revisar os documentos. Acho que eles nunca vão confiar em mim. Hoje eu implorei pro Souza me dar alguma coisa mais relevante pra fazer e sabe o que ele fez?"

"Negou?" Bradley perguntou mostrando interesse.

"Me deu mais burocracias inúteis! Eu sinto que to jogando meu tempo e todos os meus anos de faculdade fora. Se eles não confiam em mim, por que me contrataram?" Jessica desabafou frustrada.

"Essas coisas levam tempo. Bem ou mal você ainda é muito nova e não tem muita experiência na área. Você vai construir seu valor aos poucos, começando nesse caso pelos papéis burocráticos." Bradley consolou a ruiva. Ele apoiou o queixo na cabeça dela e começou a balançá-la sutilmente.

"Eu só precisava que eles me deixassem assumir um caso. Com um caso eu provaria que eu sou mais do que eles pensam." Jessica falou pensativa.

"Então continua insistindo até eles te darem um." Bradley aconselhou.

"Mais do que eu já tô?"

"Mais não porque eles podem achar que você é impaciente e insubordinada. Você continua fazendo o que eles mandarem e da melhor maneira possível. Quando eles acharem que você tá pronta, vão acabar te dando um caso."

"Você fala isso há meses e nada. Meu pai tinha razão quando falou que eu não chegaria a lugar nenhum sem a ajuda dele."

"Eu acredito muito mais em você do que seu pai. Eu sei a advogada incrível que você é e com a oportunidade certa você vai longe."

"Obrigada." Jessica começou a brincar com o botão da camisa do marido.

"Eu te amo muito, sabia?" Bradley voltou a apertar a ruiva em seus braços.


"Não." Jessica balançou a cabeça.

"Não? Como assim não?" Bradley se debruçou na ruiva e começou a atacá-la com beijos.

"Para com isso!"

Bradley estava dando beijos em lugares que faziam cosquinha e Jessica começou a rir.

"Como você pode dizer que não sabe que eu te amo? Que audácia!" Bradley brincou enchendo ela de mais beijos.

"Ta bom, ta bom! Eu retiro o que disse." Jessica entregou os pontos, já sem fôlego.

Bradley parou de beijá-la e observou a respiração da ruiva voltar ao normal.

"Eu também te amo." Jessica segurou a cabeça do marido e acariciou seu cabelo de leve. "Mais que o mundo." Ela completou.

Bradley aproximou seu rosto do dela e reivindicou seus lábios. A ruiva segurou o rosto do marido com as duas mãos e correspondeu o beijo apaixonadamente.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Na madruga boladona

Andrew acordou sobressaltado. Ele olhou para o relógio e viu que ainda eram 3h21min. Do seu lado, Jessica dormia tranquilamente.
O inglês fechou o olho e tentou dormir novamente em vão. O pesadelo que teve não saía da sua cabeça. Katie. Como ele havia sido um idiota. Não só no término, mas no relacionamento como um todo. Isso o atormentava mais do que ele gostaria de admitir. Ele já tinha sido babaca outras vezes e isso até o incomodou um pouco, mas no caso da morena aquilo, literalmente, o fazia perder o sono. Não era a primeira vez que do nada isso passava por sua cabeça. Uma vez, quando estava no carro a caminho do trabalho, tocou She Will Be Loved e o sofrimento começou. Teve outra vez, em casa, que ele estava lavando a louça, se lembrou da Katie e mais uma vez se sentiu mal. Na escola, nem se falava! Ele evitava olhar para a garota.


O professor queria se desculpar, mas não sabia o que falar. Qualquer desculpa parecia insuficiente. Para ele, ela nunca o perdoaria. Andrew até conseguia visualizar a cena: ele pediria desculpas, ela o ouviria séria, diria que já passou e seguiria com raiva dele. De que forma o que ele falasse poderia chamar a atenção dela?


Ele poderia ser sincero. Poderia começar dizendo que ele havia sido um idiota e que a sua intenção nunca foi machucá-la. Poderia dizer que ela era muito importante para ele, por mais que ela duvidasse. E de fato, era. Quando Andrew se divorciou, tudo se tornou amargo para ele. Qualquer coisa o irritava, mais do que agora. Ele tentou outros relacionamentos, mas nenhum dava certo, porque ele realmente não conseguia se interessar por nenhuma outra. Isso só mudou com a Katie. Desde a primeira aula provocativa. Não foi paixão a primeira vista. Na verdade, foi um processo, mas qualquer que tenha sido a tática da Katie, deu muito certo. Quando se deu conta, ele não parava de pensar nela. O inglês odiava a turma dela, mas ao mesmo tempo torcia para chegar a hora de dar aula lá só para vê-la. Ele torcia para ela mexer com ele, mesmo que aquele sentimento todo fosse errado. Por que era errado mesmo? Ele não lembrava. De qualquer forma, o professor gostava da audácia dele. Como docente, ele sempre tinha que censurá-la, colocá-la para fora de sala, mas por dentro, ele queria que ela falasse mais, provocasse mais. Quando ela um dia reclamou para não sei quem que ele sempre chegava irritado e descontava qualquer coisa que desse errado no dia dele nos alunos, Andrew se sentiu traído. Muito porque ele não esperava um relato desse vindo dela, mas também porque, muitas vezes, ela era quem trazia seu bom humor. Ele sentia que mostrava isso, mas pelo visto era só uma percepção sua. Só que a Katie voltou atrás. Ela não só o defendeu, mas também salvou seu emprego.


Andrew também se lembrava de quando ela disse que tinha vontade de estudar Letras e Inglês, mesmo sabendo que no fundo não conseguiria, por causa do monopólio construído pelo pai. Isso o deixou tão feliz. Katie já elogiou o seu cheiro, comprou uma vela, colocou Maroon 5 para tocar, o chamou de Woody... Nossa, que idiota!


Com a Katie tudo tinha sido mais impactante, porque de alguma forma era errado. Quando as coisas começaram com a outra não teve essa carga, apesar de haver alguns revés. Aliás, ele se lembrava da primeira vez que havia feito sexo com a Katie. Foi na escola e ele estava com tanta vontade que ficou com medo de machucá-la.


Durante mais ou menos dois anos, quase três, Andrew foi devoto à Katie. Ela mostrou a ele que ainda havia esperança depois do divórcio. Alguém poderia atraí-lo sim. Foi a chave de entrada para as outras, porque ela aturou suas piores partes e sua fase mais difícil.


Ele queria dizer tudo isso à morena. Queria dizer que ela ainda era importante para ele e que ele se sentia muito culpado, que ela não merecia aquilo, que, na verdade, ela merecia muito mais dos amigos e dos exs e do pai. E que ele ainda gostava do cheiro de Natura dela. E que ela ainda tinha uma cara de bebê, sem o lado creepy da frase. Ele só queria agradecê-la e pedir desculpas por tudo. Mas ele não tinha coragem. Ela não iria acreditar. Às vezes o final amargo contamina a trajetória.


Andrew fechou os olhos mais uma vez tentando dormir. Ele, como das outras vezes, pediu perdão mentalmente. No final, ele sabia que mesmo que ela genuinamente o perdoasse, essa paz de espírito nunca retornaria. Por quê? Era melhor voltar a dormir...

Woman's shoes

Andrew chegou tarde em casa quase em cima da hora do evento que sua namorada teria que atender.
Quando ele chegou, Jessica estava secando o cabelo no banheiro.

"Achei que eu tava atrasado." Andrew brincou quando viu a namorada ainda de roupão e de cabelo molhado.


"E tá." Jessica deu um olhar de repreensão forçado pelo espelho e depois voltou a atenção para o cabelo.

"Eu fico pronto num instante." Andrew tirou a camisa e depois a calça.

"Chegou uma encomenda pra você." Jessica avisou enquanto Andrew entrava no chuveiro.

"Ah é? Era o quê?" O professor aumentou o tom de voz para ganhar do ruído do secador e do chuveiro.

"Não sei. Deixei em cima da sua cama." Jessica informou.

"Obrigado."

Jessica após secar o cabelo, colocou a babyliss para esquentar. Andrew saiu do banho com uma toalha enrolada na cintura e foi para a pia.

"Hoje bem tinha um gato preso debaixo do meu carro." Andrew informou, virando-se para ruiva.

"Sério? Como ele foi parar ali?" Jessica olhou rapidamente para Andrew e voltou a sua atenção para o cabelo.

"Não sei. Já ouvi falar que eles gostam de se instalar nessas partes do carro, por causa do calor." Andrew pegou a escova e dente e colocou pasta nela.

"E como você encontrou ele lá?" Jessica trocou de mecha.

"Quando eu liguei o carro fez um barulho estranho. Aí eu fui ver o que era e era o tal do gato." Andrew começou a escovar os dentes.

"Que perigo!"

"Ainda bem que eu vi logo, se não ele podia ter morrido e ainda estragava meu motor." Andrew falou com pasta na boca.

"Ainda bem mesmo." Jessica desligou a babyliss e pegou um pente para abrir os cachos. "O que você fez com o gato?"

Andrew cuspiu a pasta e lavou a boca.
"Deixei com um funcionário do estacionamento."

"Coitadinho..." Jessica lamentou.

"Só foi um susto. Ele tá bem." Andrew segurou os ombros da ruiva e beijou sua cabeça.

"Espero que ele não fique se enfiando em outros carros. Ele pode acabar se machucando."

"Acho que ele aprendeu a lição."

Jessica descansou seu corpo no de Andrew, sendo envolvida automaticamente por seus braços.

"Meu cabelo ta bom?" Jessica perguntou analisando a figura dos dois no espelho.

"Tá ótimo. Você tá linda." Andrew respondeu sinceramente.

"Eu queria ter feito um penteado, mas ficou tarde pra marcar. Eu vou ser homenageada hoje, sabia?" Jessica arqueou a sobrancelha.

"Pelo quê?" Andrew perguntou surpreso.

"Pela minha ética profissional e exemplar performance na carreira." Jessica respondeu convencida.

"Meus parabéns, doutora." Andrew inclinou a cabeça e beijou a ruiva. Jessica apoiou uma mão no seu rosto enquanto a outra segurava fortemente o braço do professor em volta de si. O beijo dos dois tinha um forte sabor de menta, o que tornou o ato ainda mais gostoso e fresco.

"É melhor eu me vestir logo." Jessica disse contra a própria vontade.

"Tudo bem. Eu vou dar um jeito na barba rapidinho."

"Ok. Não demora." Jessica deu um selinho no professor e foi para o quarto colocar a roupa do evento.

Andrew terminou de se babear e foi se vestir. Jessica já não estava mais no quarto. A ruiva tinha ligado o rádio na sala e dava para ouvir do quarto Irreplaceable da Beyonce tocando.

O professor terminou de se vestir ao som de I hate that i love you da Rihanna e do Ne-yo.
Andrew estava ajeitando a gravata quando foi para a sala.

"To pronto." O inglês levantou o olhar da sua gravata para Jessica e ela estava realmente linda.

A advogada não era nenhuma beldade, mas de cez em quando surpreendia.


A ruiva estava sentada esperando o namorado ficar pronto, balançando a cabeça ao som da música. Ela estava extremamente sexy naquele vestido e naquela pose.

"Ótimo. Só deixa eu ajeitar a minha sandália que ta meio larga." Jessica levantou a perna, subindo o tecido do vestido consigo e foi desprender a sandália.

"Deixa que eu faço isso pra você." Andrew se ofereceu e Jessica assentiu.

Andrew se ajoelhou diante da ruiva, segurou seu tornozelo e colocou o pé dela em cima da sua perna.


Andrew, depois de lidar com a fivela do sapato da ruiva, alisou a perna da ruiva sedutoramente e levantou-a um pouco para plantar um beijo.

O sangue da ruiva ferveu com a posição sugestiva que eles estavam. As pernas da ruiva estavam entreabertas e ele já estava de joelho. Mais um pouco e ele estaria.... Melhor deixar pra lá.

Jessica engoliu em seco. Andrew foi um pouco mais além e beijou o interior da coxa da ruiva. Sua perna tremeu em antecipação.

"Andrew?" A voz da ruiva vacilou e seu nome saiu mais como um suspiro.

"To indo." O professor deu outro beijo na parte interna da sua coxa e depois roçou o nariz na pele fresca e pálida da ruiva.

Os olhos da ruiva fecharam involuntariamente e ela inspirou e expirou de forma pesada.

A advogada segurou a cabeça do inglês que já estava se inclinando para outro beijo. "A gente ta atrasado." Jessica não sabe onde encontrou forças para dizer aquilo.

"Certo." Andrew colocou o pé da ruiva no chão com cuidado e se levantou. "Esqueci do horário." O professor admitiu e se inclinou para mais um beijo da ruiva.

Andrew estendeu a mão para ajudá-la a se levantar.

"Percebi." Jessica ajeitou o vestido no seu corpo.

"Não acredito que eu vou ser o culpado pelo atraso da convidada de honra." Andrew brincou.

"Convidada de honra e homenageada da noite!" Jessica corrigiu com um ar de metidinha que estava começando a se tornar familiar para ele.

"Que pecado! Como eu pude esquecer do mais importante título de homenageada da noite?"

"Cala a boca." Jessica pegou o controle e desligou o rádio.

"Vou ter que te riscar do título de bons modos na próxima premiação." Andrew zombou.

"Nunca quis esse mesmo." Jessica riu.

"Sei."

Andrew fechou a porta de casa atrás deles e os dois seguiram em direção ao evento.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Necessidades de uma mulher


Jessica olhou para o relógio e já era mais de uma da tarde. A ruiva estava ficando impaciente pela demora do advogado amador, Luís Silva, de verificar o contrato redigido pela mesma, e dar seu parecer.

“Isso não me parece justo.” Luís Silva indagou.

“Acredite, essa é uma oferta muito generosa. Se meu cliente mudar de ideia e retirar algumas concessões, nenhum juiz irá se opor.” Jessica falou friamente, olhando novamente para o relógio. “O senhor pode se apressar, por favor. Eu tenho outros assuntos para resolver.”

“As meninas sofreram danos irreversíveis! Elas nunca mais vão conseguir levar uma vida normal.” Luís Silva argumentou perplexo.

‘E por isso a quantia generosa.” A ruiva retrucou.

“Você chama isso de quantia generosa? Como você consegue olhar para as meninas e não sentir nenhum pouco de empatia por elas?”

“Eu vou deixar que você converse com as suas clientes e discuta sobre a proposta. Vocês têm até três dias para decidirem se vão aceitar ou não.” Jessica informou e pegou sua bolsa. “Uma boa tarde para o senhor.” 

A ruiva saiu da sala de conciliações e passou pelo grande corredor do prédio do fórum. Ela estava terminando de digitar uma mensagem para Pamela, quando viu a menina Claire, vítima das fábricas Orzênio.  A menina acenou tristemente para a ruiva, fazendo a mesma trocar sua rota e seguir em direção da menina.

“Como foi com o meu advogado?” Claire perguntou.

“Ele não gostou muito da proposta.” Jessica olhou para a menina solidariamente.

“Mas ela não era boa?” Claire indagou inocentemente.

“Não, era uma m***a.” Jessica pensou. “Era, mas essas coisas são assim mesmo. Seu advogado acha que pode conseguir mais da empresa. Mas você sabe o que vai acontecer se ele negar a nossa proposta...”

“A gente vai ficar sem nada.” Claire disse tristemente.

“Eu não diria sem nada, mas com muito menos do que tá no contrato de conciliação.” Jessica mal conseguia olhar para Claire. Ela odiava o que estava fazendo com a pobre menina. Maldito era o Valdinei por obrigá-la a pegar esse caso.

“Eu vou falar com ele e com a minha mãe.” Claire informou.

“Você tá bem? Tá precisando de alguma coisa?” Jessica segurou a mão da menina.

“Eu estou bem, obrigada.”

A resposta da menina não demonstrou nenhuma convicção para a advogada.

“Se você ou sua prima precisarem de alguma coisa, qualquer coisa, me liga. Eu quero ajudar vocês.” Jessica falou séria.

“Obrigada.”

“Fica com Deus.” Jessica beijou a mão da menina e saiu.

Jessica odiava a posição que estava. Ela queria ajudar as meninas, mas o contrato que seu sócio assinara em nome da associação obrigava-a a defender os interesses da empresa Orzênio. Ela tentou o máximo barganhar para empresa dar uma boa indenização para as meninas, mas não tinha sido para isso que ela havia sido contratada, e sim para dar o mínimo possível para a família das vítimas.

Jessica entrou no carro e foi até o La Vitta. A ruiva avistou sua amiga sentada na mesa ao ar livre e foi até ela.

“Desculpa o atraso.” Jessica cumprimentou a amiga e sentou na mesa, tirando os óculos escuros e colocando sobre a mesma.

“Tudo bem! Eu sei que você é uma advogada muito requisitada.” Pamela brincou, compreensiva com a demora da ruiva.

Jessica revirou os olhos. “Advogada de m***a você quer dizer. Eu odeio meu trabalho!”

“Você ama seu trabalho!”

Pamela provavelmente estava certa, mas naquele momento essa era a pior profissão que lhe vinha na cabeça.

“Não mais. Mas vamos mudar de assunto. Como estão as coisas com o Robson?”

O garçom se aproximou e entregou o cardápio às duas.

“Nada bem. Ele é um caso perdido. Vive bebendo e dando para outras mulheres.” Pamela desabafou.

“Eu não sei como você aceita isso. Existe tanto homem melhor.”

A ruiva não sabia se realmente existiam tantos homens melhores assim, mas pelo menos havia de ter um que não era babaca e se interessasse pela sua amiga.

“Mas você sabe que eu amo ele.” Pamela deu de ombros. “E você? Como vai a Emminha?”

“Maravilhosa. Eu acho que a gente tem se aproximado muito nos últimos dias.” Jessica abriu um sorriso largo.

“Dá pra ver que você está muito radiante com isso.”

Pamela estava contente pela alegria da amiga.

“Eu tô, mas eu tenho que admitir que a ideia de perder ela de novo é insuportável.” Jessica observou o cardápio pensativa.

“Você não vai perder. Ela no máximo só vai voltar pra casa dela que é próxima da sua.” Pamela tentou consolá-la.

“Não é a mesma coisa.”

“É melhor que nada. E o Bradley como vai?” Pamela achou melhor mudar de assunto.

“Ele tá bem. Foi chamado pra fazer uma palestra numa universidade em Minas Gerais.”

“Que fantástico! Ele deve tá em êxtase!” Pamela disse animada com a conquista do professor.

“Com certeza. Você conhece o ego dele, tá todo metido.” A ruiva debochou do ex-marido.

“Conheço bem essa peça.” Pamela riu.

O garçom voltou, anotou os pedidos e depois saiu.

“Ele vai levar as crianças com ele na viagem.” Jessica acrescentou.

“Então quer dizer que você vai ter a casa só pra você e seu novo homem?” Pamela disse animada.


“Não, isso quer dizer que eu vou passar o dia inteiro preocupada com eles na estrada.” Jessica corrigiu a amiga.

“Jessica Michelle, você vai mesmo desperdiçar a oportunidade de transar com seu namorado um fim de semana inteiro?” Pamela chamou atenção da amiga.

“Sim, eu tô tentando me controlar nesse aspecto. Eu não sei, eu tenho pensado muito nisso e não é saudável.” Jessica confessou.

“Você tá pensando muito nisso, porque você não tá fazendo. Quando você fizer mais, você vai se acalmar.” Pamela explicou achando graça no dilema da amiga.

“E também tem o fato que ele pode tá chateado comigo.”

“O que você fez com o pobre homem?” Pamela deu um olhar de reprovação.

“Eu meio que insinuei que ele era um influenciável, drogado em potencial e apaixonado pelo ex-melhor-amigo, que a propósito já morreu. Eu fui uma total vadia.” Jessica contou fazendo a amiga dar altas gargalhadas.

“Não acredito, Jessica!” A amiga bateu palmas.

“Eu não sei porque eu sempre faço essas coisas.” Jessica balançou a cabeça.

“É porque você se boicota achando que ninguém é bom o suficiente para ocupar o lugar do Bradley.”

“O que o meu ex-marido tem a ver com isso? Eu só tava querendo me certificar que o Andrew era uma boa pessoa pra eu me casar.” Jessica explicou.

“Casar? Vocês não começaram tipo ontem?” Pamela perguntou perplexa.

“Não, já estamos juntos há meses. E não é como se eu quisesse me casar amanhã. Eu só quero ter certeza de que estou investindo na pessoa certa.”

“Mas isso você vai descobrir com o tempo. Jessica, por favor, não assuste o pobre homem com essa ideia de casamento.” Pamela alertou.

“Pode deixar. Eu já desisti dela. Na verdade, foi o meu pai e o reverendo que colocaram isso na minha cabeça, quando sugeriram que eu estava vivendo em pecado.” Jessica admitiu.

“Então vocês são sexualmente ativos!” Pamela falou um pouco alto demais.

“Shiiiu.” Jessica escondeu o rosto envergonhada.

“Seu reverendo não tá aqui. Agora me explica essa história.” Pamela disse ainda animada.

“A gente fez algumas vezes, mas não o suficiente.” Jessica tentou não olhar para o sorriso se formando no rosto da amiga.

“Como assim não o suficiente?”

“Essa coisa toda da minha religião e de ter criança em casa, você sabe como é...”

O garçom voltou com os pratos e desejou um bom almoço a elas.

“Eu acho que você deveria aproveitar a oportunidade de que você vai tá sozinha e chamar ele pra fazer uma visitinha. Ou você mesma pode fazer uma na casa dele. Acho que ele iria gostar.” Pamela sugeriu.

“Eu não sei... Eu tenho medo de passar a mensagem errada.” Jessica ponderou.

“De que você está desesperada?”

“Isso mesmo.” Jessica riu.

“Esse tipo de desespero os homens adoram, vai por mim.”  Pamela aconselhou.

“Eu talvez faça isso. Só porque eu tô realmente desesperada.” Jessica brincou e Pamela riu.


Era sábado à noite e Jessica estava em casa assistindo missão madrinha de casamento. Emma tinha ido viajar com o padrinho na quinta-feira e só voltaria na segunda. Ela tinha feito stickers de cenoura e estava comendo assistindo o filme, como se estivesse vendo-o pela primeira vez. Quando o filme acabou a ruiva resolveu se preparar para deitar e ler um livro. Ela estava lendo Amada de Toni Morrison. O livro estava sendo bem-sucedido em prender sua atenção, ela leu até se sentir sonolenta.

A advogada colocou o livro na cabeceira e apagou a luz do criado-mudo. Severos minutos se passaram e ela ainda não tinha conseguido dormir. Jessica podia tentar negar o quanto quisesse, mas ela estava carente. Mais ainda do que ela, seu corpo. Era extremamente frustrante precisar muito de uma coisa e aquilo ser errado. A ruiva apertou as pernas com força, uma contra a outra, na tentativa de conter a tensão que estava se formando entre elas. Jessica virou o rosto para o travesseiro e esperou a necessidade passar. Entretanto, não passou.

A advogada pegou o celular para olhar as horas e já tinha passado das dez. Droga, ela queria pedir para Andrew ir vê-la, porém era tarde demais. Jessica levantou da cama e pegou seu famoso copo de água. Em seguida ela ligou a tv da sala e colocou no canal de desenhos. Não que ela gostasse de desenhos, mas era a coisa mais idiota que ela conseguiu pensar para tirar sua cabeça de assuntos inapropriados. Depois de dois episódios entediantes de “Os jovens titãs em ação”, Jessica desligou a televisão e ligou para seu namorado.

“Alô.” Andrew atendeu.

“Oi, é a Jessica.”

Andrew achava engraçado o fato que ela sempre se identificava quando ligava.

“Eu sei que é você.” Ele riu. “Como você tá?”

“Você pode vir?” Jessica falou de uma vez.

“Claro, aconteceu alguma coisa?” Andrew olhou para o relógio.

“Não. Eu só.... Quer saber, esquece. Como você tá?” Jessica se sentiu estúpida por ter pedido pra ele ir na sua casa àquela hora da noite.

“Eu estou bem, e você?” Andrew perguntou ainda preocupado.

“Eu tô com dificuldade pra dormir.” Jessica admitiu. “Talvez você possa falar comigo até eu pegar num sono? Sua voz me acalma.”

Ela realmente se sentia melhor ao ouvir a voz masculina e sexy do professor. Ela quase conseguia sentir seu toque pelo telefone.

“Você ainda quer que eu vá pra aí? Porque se você quiser eu chego aí em quinze minutos.” Andrew conseguia ter uma ideia do que ela queria e se ele tivesse certo, seria uma ótima noite para os dois.

“Consegue fazer em dez?” Jessica falou de brincadeira.

“Se o acelerador do meu carro colaborar.” Andrew retribuiu a brincadeira.

“Perfeito. Então até daqui a pouco.” Jessica disse já se sentindo aliviada.

“Já tô chegando.” Andrew brincou.

Andrew trocou de roupa rapidamente e dirigiu até a casa da ruiva. Quando ele tocou a campainha, Jessica levantou do sofá e foi atendê-lo. Ao avistar seu namorado atrás da porta, a ruiva jogou os braços em sua volta e capturou seus lábios.

Andrew entrou com ela dentro de casa sem tirar os lábios dos seus e fechou a porta atrás de si.

“Posso saber como foi seu sábado?” Andrew provocou.

“Uma m***a.” Jessica respondeu, tornando a beijá-lo.

“Não vai me oferecer suco?” Andrew brincou de novo.

“Hoje não” A ruiva falou entre beijos.

Jessica queria tanto aquilo que não conseguia parar de beijá-lo, nem com muito esforço.

“Você quer comer alguma coisa?” Jessica perguntou quando finalmente se separaram.

“Não, obrigado. Eu tava brincando em relação ao suco.” O professor explicou.

“Eu sei. É que eu fui meio mal educada te atacando daquele jeito assim que você chegou.” Jessica se sentiu de repente envergonhada.

“Essa foi a melhor recepção que eu já tive.” Andrew falou descontraidamente.
Jessica colocou o cabelo atrás da orelha sem jeito.

“Quer ir pro meu quarto?” Jessica tomou coragem.

“Quero.” Andrew assentiu.

“Você se importa de eu apagar a luz?” Jessica perguntou quando adentraram seu quarto.

“O que você achar melhor.”

“Eu vou apagar essa e deixar a do criado acesa, tá bom?”

“Tá ótimo.”

Jessica apagou a luz do quarto e depois acendeu.

“Eu acho melhor você ficar do lado do criado pra você acender a lâmpada quando eu apagar aqui. Porque senão, vai tá escuro pra gente enxergar ela e acender.”

“Ok.”

Jessica estava agindo estranho, mas provavelmente era porque ela estava nervosa, apesar de aquela não ser a primeira vez que eles iriam dormir juntos.

Jessica apagou a luz e Andrew foi procurar o interruptor da lâmpada, quando ele acendeu, Jessica se sentou na beirada da cama ao seu lado.

A ruiva tocou seu rosto amorosamente.

“Eu gosto muito de você.” Jessica escaneou o rosto do namorado, traçando com os dedos o mesmo percurso do olhar.

“Eu também gosto muito de você.” Andrew ficou surpreso com a súbita mudança de atitude da ruiva. Ele virou o rosto e deu um beijo no pulso que estava próximo ao seu rosto. Jessica se aproximou lentamente e o beijou.

O beijo dos dois ficou intenso rapidamente. A advogada transmitia todos os seus desejos internos através de sua língua. Jessica deitou na cama e Andrew se posicionou em cima dela. Eventualmente, as roupas deles foram descartadas. 


O corpo nu do professor contra o seu trazia sensações inimagináveis. Ela ansiou por isso o dia inteiro, na verdade, fazia algum tempo já. Jessica pegou a mão do professor e a guiou para a parte sua que mais precisava dele. Andrew acariciou de leve causando calafrios na espinha da ruiva. Porém, o professor não daria o que ela queria logo de cara. Ele explorou seu corpo com toda a calma e habilidade do mundo, mandando a advogada para um estado de extrema urgência e necessidade. Os ruídos de Jessica se tornavam cada vez mais audíveis e sua cabeça rolou abruptamente para trás quando ele voltou a tocar sua intimidade.


.... O clímax a atingiu como um poderoso raio. Seu corpo entrou em convulsão e suas costas arquearam, sendo totalmente dominada pelo prazer. Andrew continuou acariciando seu sexo por mais alguns segundos enquanto a ruiva arfava pesadamente tentando devolver oxigênio a seus pulmões. Andrew puxou a ruiva para mais um beijo molhado e sexy.
O professor deitou do seu lado e deu um beijo na testa úmida de suor da namorada. Jessica abriu um sorriso fraco para o professor e tocou seu rosto de leve. Eles ficaram se entreolhando por alguns minutos enquanto a advogada recuperava o fôlego

“Eu realmente precisava disso.” Jessica disse com dificuldade.

“Não foi nada.” Andrew abriu um sorriso presunçoso para a ruiva.

“Obrigada.” Jessica tocou os lábios do professor e plantou um beijo. “Você fez eu me sentir muito bem, de verdade.”

“Você sabe que eu poderia fazer você se sentir ainda melhor se me deixasse fazer sexo oral em você.” Andrew insinuou com a voz sexy.

Jessica arregalou os olhos e foi tomada por uma timidez que a fez querer se cobrir toda. Ela nem conseguiu emitir nenhuma resposta ao namorado, apenas desviou o olhar.

“Desculpa, eu não queria te deixar envergonhada.” Andrew acariciou o braço da ruiva.

“Eu sei.”

“Olha pra mim.” Andrew pediu.

Jessica levantou o olhar e tentou não desviá-lo de novo.

“A gente vai sempre fazer as coisas à sua maneira, está bem?”

As palavras de Andrew tocaram o coração da ruiva. Naquele momento todas as duvidas que ela havia tido em relação a ele se dissiparam.


Jessica respondeu com um beijo apaixonado. Ela roçou suas pernas nas de Andrew, mostrando que estava pronta para dar continuidade ao que eles tinham começado.

(....)


 “F**k!” Andrew finalizou dentro dela.

Jessica beijou Andrew enquanto ainda o sentia pulsar dentro de si. O professor saiu de cima da advogada.

“Gostou de ter vindo?” Jessica perguntou sarcasticamente.

“Muito.” Ele abraçou a ruiva e beijou sua cabeça.

“Eu também.” Jessica disse sinceramente.

Os dois dormiram abraçados. Ao amanhecer Jessica estava em um lado da cama e Andrew do outro. O professor deu uma olhada na ruiva e se deparou com marcas de mutilação que ele não tinha reparado no dia anterior. Ela havia dito que aquilo não era nada preocupante e fez parecer quase como se fosse normal. No entanto, ele sabia que o que ela dissera era só uma forma de amenizar um vício grave que possuía. Porém, eles haviam acabado de ter uma noite tão agradável que achou melhor não pensar nas lesões da namorada. O professor passou um braço por cima da advogada e voltou a dormir, sendo acordado uma hora e meia depois com o despertador da ruiva. Jessica se apressou em desligá-lo, mas já era tarde demais, Andrew já havia acordado.

“Desculpa.” Jessica girou para perto de Andrew e deu alguns beijos em seu rosto. “Eu tenho que me arrumar.”

“Pra quê?” Andrew perguntou sonolento.

“Pra igreja. Você vai?”

“Você acha bom depois de ontem?” Andrew perguntou confuso fazendo a ruiva rir.

“Cometer um pecado e se afastar da igreja é pior que cometer um pecado e continuar indo.”

“Entendi.”

“Então você vai?” Jessica perguntou esperançosa.

“Vou.”

Andrew não estava a fim de ir, concordou apenas para agradá-la. Parecia ter funcionado, pois Jessica sorria de orelha a orelha.

“Ótimo! Eu vou logo pro banho pra gente não se atrasar.” Jessica sentou na cama e ajeitou o lençol em volta do corpo. Depois ela se aproximou de Andrew e se inclinou no seu ouvido. “Você me fez muito feliz ontem.” Ela então deu um beijo no seu rosto e se levantou.