segunda-feira, 20 de julho de 2020

E o emprego secreto era...

Lana estava sozinha em casa assistindo tv. De repente ela escutou um barulho de carro parecendo vir de perto. Lana olhou pela janela e viu sua mãe no banco de carona de um carro aparentemente bem caro. Quem estava no banco do motorista era uma mulher de cabelo curto que ela nunca tinha visto na vida. Quando a menina menos esperava, a mulher de cabelo curto inclinou em direção da sua mãe e a beijou, e sua mãe estava beijando-a de volta. Não, aquilo não podia estar acontecendo. Sua mãe não podia estar fazendo isso com ela. Lágrimas brotaram nos olhos da garota enquanto ela observava a terrível imagem. Lana fechou a cortina em choque. Suas mãos e seu queixo tremiam incontrolavelmente.

Miranda abriu a porta e tomou um susto com a filha.

"Eu achei que você estaria com seus avós hoje." Miranda jogou a chave em cima da mesa. "O que aconteceu?"

"Quem era aquela mulher no carro com você?" Lana perguntou acusadoramente.



O coração da Miranda gelou, ela ficou olhando para Lana sem reação.

"FALA!" Lana gritou.

"Eu posso explicar." Miranda falou nervosa.

"Explicar o quê? Que você é lésbica agora?" Lana falou a palavra com desprezo.

"Não é bem assim. Filha, deixa eu explicar." As lágrimas dos olhos da Miranda também começaram a cair.

"Não me chama de filha! Quem é aquela mulher?" Lana estava com tanta raiva que era capaz de matá-la.

"Minha chefe." Miranda admitiu.

"Sua chefe? E o que você tava fazendo beijando ela? É esse o seu emprego secreto? Ser a p**a dela?"

"Lana, você pode estar com a raiva que for de mim. Mas eu ainda sou sua mãe e eu exijo respeito." Miranda passou o braço no rosto para secar as lágrimas.

"Respeito? Quem é você pra falar de respeito? Você tá saindo com uma mulher por sabe lá quanto tempo e nem se incomodou em me contar." Lana não conseguia nem olhar mais para sua mãe.

"Eu queria. Mas eu sabia que você não aprovaria e eu não queria te colocar numa situação incômoda." Miranda explicou.

"E qual é a sua relação com aquela mulher?" Lana precisava saber dos detalhes antes de dar as costas para sua mãe.

"Como eu disse, ela é minha chefe. Eu fui demitida do hospital e fui trabalhar na casa dela como faxineira. Ela logo percebeu que eu era capaz de fazer mais que lavar chão e pratos e me ofereceu o cargo de sua assistente pessoal. Ela é uma mulher de negócios e precisava de alguém pra basicamente organizar sua vida, tanto pessoal quanto profissional. O salário também subiria então eu aceitei, porque obviamente eu preciso de dinheiro. A gente acabou se aproximando muito por causa do trabalho e no final... bem você já sabe o final da história." Miranda foi honesta pela primeira vez sobre seu real trabalho com a filha.



"E ela foi a primeira mulher que você se envolveu?" Lana perguntou ainda chorando.

"Sim! A primeira e a única. Eu não olho para outras mulheres. Não acho elas bonitas e nem atraentes. Só a Quinn que é diferente."

"Cala a boca!" Lana disse ríspida.

"Lana..."

"Eu não quero ouvir mais nada sobre essa mulher. Se você ainda quiser me ter como sua filha você vai terminar com essa pouca vergonha." Lana ameaçou.

"Lana, por favor! Você tá fazendo a mesma coisa que meus pais fizeram quando eu fiquei grávida de você." Miranda falou desesperada.

"Não ouse comparar as duas situações." Lana disse fervendo de raiva.

"Eu tô, sabe por quê? Porque eu tenho uma vida de m***a! Porque meus pais nunca me deram o apoio que eu precisava. Porque seu pai foi um covarde que deixou nós duas sozinhas e nunca mais deu as caras. Eu criei você sem ajuda de ninguém. Tive que me desdobrar em quatro pra conseguir colocar um prato de comida na mesa, pra você não morrer de fome. Eu sempre vivi minha vida inteira por você. E agora que eu preciso que você me entenda e fique do meu lado, você se coloca contra mim."

"Desculpa por ter nascido e por você ter tido que cuidar de mim. Se eu pudesse escolher eu não teria nascido, muito menos pra ter você como mãe. Eu quero que você esqueça que eu existo!" Lana foi para o quarto e começou a fazer as malas.

Miranda foi desesperada atrás da filha.
"O que você tá fazendo?" Miranda perguntou com a voz desgastada do choro.

"Tô indo morar com os meus avós." Lana tentava fazer as malas o mais rápido possível, ela não queria passar nem mais um segundo com sua mãe.

"Por favor, não! Eu termino tudo com ela. Eu arrumo outro emprego." Miranda implorou.

"Não adianta mais. Eu já perdi todo o respeito que eu tinha por você. Agora, eu não poderia me importar menos com o que você faz da sua vida." Lana fechou a mala e puxou-a da cama.

"Por favor, não me deixa! Você é tudo que eu tenho!" Miranda tentou segurar a filha, mas ela logo se desprendeu.

"Adeus."

Com isso Lana saiu de casa. As duas em prantos, uma dentro e outra fora de casa.



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