sábado, 15 de dezembro de 2018

Grupo II

- É a sua vez! [ela sorriu]
- Ah é! [lembrou ele, que estava distraído] Se uma bola de cristal pudesse contar a verdade sobre você, sua vida, o futuro ou qualquer outra coisa, o que lhe perguntaria?
- Ush! Sei lá! É tanta coisa que eu gostaria de saber... [falou ela pensativa] Ah, já sei! Acho que eu perguntaria se no final da minha vida eu estaria satisfeita comigo mesma e com a minha vida.
- E se a resposta da bola fosse não?
- Não sei. [disse ela franzindo a testa] Acho que eu ficaria muito triste e repensaria toda a minha vida e meus sonhos.
- É uma pergunta muito pesada, acho, pra ser feita no final da vida. Acho que essa pergunta deve ser feita de tempos e tempos durante o decorrer da vida. Você não precisa de uma bola pra isso. O que eu quero realmente dizer é que você jogaria sua pergunta fora!
- Você acha? [disse ela ofendida, abrindo a boca num meio sorriso, meio boquiaberta]
- [ele piscou para ela] Agora a pergunta desse grande mestre entendedor da vida seria: [ele fez uma pausa dramática] Deus existe?
- Ah, que pergunta previsível. [ela revirou os olhos]
- Essa pergunta é muito importante pra mim.
- Você acha que você mudaria muito dependendo da resposta?
- De personalidade não, mas eu me sentiria completamente perdido e vazio.
- Eu também acho que não mudaria muito também, mas seria um pouco desconcertante se não existisse nenhum Deus.
- É. Eu não gosto nem de pensar numa coisa dessas... Melhor até ir pra próxima! Vamos lá: Há algo que há muito tempo deseja fazer? Por que ainda não fez? [ela instantaneamente ficou vermelha e soltou um riso sem graça] O que foi?
- Nada! Pensei em algo completamente aleatório.
- Normalmente a primeira coisa que vem na mente é a mais sincera.
- [ela continuou rindo sem graça] É, mas isso não é uma boa resposta pra pergunta. [ela bebeu uma taça de água] Bem, eu gostaria de fazer diferença na luta feminina. Lutar mais, sabe? Agora o porquê eu não fiz... Bem, eu não sei... Acho que não é tão fácil assim, mas talvez seja só eu dando mais uma desculpa pra minha passividade.
- Eu não te acho passiva. Eu acho que pra sua idade até que você faz muito.
- Obrigada de verdade, mas eu acho que poderia fazer muito mais. E você?
- Bem, eu gostaria de escrever um livro, mas eu não faço, porque acho que o conteúdo seria muito autoajuda trash ou muito presunçoso.
- É engraçado que a gente só se deprecia, né?
- Não! Apesar disso, eu sei que eu sou maravilhoso. [disse ele convicto]
- [ela sorriu] Qual é a maior conquista que conseguiu em sua vida?
- Família. E a sua?
- Ir bem no SAT.
- Foi uma conquista e tanto também! E você ainda tem muito para conquistar... [ela sorriu novamente para ele] O que mais valoriza em um amigo?
- Companheirismo.
- Companheirismo.
- Fácil essa! Vamos ver a outra... Qual é sua lembrança mais valiosa? Uuuuuuh...
- Mais valiosa? Nossa, essa é muito difícil.
- Verdade!
- Bem, [disse ele pensativo] eu não sei se é a mais valiosa, mas é uma das mais valiosas para mim. Quando a minha mãe ficou muito doente, eu não entendia direito as coisas. Me disseram que era só uma gripe e eu acreditei. Quando descobriram que não tinha mais jeito, minha mãe decidiu um dia sair da cama e ir passear comigo. Eu me lembro que a gente brincou bastante, mas que depois ela ficou bem cansada e nós voltamos pra casa. Quando a gente chegou, meu pai estava com muita raiva, porque ela não ficou de repouso. Ela foi pra cama e eles conversaram. Depois eles me chamaram e eu fiquei com medo de ouvir alguma notícia ruim, mas a minha mãe começou a falar animadamente, como se tudo estivesse bem. Eu deitei na cama junto com ela e meu pai ficou sentado. Ela me contou uma história para dormir e eu fiquei ouvindo enquanto o meu pai mexia no meu cabelo e ela no meu braço. [contou ele absorvido em suas lembranças] E foi isso!
- Isso foi bem íntimo. Me desculpa.
- Tudo bem! Eu contei, porque eu me senti confortável e é sempre bom lembrar... Mas olha, não é muito difícil um momento se tornar valioso pra mim. Eu contei esse, porque foi mais substancial, mas tem outros mais sem graça, sem nenhuma beleza aparente... E o seu?
- A minha é tão boba e superficial... [ela disse desconfortável] Foi quando eu ganhei um prêmio por um artigo que eu escrevi.
- Não tem nada de superficial nisso.
- Eu não sei se é a mais valiosa, sabe? Mas eu sei que eu me senti muito feliz naquele dia. [ela disse sem graça]
- É um grande feito!
- Qual é a próxima? [ela quis mudar de foco]
- Qual é sua lembrança mais dolorosa? Nossa, as perguntas estão bem mais profundas agora.
- É mesmo!
- Não precisa contar, se quiser.
- Eu conto! Você já se abriu tanto... Bem, a morte do meu vô foi bem dolorosa, mas uma das mais dolorosas foi quando eu escutei o meu pai dizendo pra minha mãe que não a amava mais e a cara que ela fez de quem tinha levado um soco no estômago.
- Ele disse isso na sua frente?
- Ele não sabia que eu tava vendo. Nem a minha mãe, na verdade! Ele tava de costas pra mim, mas o rosto da minha mãe eu conseguia ver muito bem.
- É difícil mesmo.
- Olha, a sua que você não precisa contar. Acho que a resposta anterior já valeu por essa também.
- Eu conto! Não a mais dolorosa, mas uma dolorosa. Eu fiquei muito triste quando o meu pai me renegou como filho.
- Ai, Fulano, eu queria te ninar, de verdade. [falou ela bem tristinha]
- [ele riu] Não precisa! Eu já superei muita coisa. E outra, eu sou muito feliz hoje em dia, de verdade. Não tenho nada pra reclamar. Eu amo a minha família, meu emprego. Me sinto muito completo.
- Você merece!
- Obrigado [ele sorriu] Você também.
- Vamos aumentar esse astral! Próxima pergunta: [disse ela animada] Se você soubesse que vai morrer... [ela se desanimou e revirou os olhos. Isso o fez rir] daqui a um ano de maneira repentina, mudaria algo em sua maneira de viver? Por quê?
- Com certeza!
- Por quê?
- Porque eu não me obrigaria a ter responsabilidades que não me levariam a nada. Só iria querer ficar com os que eu amo fazendo as coisas que eu gosto.
- Eu também mudaria, pelo mesmo motivo. Eu tentaria fazer tudo o que eu quisesse, mas que não tive coragem antes.
- Essa foi uma pergunta bem clichê. Acho que boa parte das pessoas dariam as nossas respostas.
- Verdade! Faz a próxima então.
- O que significa a amizade para você?
- Muita coisa.
- Muita coisa. [ele sorriu]
- Pergunta chata, resposta chata. A próxima é: que importância tem o amor e o afeto em sua vida?
- Muito grande.
- Muito grande. [eles riram]
- Compartilhem, de forma alternada, cinco características que consideram positivas em seu companheiro.
- Eu começo?
- Você começa.
- Sua bondade.
- Inteligência.
- Hmmmm... você se importa com as pessoas.
- Eu te acho uma boa amiga.
- Obrigada! Eu te acho muito família. Dá pra ver que você é muito apegado a eles.
- Eu gosto da sua preocupação com causas sociais.
- Eu te acho fofinho.
- Sério?
- Sério!
- Obrigado! Eu gosto que você é alto astral, mas não pra qualquer um.
- Eu gosto da sua timidez. Acho que foi a última!
- E eu gosto da sua calmaria.
- Foi fácil essa.
- Foi sim!
- Sua família é próxima e carinhosa? Acha que sua infância foi mais feliz que a dos demais?
- Sim, mas não carinhosa de fazer carinho fisicamente. Eu acho que o carinho é mais simbólico, de preocupação, de brincadeira, união. E sobre a segunda pergunta, com certeza não.
- Minha família no geral não é muito próxima, principalmente a por parte de pai. A gente só se vê normalmente em ocasiões muito especiais. E eu também não acho que minha infância foi melhor que a dos outros, apesar de ter sido uma boa infância. Acontece que eu me sentia muito sozinha às vezes por ser filha única.
- Verdade! Eu também sou filho único. Sei como é.
- Pois é!
- E como se sente em relação a sua mãe?
- Eu amo a minha mãe. Somos muito próximas. A gente não tem uma relação de amigas, sabe? É de mãe e filha mesmo e eu gosto disso. Ela é a coisa mais importante pra mim.
- A minha também era a coisa mais importante pra mim. Eu sinto falta dela, mas eu acredito que ela está num lugar melhor e que um dia vamos nos encontrar. Eu tenho muita fé nisso.
- Vão sim.
- Falei muito da minha mãe hoje...
- Você não gosta de falar dela?
- Não sei... Eu me sinto um pouco estranho, porque quando eu falo, parece que tudo foi tão recente, apesar de não ter sido.
- Desculpa por te fazer falar dela.
- Não! Eu acho importante falar. É estranho, mas é bom também. E não foi você que me fez falar, foram as perguntas.
- Mas você ta aqui por minha causa.
- E eu to me divertindo muito. [ela sorriu] Terminamos o grupo II.
- Grupo III agora?
- Grupo III!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Grupo I

- A primeira é: Se pudesse escolher qualquer pessoa no mundo, quem convidaria para jantar?
- Hmmmmmm... Difícil! Precisa ta viva?
- Acho que sim.
- Hmmmmmm... [suspiro] Eu acho... que... [silêncio para pensar] ... a rainha.
- Sério? [perguntou meio surpresa para o mau sentido]
- Não! [os dois meio que riram] Mas eu realmente não faço a absoluta ideia. São muitas opções.
- É verdade, são muitas... [falou pensativa]
- E você?
- Eu acho que escolheria a Angela Davis.
- Interessante...
- Mas a verdade é que tem tantas mulheres incríveis que eu gostaria de conhecer... [falou entusiasmada] Conceição Evaristo, Dilma, Princesa Elizabeth of Toro... São muitas!
- Eu não conheço essa última.
- Ah [fulano], ela é incrível! Ela é da Uganda e foi uma das três únicas mulheres africanas a cursar Direito em Cambridge nos anos 60. Já foi ministra, embaixadora da ONU, modelo. Ela simplesmente é demais!
- Bem a sua cara. [disse sorrindo]
- É! [ela sorriu extasiada olhando para o nada e depois voltou sua atenção ao fulano] Agora é a sua vez!
- Gostaria de ser famoso? De que forma?
- Aaaaaahn, não sei! Talvez! Eu não diria famosa, mas eu gostaria de fazer algo substancial nem que fosse pra uma pequena comunidade. Me sentir útil, sabe?
- Entendo! Na verdade, eu concordo! Essa seria a minha resposta também. [falou com um sorrisinho tímido. Ela sorriu de volta timidamente também.]
- Parece prepotente da nossa parte, não é?
- É um pouco, de certa forma, mas pelo menos ta ligado a fazer o bem, nem que seja pensando um pouco na nossa própria vaidade, no sentindo de se sentir importante.
- De que a sua vida teve valor, né?
- É!
- Bem, a terceira pergunta é: antes de fazer uma ligação telefônica, você ensaia o que vai falar? Por quê?
- Quando eu era mais novo sim.
- Eu também! Mas é normal, não?
- É! Falta de confiança, eu acho.
- Sim! Concordo!
- Para você, como seria um dia perfeito?
- Eu, minha mãe e meu pai juntos em Gramado ou outro lugar bonito, que tenha uma áurea familiar.
- Você exige bem pouco.
- Na verdade eu exijo muito. Meus pais são divorciados e não se dão bem.
- Eu não sabia...
- É [falou um pouco triste] Eles não conseguem nem olhar pra cara do outro. Eu no começo achava que não me importava, sabe? Mas aí eu tive um sonho com os três juntos e felizes assistindo tv e vi que na verdade eu me importo sim.
- Quantos anos você tinha quando eles se separaram?
- Dez!
- Dez?
- Sim.
- Caramba! Você era nova ainda.
- É! Eu fiquei muito triste no começo, mas depois eu me acostumei, ou pelo menos achei que me acostumei.
- A gente se acostuma, mas não deixa de sentir saudades.
- É verdade! [disse ela meio tristonha e pensativa, até que interrompeu seus pensamentos e perguntou] E você?
- De verdade? [perguntou rindo]
- Não! De mentira! É claro que é de verdade!
- Pra mim o meu dia perfeito seria estar cercado de todos os que eu amo, que no meu caso é a minha família, ver todos muito felizes, aproveitar muito bem o dia ensolarado e no final da tarde, antes das 18h, morrer.
- Sério? [perguntou assustada]
- Sério! [respondeu ele com um sorriso de canto]
- Você quer morrer?
- Eventualmente sim!
- Por quê?
- Porque morrer pode ser uma coisa muito bonita às vezes. Veja bem, morrer muito doente não é legal ou assassinado, mas de forma tranquila, sabendo que os seus estão bem, estão encaminhados é uma forma bonita de morrer. O problema é que a gente não pode escolher o modo como vamos morrer.
- Mas eu não entendi por que você quer morrer justamente no seu dia perfeito.
- No meu dia perfeito, eu estaria mais velho e os meus também. Eu gostaria de morrer para nunca precisar perdê-los.
- Eu odiei a sua resposta! [disse zangada]
- Eu sei, me desculpa!
- Você só vai poder ter seu dia perfeito quando estiver velho prestes a morrer?
- Eu só vou ter meu dia perfeito quando todos os que eu quero bem estiverem bem. Não necessariamente só a minha família está no pacote, mas aí complica mais as coisas.
- Ok! Vamos pra próxima, porque eu quero me esquecer dessa resposta. Quando foi a última vez que cantou sozinho? E para outra pessoa?
- A última vez que eu cantei sozinho foi hoje no carro, mas eu mais cantarolei que cantei. Pra alguém eu não faço a mínima ideia. Eu não gosto da ideia de cantar pra alguém.
- Por quê? Você canta mal? [perguntou rindo]
- Eu canto estranho.
- Então você canta mal! [continuou rindo] Bem, no meu caso, eu cantei hoje também e pra al...
- O quê?
- O que eu cantei?
- É!
- Baby it's cold outside.
- Você foi os dois? [perguntou ele divertidamente]
- Fui, quer dizer, mais ou menos. Não tem como ser os dois o tempo inteiro. Você ta me zoando?
- Não, claro que não.
- Eu canto bem, ta?
- Eu acredito!
- É sério! [os dois riram ainda mais] Eu poderia ser cantora se quisesse. Fulano, não me ofenda.
- Nunca!
- E o que você cantou?
- The Police.
- Every breath you take?
- Every little thing she does it's magic. Eles gostam de um every, não?
- HAHAHA Deve ter sido muito bom! Essa música é a sua cara.
- Só que não! [os dois falaram junto o "não" e riram]
- Vai, próxima pergunta!
- Se pudesse viver até os 90 anos e ter o corpo ou a mente de alguém de 30 durante os últimos 60 anos de sua vida, qual das duas opções escolheria?
- Fácil! Viver até os 90. Next!
- Tem uma intu...
- Não, você tem que responder. Não, pera, já sei a sua resposta. A que você tiver que viver menos.
- Pode debochar, Fulana.
- Não, desculpa, desculpa. Você falou aquilo e de alguma forma faz algum sentido pra você e eu respeito. Qual seria a sua resposta então?
- A que eu tivesse que viver menos! [falou debochado] Tem uma intuição secreta de como vai morrer?
- Mais morte... Hmmm, acho que torturada, do jeito que o Brasil está retrocedendo. E você?
- Não faço a mínima ideia.
- Diga... Uuuuh, essa é boa. [disse ela empolgada]  Diga três coisas que acredita ter em comum com seu interlocutor. [ela olhou para ele com os olhos semicerrados desafiadoramente]
- Nós dois somos lindos, inteligentes e ricos.
- [ela riu] Ótima resposta. Lindos, inteligentes e ricos. Eu fico com essa também.
- Não, você tem que dizer outras três coisas.
- Por quê?
- Porque eu já falei essa.
- Mas a gente já tinha copiado respostas antes.
- Mas nessa não vale.
- Quem disse isso?
- O papel!
- Cadê?
- Bora, fulana! A gente ainda tem 1784 perguntas pra responder.
- Hmmm, deixa eu ver! [ela olhou para ele o analisando] Nós somos brancos...
- Três coisas que ACREDITA ter em comum.
- Ué, nós somos brancos.
- Mas nisso você tem certeza. Tem que ser acredita!
- Ah, então você tem que responder de novo.
- Tudo bem. Depois de você.
- Aff, agora eu preciso pensar... Hmmmmmm... eu acho que nós dois somos pessoas boas. Nós também temos sede de conhecimento. E por último... hmmm... nós não nos arriscamos muito. Pronto! [disse satisfeita] Agora é a sua vez!
- Ta ok! Eu acho que nós dois somos metidos a inteligente, mas no final somos mais do que as pessoas no geral. Eu acho também que nós dois temos dificuldade de reconhecer nossos erros, não por orgulho, mas por acreditarmos sempre nas nossas intenções e termos justificativas para nossas ações e a terceira coisa seria... Deixa eu ver... Nós dois cantamos mal!
- Eu não canto mal!
- Sei...
- Você só me ofende.
- Claro que não. Essa é a única característica que falta para você ser perfeita.
- Ah ta! Saiu pela tangente, espertinho.
- De quem é a vez agora de ler?
- Não me lembro! Acho que é a sua.
- Ok! Por quais aspectos de sua vida você se sente mais agradecido?
- Ai, que difícil! Nenhum! [ela riu]
- Que isso!
- Não, não, isso não é verdade. [ela começou a pensar] Aaaah, sei lá. Pelas minhas notas, meus amigos e minha família. E você?
- Pelas minhas notas... Brincadeira! [disse ele ao ver a reação da outra] Pelo meu emprego, minha família e pelas pessoas que eu gosto e que estão bem.
- Se pudesse mudar algo em como foi educado, o que seria?
- Tudo!
- Tudo?
- Basicamente. Eu não tive uma boa educação no geral.
- Bem, no meu caso eu não mudaria nada.
- Dois extremistas, não?
- É [ela sorriu]
- Use quatro minutos para contar a seu companheiro a história de sua vida com todo o detalhe possível.
- Aff... A gente não pode pular essa não?
- Não! Eu estou interessado. Vai!
- Eu nasci e meus pais ficaram muito felizes, porque eles queriam um filho, mas depois eles não quiseram ter mais, porque acharam que um já dava trabalho o suficiente. Minha mãe deixou de trabalhar depois que me teve para poder estar presente durante a minha infância. Ela quis repetir o que a minha avó fez por ela. Quando eu nasci eu era muito estrábica e tive que fazer operação para consertar o problema. Minha mãe disse que não dormia na época, porque eu não podia coçar o olho e como eu era bebê, ela tinha que tomar conta. Meu pai adora barcos e muitas das minhas férias foram andando de barco, mas depois de um tempo eu me recusei a viajar de barco depois de descobrir a história da Terry Jo. Já se passaram os quatro minutos?
- Não passou nem 1.
- Sério?
- Sério!
- Ai, eu não tenho mais o que contar.
- Tudo bem, ta bom então.
- Ai, obrigada!
- Foi engraçado, porque você deu um monte de informações aleatórias da sua vida e tava contando tudo muito apressado.
- Foi muita pressão! Bem, agora é a sua vez.
- Ok! Eu nasci prematuro, mas foi só de 7 meses. Eu não me lembro muito da minha infância. Eu só me lembro que eu era uma peste quando era bem pequeno. Meu pai brigava muito comigo e minha mãe também às vezes. Ele costumava me censurar e ela vinha me defender dizendo que eu era muito novo, que criança era assim mesmo. Uma vez um amigo do meu pai tava fazendo um discurso e recitando poesias. Todo mundo estava adorando, mas eu tava odiando, porque por causa dele, eu não podia pegar os doces que estavam na mesa. Eu sei que ele ficou falando por muito tempo. Pra mim parecia uma eternidade. Eu, então, tentei pegar os doces escondido. Minha mãe viu e chamou a minha atenção, só que eu fiquei com raiva e comecei a reclamar. Meu pai vendo que eu tava fazendo pirraça, me tirou da sala, me trancou no quarto e me impediu de comer os doces. Eu fiquei com muita raiva e jurei me vingar desse amigo faladeiro do meu pai. Depois minha mãe me destrancou de lá e eu fiquei brincando no jardim. Andando por lá eu ouvi um barulho e fui ver o que era. Quando eu vi, era o cara faladeiro com uma mulher que não era a esposa dele. Ele tava falando umas coisas galantes para mulher até que eles se beijaram. Eu vi e como vingança comecei a gritar para todo mundo que os dois estavam se beijando.
- Sério? Não creio!
- É verdade.
- Você era um capetinha.
- Era sim!
- E...
- E eu sei que nesse dia eu apanhei muito.
- Tadinho...
- Eu mereci um pouquinho.
- Eu acho que nenhuma criança merece apanhar.
- É verdade, você ta certa!
- Mas eu também te bateria se eu fosse os seus pais. [os dois riram] Última pergunta do grupo I: Se amanhã pudesse se levantar desfrutando de uma habilidade ou qualidade nova, qual seria?
- Ler tudo na velocidade da luz, se eu quisesse.
- Que habilidade ótima!
- É! É boa, porque me permitiria aproveitar o prazer da leitura se eu desejasse.
- Posso roubar a sua resposta dessa vez?
- Pode!
- Agora são as perguntas do grupo II?
- Sim!

(Sou novx no blog. Perdoem os erros)

Minha vida mando eu

Eram 4 horas da manhã. Miranda girou a chave para entrar em casa tentando não fazer muito barulho para não acordar sua filha adolescente que dormia no quarto ao lado. 

Ela entrou cambaleando pela sala, buscando equilíbrio nas paredes procurando o interruptor. Quando conseguiu acender a luz, Miranda se deparou com sua mãe que acordava do sono pela claridade repentina do cômodo. Miranda xingou. A pessoa que ela menos queria ver naquele momento era sua mãe.

"Então é essa hora que você tem chegado em casa?" Sua mãe, Isaura, perguntou num tom acusador.

"Eu estava trabalhando, sabe, pra pagar as contas. Algumas pessoas precisam fazer isso pra viver, não que você entenda, mãe." Miranda disse sarcasticamente.

"Que tipo de trabalho é esse que faz você voltar pra casa bêbada?" A mãe dela a confrontou.

"Eu não to bêbada!" Miranda se defendeu caminhando até a cozinha com dificuldade.

"Você pensa que engana quem?" Sua mãe se levantou, puxando o braço da filha para fazê-la olhar pra si. "Eu consigo sentir o cheiro de álcool em você inteira."

"Não é da sua conta." Miranda disse ríspida, se desvencilhando do aperto da mãe.

"Tudo o que diz respeito a minha neta é da minha conta. Você tem deixado ela largada o dia inteiro. Só aparece de madruga e bêbada ainda por cima! Como você acha que uma menina de 15 anos lida com uma coisa dessas?" 

"Não sei mãe, me conta." Miranda a olhou encorajando-a a dizer o que estava em sua mente. 

"No mínimo ela vai ficar igual a você." Isaura disse amargamente.
 
"E Deus livre qualquer pessoa de acabar igual a mim." Miranda disse ironicamente. "Quer saber? Eu não ligo pro que você pensa. Ninguém nunca é bom o suficiente pra você, a não ser claro, pelo seu precioso filho."

"Nós aprendemos com o nosso erro." Sua mãe disse orgulhosa. 

"Que bom, fico feliz por ter servido pra alguma coisa." Miranda engoliu uma aspirina e foi para o quarto. 

"Amanhã a Lana vai ficar na minha casa." Sua mãe a notificou com autoridade. 

"Que seja." Miranda entrou no quarto e fechou a porta colocando um fim na discussão.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Chapter IV - My Consciousness

   Eles estavam se beijando loucamente. Era incrível como ela havia mudado nos últimos anos. Jessica mal conseguia reconhecer seu reflexo no espelho. Não era uma confiança que brotara repentinamente tampouco a maturidade. Era uma figura que ela repudiava, repudiava porque representava tudo o que ela não queria ser, tudo o qual sempre condenou. Era muito fácil quando adolescente apontar erros e julgar pessoas por ações e decisões que só viria a saber o peso, o infortúnio e o cinismo com o tempo. 
   Agora se tornara mais uma do clube das divorciadas que mantinha relações quentes com um cara sexy e provavelmente bonito demais para ela. Parte dela se sentia aliviada de sua mãe não estar mais viva para ver a decadência e a vergonha que se tornara. Enquanto Júlio beijava o vão de seus seios e descia a mão por entre suas pernas até chegar no seu lugar proibido. Jessica revirava os olhos em êxtase e soltava gemidos tímidos porém perfeitamente audíveis ao parceiro.
   Sexo sempre foi um assunto delicado para Jessica. Até hoje sentia vergonha no simples pronunciar da palavra. Era algo que era para ser guardado e usufruído apenas no matrimônio. Entretanto, ela já quebrara as regras uma vez. Será que fazia tanta diferença se ela estava quebrando novamente, agora adulta? As regras não eram  restritas apenas às virgens? Ela realmente teria de se casar de novo para satisfazer suas necessidades? Jessica sentia seu rosto corar toda vez que se dava conta de que tinha esse tipo de necessidade. Sua mãe sempre a fez acreditar que sexo era sobre o dever da esposa para com o marido, nunca comentara que poderia gostar e desejar aquilo. Isso, só veio a descobrir um pouco mais tarde com os livros e com as mudanças no próprio corpo.
   E qual era o peso de cada pecado? Seria a mentira pior que a soberba? A luxúria pior que o divórcio? Teriam todos a mesma medida?
   Júlio e Jessica se entregavam aos seus desejos e paixões quando tocou a campainha. Os dois se entre olharam. 

"Você está esperando alguém?" Júlio perguntou interrompendo seus movimentos nela.

"Não." Jessica respondeu com o pouco senso de realidade que lhe restava.

"Vamos deixar que pensem que não tem ninguém em casa." 
Jessica acenou com a cabeça.

Júlio voltou a beijá-la e segundos depois a campainha soou de novo.

"Pode ser a Emma." Jessica disse com um tom de preocupação.

"Não é ela." Júlio desconversou.

"Como você sabe?" Jessica disse saindo debaixo de Júlio e pegando a primeira roupa à vista que não fosse do namorado e vestindo.

"Seja quem for não poderia ter um timing pior." Júlio disse com um repentino mau humor.

"Não existe timing pra Emma nessa casa, a qualquer hora ela é muito bem vinda." Jessica rebateu autoritária. "E vê se coloca logo a roupa." Ela jogou as roupas que estavam no chão para ele, depois prendeu seu cabelo num rabo de cavalo desgrenhado e em seguida ela foi atender a porta. 

Ela estava usando um short xadrez um pouco grande demais pra ela, uma camisa velha e nenhum calçado.

"Bradley!" Jessica disse surpresa ao ver o ex-marido, de repente se sentindo envergonhada e culpada.


As palavras sumiram da boca de Bradley. Ele não conseguia deixar de notar a figura de sua ex mulher. Estava na cara que ele havia interrompido o casal. O corpo dela estava úmido de suor, com partes do cabelo colado no rosto, os olhos dilatados, a respiração acelerada e ainda por cima com algumas marcas vermelhas no corpo, evidentes pela pele extremamente clara da ex.

"O que você ta fazendo aqui?" Jessica perguntou quebrando o silêncio.

"Eu vim pra discutir uma coisa com você, mas pode ficar pra depois." Bradley disse fazendo pouco caso do assunto.

"Você pode falar agora." Jessica disse fechando a porta atrás dela e segurando firme a maçaneta. "Você veio até aqui deve ser importante." Ela acrescentou. 

"Na verdade não." Bradley negou. "Eu posso falar outra hora, você parece estar ocupada e como eu disse nem é importante o que eu tenho pra falar."

"Ah." Jessica disse decepcionada(?) "Tudo bem então." 

"Pode deixar que da próxima vez eu ligo antes de aparecer assim na sua porta." Bradley sabia que estava cruzando a linha mas ele não se importava. 

Jessica conseguia sentir o sangue indo para a cabeça de tanta vergonha e humilhação. 

"Uhum." Jessica concordou simplesmente porque não confiava na própria voz. 

"Eu vou indo então." Bradley se virou e saiu. 

Jessica respirou fundo e voltou pra dentro do apartamento. 

"Quem era?" Júlio perguntou ao ver a namorada de volta. 

"Era uma vizinha pra avisar da reunião do condomínio." Jessica mentiu.

"Desculpa sobre o que eu disse sobre o timing. Eu concordo que não existe mau timing pra Emma." Ele se desculpou pegando Jessica nos braços. 

"Minha reação também não foi das melhores. Eu tenho estado um pouco ranzinza ultimamente, me perdoa?" Jessica suplicou com os olhos. 

"Sempre." 



Digam se gostaram de notícias contadas dessa forma :p

domingo, 1 de julho de 2018

O poder Gosling


Zoey, Ariana, Sarah e Rachel estavam na casa da última fazendo trabalho sobre um livro passado por Andrew. Depois de um tempo, as quatro resolveram dar uma pausa para comer e descansar e o seguinte diálogo se desenvolveu:

Sarah: Gente, que trabalho dos infernos!
Zoey: E o pior é que a gente nem ta perto de terminar.
Ariana: Ai, gente, eu não vou poder ficar até tarde aqui hoje não. No mais tardar, 17h eu tenho que ta saindo daqui.
Sarah: Por quê? Vai sair mais tarde?
Ariana: Eu e o Ryan vamos assistir Os Incríveis 2. (falou animadamente)
Rachel revirou os olhos e Ariana viu.
Ariana: Que foi? Algum problema? (perguntou desfiadoramente, se sentindo vitoriosa pela reação de Rachel)
Rachel: Nenhum.
Ariana: Então por que revirou os olhos? Não fez sentido! (continuou Ariana, saboreando colocar a morena contra a parede)
Rachel: Porque esse é um motivo bobo pra gente não poder terminar o trabalho hoje, mas tudo bem, a gente termina outro dia.
Ariana: A gente não conseguiria terminar hoje mesmo! Sei lá, Rachel, to achando que você ta incomodada por outro motivo.
Rachel sorriu de canto, sem se preocupar com as provocações. Na verdade, ela achava tudo muito engraçado, porque para ela, isso dizia muito sobre Ariana.
Sarah: Ai, Ari, que inveja de você! Queria um cara como o Ryan. Ele é tão lindo e tão fofo.
Ariana: E não é só isso. Ele tem outros dotes também. (disse levantando duas vezes seguidas as sobrancelhas)
Sarah: Ele cozinha também?
Ariana: Não! (negou, olhando Sarah como se ela fosse tapada) To falando de certo membro dele.
Zoey abaixou a cabeça, sem graça e Rachel franziu a testa, achando aquela conversa patética.
Sarah: Então ele tem lá embaixo uma city of stars? (cantarolou o título da música como o Ryan, rindo logo em seguida)
Ariana riu de volta forçadamente, pois achou a piada besta.
Zoey: Podemos parar de falar do cara lá de baixo do Ryan? Eu to comendo! 
Ariana: E existe momento mais propício pra falar sobre isso? (ela riu bem alto e mordeu vorazmente o pão)
Zoey ignorou Ariana e continuou: Mas não tem como você pedir pro Ryan te buscar aqui pra vocês irem direto pro cinema? Porque eu imagino que você queira sair mais cedo pra se arrumar.
Ariana: Mas eu não quero ir de uniforme.
Rachel: Eu te empresto uma roupa.
Ariana: Eu não quero ir cheirando a você!
Rachel: Por quê? O Ryan gosta do meu cheiro. (assim que falou aquilo, Rachel se arrependeu. Foi algo dito sem pensar. O subconsciente dela havia caído nas provocações direitinho. Ai, que raiva!)
Ariana: Quem disse? Você ta se achando! Já terminaram há muito tempo! (retrucou irada com aquele comentário)
Rachel: Foi uma piada, Ariana. (falou calmamente a menina) 
Sarah: Mas Ari, ele devia gostar do cheiro dela, afinal os dois namoraram.
Ariana: Mas ela não disse que ele gostava, ela disse gosta! (a rainha disse com raiva)
Rachel: Eu falei gostava.
Ariana: Falou gosta. Presente!
Rachel: Eu falei gostava, Ariana. (continuou Rachel calma, ao contrário de Ariana que estava nervosa)
Ariana: Falou gosta, mas mesmo que tenha falado "gostava", não sei como você pode afirmar isso, já que namorar não significa gostar do cheiro. 
Sarah: Ele pode ter falado!
Zoey: Ariana, isso é passado. Por que você se importa? Ele ta com você agora.
Ariana: Porque eu sabia que essa descarada ainda gostava dele! E o pior é que ela age como se pudesse ter ele de volta quando quisesse.
Rachel: Nossa, mas você é muito insegura! (falou Rachel blazer)
Ariana: E você se acha muito!
Rachel: Eu não falei nada demais!
Ariana: Eu era sua amiga quando você namorava o Ryan. Eu vi de perto o namoro dos dois e aquilo não foi nada demais.
Rachel: Concordo, Ariana.
Ariana: Você nunca gostou dele de verdade, você só gostava de ter ele. Nunca o mereceu!
Rachel: Chega de drama, Ariana! (a morena revirou os olhos)
Ariana: Eu às vezes me pergunto: como será a turma agiria se soubessem que você traiu o Ryan, hein?
Rachel: Eu nunca trai o Ryan! (disse ela se levantando da cadeira irritada)
Ariana: E com o melhor amigo dele na época... Channing!
Sarah abriu a boca afetadamente com a revelação. Já Zoey arregalou os olhos.
Rachel: Que mentirosa! Por que você ta fazendo isso? (perguntou a garota visivelmente afetada com a declaração de Ariana)
Ariana: Mentirosa? Eu era sua melhor amiga, Rachel. Elas sabem disso! (Ariana então se virou para as meninas e começou a contar) Teve uma vez que a Rachel brigou com o Ryan e ficou com muita raiva. O Channing, que sempre foi um fura-olho, deu em cima dela e pra se vingar, ela pegou ele. Só que o Ryan e ela se resolveram logo depois, aí ela fingiu que nada aconteceu. Fez um pacto com o Channing pra ele não falar nada e assim ficou.
Rachel: Mentirosa! (Rachel estava irada) Sai da minha casa, AGORA!
Ariana: Parece que eu desmascarei o casal perfeito. (falou a garota satisfeita) E parece que eu desmascarei a Rachel que não ta "nem aí pro Ryan", né? (Ariana fez aspas com os dedos na parte indicada) Mas olha, eu acho melhor você superar, porque ele já te superou há anos!
Rachel: Superou? Superou mesmo? Então por que faz menos de um ano que a gente transou, hein, boneca?
Ariana: Você ta mentindo! Ta querendo me desestabilizar.
Rachel: Será mesmo? Ah, e você lembra daquela festa que todo mundo ficou doidão e ninguém pode
falar do ocorrido? A gente transou naquele dia também. E foi tão bom, Ariana. Foi tão bom! Ele realmente tem um belo membro. E sabe, Ariana, às vezes eu me pergunto se ele se arrepia com o seu carinho, como ele se arrepia com um simples toque meu. E se ele olha no fundo dos seus olhos, como ele olha nos meus. Se o coração dele bate tão forte quando o corpo de vocês estão grudados, quanto bate quando está junto ao meu. E se ele funga a sua pele tão forte pra sentir o seu cheiro, ou se as suas respirações se sincronizam depois de vocês dormirem juntos, ou se vocês se olham melancolicamente quando se separam, porque sabem que não podem ficar juntos, porque vocês não funcionam juntos. O problema, Ariana, é que tudo com a gente é tão intenso: a felicidade, a raiva, o amor, a tristeza. Tudo! A gente se ama, Ariana, mas a gente se faz mal, e é por isso que a gente não se fala e não interage. Porque isso faz com que a gente sinta coisas um pelo outro, o que nos faz sofrer, porque no final a gente não funciona juntos e a gente sabe disso. Então, na verdade, eu to feliz por vocês dois, porque você cuida bem dele. Eu queria ser essa pessoa, mas infelizmente eu sou o remédio e o veneno dele. Então, Ariana, agora que você sabe de tudo, eu gostaria de pedir pra você parar de mentir sobre essa traição, porque eu nunca teria coragem de fazer isso com ele! Você ta deturpando toda história e isso eu não admito. Agora sai da minha casa! Não quero mais você aqui. Sai todo mundo! Saiam!
Ariana: Sua vaca!
Rachel: Sai da minha casa! (gritou Rachel)
Ariana: Eu não acredito em nada do que você disse!
Rachel: Eu não ligo! Sai daqui! Vai ver filme com o Ryan!
Zoey: Vamo embora. (disse, puxando Ariana, gentilmente, até a saída)
Ariana: Vaca! (disse de novo Ari com os olhos cheios d'água) 
As três saíram da casa de Rachel e a morena começou a chorar copiosamente.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Talks and waiting

Mais um flagra do nosso diretor gatão 😏
                                
Bradley estava no balcão de um restaurante, esperando seu pedido sair. Enquanto ele aguardava, Jennifer voltou do banheiro. Ela se apoiou no Bradley pra sentar no banco que era um pouco alto demais.

"Você lavou essa mão?" Bradley perguntou fingindo estar com nojo dela.

"Não. Eu sequei meu mijo com a minha mão e depois sequei a mão na roupa." Jennifer brincou séria.

"Não era mais fácil secar seu mijo com a roupa de uma vez só?" Bradley questionou a loira, entrando na brincadeira.

"Pode deixar que da próxima vez eu seco com a sua." Jennifer piscou um olho e deu um tapinha no peito do prof.

"Vai sonhando." Bradley riu.

"Realmente, eu vinha sonhando a fazer isso há muito tempo... secar meu mijo com a sua camisa de seda tão suave e macia, um luxo pra minha ppk." Jennifer falou declamando a última parte, como se tivesse declamando um poema de Shakespeare.

"É de algodão." Bradley a corrigiu.

"Tanto faz. Algodão, seda... minha ppk vai ficar feliz de qualquer jeito." Jennifer deu de ombros.

"Ela se contenta com tão pouco." Bradley retrucou sarcástico.

"Ela não é mimada,  folha dupla é luxo pra ela." Jennifer explicou.

"Vamos parar de falar da sua..." Bradley pausou, não querendo dizer a palavra.

"Xana?" Jennifer sugeriu rindo.

"É, antes que eu perca a fome." Ele disse fingindo estar enojado novamente.

"Você prefere falar da sua viadagem com a Betânia?" Jennifer arqueou as sobrancelhas e as manteve pra cima.

"Você nunca vai se esquecer disso, né?" Bradley abaixou as sobrancelhas dela com a mão.

"Não." Jennifer tirou a mão dele e levantou as sobrancelhas de novo, encarando ele ainda mais exageradamente.

"Por que eu ainda te conto as coisas?" Bradley perguntou tentando não rir da palhaçada da garota.

"Porque eu sou seu Yoda." Jennifer respondeu. "Tu não irás de fazer nada que sua mestre disser ao contrário." Ela disse tentando imitar o modo como o mestre Yoda fala as coisas, forçando uma voz masculina. 

"Você alguma vez pensa antes de falar?" Bradley perguntou revirando os olhos.

"Não, dã!" Jennifer respondeu como se fosse óbvio.

"Aqui ta o seu pedido, desculpa a demora." O garçom entregou a comida embalada a Bradley.

"Aleluia." Jennifer disse cantando.

"Obrigado." Bradley falou sem graça pela atitude da menina. Ele depois pegou a comida e deixou o restaurante com a loira.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Surpresa!


Andrew estava saboreando divertidamente uma coxa feminina, quando a campainha de seu apartamento tocou. Ele parou sobressaltado, pois não esperava nenhuma visita. 
"Deve ser um vizinho", pensou.
- Só um momento! Vou ver quem é. 
Ele pegou o roupão que estava em cima da cadeira, ajeitou o cabelo e foi ver quem era no olho mágico. Ficou completamente nervoso quando viu Antonella do lado de fora com Crystal e Asa.
- F*ck! - Murmurou ele baixinho.
Foi correndo até seu quarto e falou, pegando a cueca do chão: 
- Coloca a roupa. Meu filho ta aqui!
Enquanto se vestia rapidamente, a campainha tocou novamente. Ele correu até a porta para atender:
- Oi! - Disse ele meio sem fôlego.
- Oi! Desculpa vir sem avisar. Tentei te ligar, mas ninguém atendeu.
- Meu celular ta no vibra. Esqueci de mudar. Aconteceu alguma coisa? - Continuou ele, segurando fortemente a porta, tentando recuperar o fôlego.
- Éééé... A gente pode entrar? - Perguntou Antonella estranhando a situação.
- Podem! Podem sim! - Ele abriu a porta, fingindo que estava calmo.
- Até que enfim! Minhas pernas estão doendo. - Reclamou Crystal entrando.
- Bem, acontece que o John teve que ir com urgência pra São Paulo à trabalho e eu marquei duas consultas pra hoje no médico e pra não deixar as crianças entendiadas lá no consultório, eu queria saber se você poderia tomar conta delas. 
- Ah, sim. Tudo bem! Sem problemas. - Andrew colocou a mão na cabeça. 
- Obriga... - Antonella se interrompeu surpresa, assim como as duas crianças, ao ver uma mulher loira, aparentemente na faixa dos quarenta e muito entrando na sala. Ao ver a cara dos três, Andrew virou o rosto e a viu timidamente parada lá. Antes que pudesse dizer uma coisa, Crystal falou:
- Finalmente conhecemos a Sara! Prazer, Sara! Eu sou Crystal, e esse é o filho do Andrew, Asa.
Andrew fechou os olhos, completamente sem graça, e se direcionando à família, disse:
- Essa não é a Sara! Essa é a Cristine.
- Oh! - Exclamou a menina supresa com a reviravolta.
Antonella tapou a boca prendendo o riso, o que fez com que Andrew olhasse para ela de cara feia:
- A Sara e eu terminamos. - Explicou o professor que então se virou para Cristine e disse - A gente terminou mesmo. Eu não to com ninguém!
- Entendi! - Ela olhou para o chão, sem graça.
- Então ela é a sua nova namorada? - Perguntou Crystal sem entender nada.
- Hãããã... Eu não sei... A gente ta se conhecendo ainda. - Ele então, com cara de zangado, dublou pra garota - Cala a boca, Crystal!
Os cinco ficaram em silêncio se encarando, até que Cristine o quebrou, dizendo:
- Bem, é melhor eu ir andando. Foi um prazer!
- O prazer foi todo nosso! - Retrucou Antonella debochadamente, se divertindo com toda a situação.
- Eu te levo até a porta. - Disse Andrew, acompanhando a loira.
Crytal falou baixinho para Asa bem irritada:
- Ela parece a mamãe numa versão bem mais velha e acabada.
- Nada a ver! - Falou Asa, sacudindo a cabeça negativamente.
- Desculpa por tudo isso. - Falou Andrew baixinho para a amante, enquanto abria a porta.
- Sua sorte é que você chupa muito bem. - Disse ela com um sorriso malicioso no rosto, dando em seguida um pequeno beijo nele antes de sair.
Antonella virou o rosto em outra direção. Era a primeira vez que ela via Andrew beijando outra pessoa em sua frente depois do divórcio. 
Ele fechou a porta e se virou todo vermelho. Ele estava sem graça com a situação toda por seu filho
que estava lá.
- Se deu bem, hein Andrew? - Falou Antonella sorrindo, bagunçando o cabelo do ex-marido.
- Ta bom! - Falou ele, ainda sem graça e se apressando para mudar de assunto - Quem aqui quer chá e chocolate quente?
- Eu! - Falaram Asa e Crystal em uníssono, se sentando nas cadeiras que davam para a bancada da cozinha.
Andrew foi até a geladeira pegar o leite.
- Eu te ajudo! - Falou Antonella, abrindo o armário para pegar a chaleira.
- Vocês sabiam que o Asa virou meu escravo? - Perguntou Crystal animada aos dois.
- Ah, é mesmo? - Indagou Andrew cético, ligando o fogão.
- Até parece... - Bufou Asa.
E as crianças continuaram a conversa, enquanto Andrew e Antonella preparavam o lanche.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

On my own... sqn

Chris estava sozinho em casa, o que nunca havia acontecido desde que se casara. Ele teria a noite inteira para si, já que Samantha estava viajando, Enzo na casa de Emily, Jane com o namorado e Jamie na casa de Dakota com Joane, acampando. Ele resolveu então aproveitar a oportunidade para relembrar os tempos em que morava sozinho. Pegou uma cerveja na geladeira, ligou a tv, colocou no canal dos esportes e começou a assistir judô, relembrando os velhos tempos, quando praticava o esporte. Tudo isso só de cueca, como costumava ficar em seu antigo apartamento, quando não se encontrava completamente nu. Em pouco tempo, sem se dar conta, caiu no sono no sofá da sala, estragando os planos que havia feito. Acordou por volta das 23h completamente excitado com o sonho que acabara de ter com uma ex-namorada da adolescência. Foi, então, ao banheiro dar um jeito naquilo.

Abaixou a cueca e começou a bater uma pensando em Letícia. Já fazia um tempo que ela estava o deixando louco com aquelas provocações. Ele queria f**er ela por inteiro, mas seu casamento atrapalhava as coisas. A mãe dela no colégio agora também era um novo empecilho. O Jude... Bem, o Jude ele não estava nem aí!

Chris estava completamente imerso em seus pensamentos sujos, quando ouviu o barulho da porta do cômodo, que antes estava entreaberta, se abrindo totalmente. Ao virar, deu de cara com Jane segurando o telefone. Ela olhou para os documentos do padrasto com os olhos arregalados, boquiaberta, quase que abrindo um sorriso. O professor, por outro lado, ficou extremamente vermelho, fato raro de acontecer com ele, e puxou rapidamente a cueca para tapar o que estava à mostra. Jane, então, se voltou para o telefone e disse rindo:

- Olha, ele ta ocupado agora. Você pode ligar depois? Ta bom! Tchau! - A garota desligou o telefone e falou com um sorriso no rosto - Era a sua mãe!
- Como você entra assim sem bater a porta? - Perguntou Chris sobressaltado.
- Como você faz essas coisas sem trancar a porta? - Retrucou ela na defensiva.
- Eu achei que ninguém fosse voltar hoje!
- Ah, me desculpa. - A morena ficou em silêncio por pouco tempo até prosseguir brincalhona - Mas então... você quer uma ajudinha aí?
Chris arregalou os olhos. Antes que ele pudesse se dar conta, seu pênis ficou ereto, para sua surpresa e a de Jane. A garota enrugou a testa, tapando os olhos em seguida, e dizendo, enquanto virava de costas para sair:
- Caramba, Chris, qual é o seu problema? Eu tava brincando!
- Sai daqui, cara***! - Gritou Chris com raiva, tapando seu órgão com as mãos.
- Ok, ok!
Ela fechou a porta. Chris então olhou para seu objeto ereto por cima da cueca e falou:
- P*ta m**da!

Tranquilidade, meu povo!

Diante da atual conjuntura do Cavalinho Feliz, gostaríamos de nos posicionar em relação ao "perigo" eminente que o blog representa se for descoberto pela diretora geral. 
Não é o nosso desejo que isso aconteça e na verdade é bem difícil que ela consiga acessar nosso site, pois, primeiramente, é necessário fazer o login (matrícula + senha) para ser redirecionado ao nosso conteúdo. Mas caso Valéria a diretora tente criar um usuário com as informações dela, vamos encaminhá-la a um blog fantasma que fala sobre as atividades do colégio. O mesmo acontecerá com o fórum, que será para ela um ambiente de discussão de conhecimento, frequentado por poucos alunos, obviamente, para não dar pinta de site fake. 
A equipe CF pode ficar tranquila, pois não vamos tentar ferrar ninguém. Se o Bradley deixar de ser diretor, não será por nossa culpa esperamos! E se a mamãe da Letícia conseguir entrar na página verdadeira do blog, será porque alguém decidiu ajudá-la dando as próprias informações para ela ter acesso.

(Diretora Geral)

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Comprinhas da noite

O professor de francês foi visto na farmácia por volta das 21h da noite desta quarta-feira. Ele estava trajando uma camisa com cara de velha, calça jeans e havaianas. 

Tom ficou um bom tempo analisando as prateleiras nas quais ficavam os absorventes. Ele tirava um, examinava, e depois colocava de volta. 

Depois de muitos minutos de indecisão, ele decidiu que era melhor pecar pelo excesso e pegou vários pacotes de absorventes, de tipos e marcas diferentes, e colocou tudo dentro da cesta. Além disso, ele ainda pegou uma bolsa térmica e uma caixa de buscopan. 

Quando ele foi para o caixa a atendente sorriu e disse: "Primeira vez, né?" 

No qual Tom respondeu com um sorriso tímido, "É, e ela ainda me mata se eu comprar alguma coisa errada."

Quando o prof deixou a farmácia a atendente disse a amiga do lado "Mulher sortuda da p***a, o homem além de seu um Deus grego, é atencioso."

"Eu vi menina, pra gente só aparece homem pobre, feio e deitão." A amiga do lado retrucou.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

O trabalho secreto é...

Olá pra vocês que estavam pensando que nós íamos deixar uma notícia incompleta com vocês. Na verdade, nós íamos, mas xingaram até a nossa quinta geração de éguas, então nós viemos revelar o emprego secreto da mãe de Lana, a tia Miranda Kreuk.


Pra quem não sabe, que são todos vocês menos o Evan e a Lana, a mamãe Kreuk foi demitida do hospital no qual ela trabalhara nos últimos 11 anos. Com uma mão na frente e outra atrás, e com dezenas de contas pra pagar e uma boca pra alimentar, ela estava topando qualquer coisa, até ser a nova empregada doméstica da empresária Quinn King. Miranda não ganha muito, mas pelo menos dá pra pagar as contas e manter Lana alimentada.

Quem acertou o bolão do emprego da mãe da Lana levanta a mão ✋

Problemas de gente grande

Bradley chegou em casa do trabalho às 20:00 e estranhou não ter encontrado sua mulher em casa. Era uma quinta-feira, e sua esposa havia concordado que durante o último trimestre da gestação ela reduziria a carga horária de trabalho, então, por que ela não estava em casa ainda? Ele imediatamente discou o número do celular da mulher e ligou pra ela. A chamada caíra direto na secretária eletrônica.

- Estranho - Bradley pensou. Ele então resolveu ligar para o escritório dela, porém o telefone chamou e ninguém atendeu.
Bradley ficava cada vez mais preocupado. Ele pegou o interfone e chamou a portaria.

"Oi. Aqui é o Bradley do 603. Algum de vocês viu a minha mulher passar pela portaria hoje voltando do trabalho?"

"Deixa eu perguntar por aqui senhor Cooper." O porteiro respondeu. "Ninguém do turno da noite viu não senhor."

"Obrigado." Bradley agradeceu decepcionado com a resposta e desligou o interfone.

- Onde você está Jessica? - Bradley pensou inquieto.

Ele pegou o telefone e digitou o número dos Stones.

"Fala Bradley!" Jeff falou ao atender a ligação.

"Oi Jeff. A Jessica ta por aí?" Bradley perguntou indo direto ao assunto.

"Não. Por quê? Ela não chegou em casa ainda?" Jeff perguntou estranhando.

"Não, eu cheguei do trabalho e ela não tava aqui. Eu não sei o que fazer, já to imaginando o pior." Bradley falou com preocupação evidente na voz.

"Fica calmo. Já tentou a casa dos pais dela?" Jeff tentou contornar a situação.

"Não, é que ela não é de ir pra lá." Bradley falou cético.

"Eu sei que você não gosta dos pais dela, mas talvez eles possam te ajudar." Jeff ponderou.

"Tem razão, eu vou ligar. Manda um beijo pra Emma por mim." Bradley cedeu.

"Eu mando, me avisa quando achar a Jessica." Jeff pediu pois também havia ficado preocupado.

"Pode deixar."

Com isso Bradley terminou a ligação e foi ligar para os pais de Jessica.

"Alô." A voz áspera de Paulo ressoou do outro lado do telefone.

"Oi, é o Bradley." O professor de estatística se identificou.

"Pois não?" Paulo disse seco.

- Porque eu fui ligar pra ele! - Bradley pensou com raiva de si mesmo. "Eu to ligando pra saber se por acaso a Jessica ta com vocês." Ele falou inseguro e sem muita esperança.

"Só agora que você deu falta dela?" Paulo falou não surpreso com falta de responsabilidade do genro.

"Eu cheguei do trabalho agora." Bradley se defendeu, mas já se acalmando porque pela resposta de Paulo, Jessica provavelmente estava lá.

"E você não liga pra checar se está tudo bem com a sua mulher perto de dar a luz?" Paulo falou desafiante.

"Eu liguei na hora do almoço, mas não é como se eu pudesse ficar checando ela de cinco em cinco minutos." Bradley respondeu estressado, ele já tinha passado por tanta coisa naquele dia, que tudo o que ele queria era buscar Jessica e descansar.

"Sempre com uma desculpa diferente. Eu não devia ter deixado minha filha casar com um irresponsável como você. Se você acha que casamento é só morar na mesma casa, você está muito enganado." Paulo jorrou as palavras ríspidamente.

Bradley revirou os olhos enquanto apanhava a chave do carro para ir buscar a esposa.

"Ok. To indo aí buscar ela." Ele informou.

"Não se incomode, a Jessica não quer te ver." Paulo informou ao professor.

"Como assim não quer me ver?" Bradley perguntou deduzindo que provavelmente seria alguma nova manipulação por parte do sogro.

"Ela teve outro aborto." As palavras de Paulo tão diretas atingiram Bradley como um milhão de facas pontiagudas atingindo seu coração. Os olhos de Bradley se encheram de lágrimas, o nó na garganta o sufocava e tornava quase impossível tarefas simples como respirar e falar.


"Como a Jess ta?" Bradley conseguiu falar eventualmente com a voz arranhada.

"Arrasada... Fisicamente e emocionalmente." Paulo falou com tristeza na voz.

"Como foi que aconteceu?" Bradley perguntou confuso e desolado.

"A Octavia encontrou ela caída no chão do quarto de vocês em cima de uma poça de sangue. Ela tinha perdido tanto sangue que estava semi-consciente, não conseguia nem pedir ajuda ou se levantar. Se a Octavia não tivesse ido lá naquele momento, provavelmente não seria só a morte do bebê que você estaria lamentando."

"Ela estava bem... quando eu saí de casa ela e o bebê estavam bem." Bradley falou inconformado.

"Tudo está bem até não estar mais." Paulo falou duramente.

Bradley tirou o telefone do ouvido e deixou as lágrimas caírem. Ele colocou a mão na boca para não ser ouvido na outra linha. Ele queria tanto esse filho, e mais do que isso, ele queria tanto dar a Jessica esse filho.

"Eu vou pra aí ficar com ela."

"Já disse que ela não quer te ver, mas se você faz questão..." Paulo informou.

"É claro que eu faço questão. Chego aí em alguns minutos." Com isso Bradley desligou a ligação.

Ele foi no banheiro buscar alguns itens pessoais que Jessica poderia vir a precisar. Ele enfiou tudo desorganizadamente numa bolsa. Em seguida, Bradley foi no quarto pegar uma troca de roupa, foi aí que que ele notou uma enorme poça de sangue no chão, que ia se alastrando pelo quarto. Parecia até que havia ocorrido um assassinato naquele cômodo. Ver aquilo embrulhou o estômago do professor, ele quis sair rapidamente daquele quarto, e assim o fez, dirigindo-se direto à casa de seus sogros.

Quando chegou ao seu destino, ele bateu na porta freneticamente até que alguém abrisse. Foi Helen que atendeu a porta.

"Onde ela está?" Bradley perguntou assim que viu o rosto de sua sogra, Helen.

"No quarto dela." Helen respondeu.

"Quem é vivo sempre aparece." Paulo comentou quando viu Bradley.

"Vocês deveriam ter me ligado!" Bradleu falou acusadoramente. "Era a MINHA mulher e o MEU filho! Vocês não acham que eu merecia um pouco mais de consideração do que descobrir que a minha mulher teve um aborto quando eu cheguei em casa e não encontrei ela? Eu fiquei trabalhando apartado enquanto minha mulher tinha perdido nosso filho e estava quase morrendo. VOCÊS NÃO ACHAM QUE EU TINHA O DIREITO DE SABER?" Bradley bateu na mesa com força, transferindo toda a sua frustração naquele objeto de madeira.


"Olha como você se comporta na minha casa sr. Cooper. Se o senhor não foi avisado foi porque a própria Jessica não quis. Quando a Octavia encontrou minha filha no chão, ela pegou o telefone pra te avisar o que tinha ocorrido mas a Jessica não deixou. Você enche a boca pra falar que é o marido dela e que tem direitos, mas na verdade você é um marido de quinta, que não sabe as responsabilidades do que é ter e cuidar de uma família. Você já falhou com ela tantas vezes que até ela perdeu a fé em você."

"Ainda assim, era o meu filho..." Bradley argumentou chorando.

"Talvez se vocês não tivessem cometido nenhum adultério antes de casar, vocês não estariam sendo castigados desse jeito." Helen se intrometeu.

"Não, foram vocês que tiraram a nossa felicidade a força quando..."Bradley falou com tom acusativo.

"Ela nasceu cheia de problemas de saúde, você acha que foi coincidência?" Paulo rebateu.

"Eu acho que se vocês tivessem um pouquinho sequer de compaixão, não teríamos perdido ela. Vocês condenaram a filha de vocês a infelicidade quando fizeram isso."

"O único culpado aqui pela infelicidade da Jessica é você." Paulo falou com raiva.

"Tenho certeza que a Emily concordaria com isso." Bradley falou desafiador.

"Sai daqui seu insolente! Maridinho de m**a. Minha filha foi uma estúpida por ter se envolvido com você." Paulo ordenou cheio de ódio.

"Só saio daqui com a minha mulher junto." Bradley alertou e foi em direção do antigo quarto da esposa.

Quando Bradley se aproximou da porta, ele ouviu uma mulher cantarolando uma música de ninar não familiar a ele. Bradley reconheceu a voz como de Octavia, a madrinha de sua esposa. Ele achou aquilo estranho mas decidiu ignorar. Ele abriu a porta do quarto devagar e avistou Jessica deitada na cama com o olhar vazio. Ela encarava o nada e pareceu não notar a presença de Bradley. Sua cabeça estava apoiada no colo de sua madrinha Octavia, que alisava seu cabelo gentilmente enquanto cantava pra ela.


Octavia olhou para Bradley e voltou sua atenção a Jessica, sem quebrar sua doce canção.

Bradley automaticamente ficou assustado ao ver sua mulher daquele jeito. Ele conhecia Octavia e sabia que ela era a única pessoa da família a realmente se importar com Jessica. E ele devia a vida da sua esposa a ela naquele momento. Porém, Octavia parecia não ter notado que Jessica crescera, e que não era a menininha que ela um dia cuidara.

"Hum." Bradley forçou a tosse. "Você pode me dar um momento a sós com a Jess?" Bradley pediu.

Octavia assentiu.

"Vou estar no quarto ao lado." Ela avisou a afilhada saindo debaixo dela e beijando sua testa.

Jessica continuou imóvel.

"Cuidado com o que você vai falar pra ela." Octavia alertou Bradley. "Se precisar de mim, só gritar." Ela informou a afilhada e saiu do quarto.

"Oi amor. Eu vim pra cá assim que eu soube o que aconteceu." Bradley falou se aproximando da esposa e se sentando de frente a ela. "Eu sei que agora parece o fim do mundo, mas não é. O importante é que você está bem, o resto a gente consegue depois."

Bradley notou lágrimas inundando os olhos da esposa. Ele imediatamente cobriu o rosto da esposa com a mão e acariciou com o polegar, tão levemente, como se ela pudesse quebrar caso fosse aplicada alguma força.

"Eu queria tanto que você não sofresse mais. Seu pai tem razão, eu sou um marido inútil, não presto pra nada." Ele lastimou, fechando os olhos e tentando conter a frustração.

Ele sentiu a mão delicada de sua esposa encontrando a sua.

"Não diga isso." Jessica falou fraca.

Bradley levou sua mão aos seus lábios e deu um beijo.

"Por que você não mandou me avisar? Eu queria ter tado do seu lado no hospital." Bradley perguntou incomodado.

"Não teria mudado nada." Ela disse melancólica.

"Eu sei, mas esse tipo de coisa, o marido deveria ser o primeiro a ser notificado." Bradley argumentou.

Jessica não respondeu.

"Seus pais nunca vão me respeitar como seu marido enquanto você continuar correndo pra eles sempre que alguma coisa dá errado." Ele continuou.

"Eu não faço isso." Jessica protestou.

"Faz sim! Você já é uma mulher, e casada ainda por cima, mas ainda se comporta como uma criança que precisa dos pais pra tudo." Bradley colocou pra fora o que já estava guardado há algum tempo.

"Vai se f*** Bradley." Jessica tentou virar de costas pro marido mas não conseguiu por causa da dor intensa.

"Você ta bem?" Bradley perguntou preocupado.

"Aham." Jessica mentiu.

"Tem certeza?" Bradley não acreditara muito na resposta da esposa. Ele então, tirou a colcha que cobria a sua mulher e se deparou com a roupa dela manchada e ainda úmida de sangue.

"Jess, você ta sangrando!" Bradley falou com os olhos arregalados.

Jessica olhou pra baixo e colocou a mão em cima da parte da roupa que estava ensanguentada. "Não é nada, o médico disse que era normal sangrar um pouco depois da cesária. Depois vai parar sozinho." Jessica falou como se não fosse nada demais.

"Eu acho que você tinha que ter ficado no hospital pelo menos hoje. Você já perdeu tanto sangue, eu to preocupado em você perdendo mais ainda." Bradley disse perplexo com a imagem da esposa na cama, além da blusa suja de sangue, Jessica estava mais pálida do que nunca.

Jessica balançou a cabeça rejeitando a ideia. "Eu me sinto melhor aqui. E o médico disse que desde que eu permanecesse de repouso, não teria problemas." Ela retrucou.


Bradley encostou suas costas na cadeira pensativo, ele parecia estar imerso numa tristeza profunda. Jessica, então, levou a mão até o rosto do marido e alisou. "Eu queria que a gente não tivesse se conhecido." Jessica disparou, fazendo Bradley olhá-la surpreso.

"O que você ta falando?" Ele tirou a mão dela de seu rosto enojado.

"Seria melhor." Jessica deu de ombros.

"Você sempre tem que fazer essas coisas, né Jessica? A gente acabou de perder um filho e você me vem com uma dessas!" Bradley falou bravo se levantando do lugar.

"É o que eu acho." Jessica falou apática a mudança de humor de Bradley.

"Eu vou pra casa. Quando você lembrar que é casada e parar com a palhaçada, você me procura." Bradley disse com raiva e saiu do quarto.

Quando ele saiu ele se deparou com Octavia.

"O que aconteceu? Porque você gritou com ela?" Octavia perguntou preocupada.

"Porque ela me tira do sério!" Bradley respondeu sem querer entrar em detalhes, andando em direção a porta.

"Dá um desconto pra menina, ela acabou de perder o filho." Octavia a defendeu, andando atrás de Bradley.

"Eu também perdi p***! Mas ninguém parece ligar pra isso. Deus sabe o quanto eu queria aquele bebê!" Bradley começou a chorar.

"Eu sei disso, e a Jessica também. Por que você acha que ela não quis que te chamassem pro hospital? Pra não ter de lidar com a sua cara de decepção." Octavia falou como se o motivo fosse óbvio.

"Mas eu ia ficar sabendo de qualquer jeito." Bradley retrucou.

"Eu sei, mas ela quis adiar o momento. Imagina toda hora ter que te dar a notícia de que perdeu o filho de novo." Octavia explicou.

Bradley sentou no sofá refletindo as palavras que Octavia dissera.

"Tem alguma coisa de errado com a Jessica..." Bradley falou balançando a cabeça.

"Claro, ela acabou de perder o filho." Octavia só faltou falar o dã.

"Não, tem algo a mais..." Bradley falou ainda pensativo. "O médico disse que era normal sair sangue do curativo dela?"

"Não, e se começar a doer muito é pra dar paracetamol." Octavia respondeu.

"P***" Bradley se levantou e foi em direção ao banheiro.

"Ela ta sangrando?" Octavia o seguiu de novo.

"Tá." Bradley respondeu fuçando as gavetas do banheiro.

"O kit de primeiros socorros ta no armário de cima." Octavia informou.

"Eu tava procurando por isso." Bradley mostrou o cortador de unhas. "E eu vou levar a Jess de volta pro hospital." Ele informou e depois entrou no ex quarto de Jessica.

"Me dá sua mão." Bradley ordenou a esposa sentando de frente a ela.

"O quê? Por quê?" Jessica perguntou assustada.

Ele não respondeu, ele puxou a mão dela e aproximou o cortador para cortar suas unhas.

"O que você ta fazendo? Eu posso cuidar das minhas unhas so... Ai!" Jessica se queixou com raiva.

"Para de mexer a mão." Bradley disse segurando a mão dela firme e voltando a cortar o outro dedo.

"Você não ta achando que..." Octavia perguntou a Bradley e Jessica engoliu em seco.

Bradley não respondeu, ele continuou cortando as unhas de Jessica até que ficassem bem curtinhas.

Octavia colocou a mão na boca em choque, Jessica a olhou com os olhos atônitos.

"Terminando aqui, EU vou te levar pro hospital." Bradley informou.

"Não é o que você pensa... Eu só tava frustrada." Jessica tentou se justificar, as lágrimas rolando.


"Você ta frustrada e faz isso?" Bradley puxou a colcha por cima de Jessica, revelando a roupa agora ainda com mais sangue que antes.

"Jesus Cristo!" Octavia exalou.

"Não é normal Jessica!" Bradley falou exasperado.

"Desculpa." Jessica falou entre soluços. "Eu não queria piorar as coisas."

Bradley viu o estado de sua esposa e se acalmou por ela. "Não é sua culpa." Bradley se abaixou para beijar o rosto quase sem vida da esposa.

"Seria mais fácil se eu tivesse ido com ele." Jessica admitiu.

"Menina!" Octavia a repreendeu.

"Você ta falando isso porque você não ta pensando direito. Eu te amo, lembra? Como eu ia ficar sem você?" Bradley disse ternamente e depois a levantou com cuidado para os pontos dela não abrirem ainda mais.

"Você pode pegar as coisas dela e levar pro meu carro?" Bradley pediu a Octavia que o obedeceu prontamente.

"Se os pais dela perguntarem, diz que a Jess tava sentindo muita dor e que eu levei ela de volta pro hospital. Não mencione nada sobre o que realmente aconteceu." Bradley avisou a Octavia enquanto deixava a casa e ela assentiu.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Ultracheese


Duas horas da manhã. A porta do pequeno apartamento de Jake bateu desesperadamente, já que a campainha não funcionava. O garoto atendeu, sem camisa, com a cara bem sonolenta. Era Natalie.

- Natalie? Aconteceu alguma coisa? - Jake perguntou assustado ao vê-la.

- Desculpa aparecer a essa hora. - A garota então apontou para a cara dela e riu - É que eu to bêbada.

- To vendo... - Constatou o gato preocupado. - Você quer que eu te leve pra casa?

- Não, não, não (disse colocando uma das mãos no peitoral de Jake ao enunciar o último "não" e tirando logo em seguida). Eu preciso falar com você. Agora.

- O que houve?

- Bem, Jake (ela sorriu de nervoso ao dizer o nome dele, mas o desfez assim que prosseguiu)... Eu vim aqui, porque por muito tempo eu tenho me privado de algo que eu quero. Muito, porque eu me sinto culpada pelos sentimentos que eu tenho. Se eu pudesse eu renegaria todos eles e Deus sabe o quanto eu tentei fazer isso, mas não mais! Eu não quero mais deixar de viver algo que eu e o meu corpo desejam tanto. Jake, - se aproximou Natalie - eu quero você! Por inteiro. E eu não ligo mais pro que as pessoas vão pensar ou se vão me julgar, porque nada disso é mais doloroso do que continuar me privando de ter você e de ser su... - Natalie escutou um barulho dentro da casa e se deteve. - Tem alguém aí dentro?

- Jake? Quem é? - Perguntou alguém do lado de dentro num tom meio baixo.

Jake virou de costas para Natalie nervoso, sem saber o que dizer.

- Na-nada! É só a Natalie.

A garota do terceiro ano abriu mais a porta, que Jake segurava com quase nenhuma força, para ver de quem se tratava e deu de cara com Jane de calcinha, vestindo um moletom grande demais para ser dela.


- Vocês dois... - Concluiu Natalie com os olhos arregalados, apontando para os dois. - Vocês tão saindo? É isso? - Perguntou olhando para Jake.

- Na verdade a gente começou a namorar há pouco tempo. - Respondeu o garoto receoso.

- Uau! E-eu não sabia! Meus parabéns!

- Natalie... - Disse Jake, sendo interrompido.

- Me desculpa ter chegado assim a essa hora e ter atrapalhado a noite de sono de vocês. É que eu to bêbada e não to pensando muito bem - Falou a garota com um sorriso forçado. - Álcool! - Ela suspirou e revirou os olhos afetadamente. - Bem, é melhor eu ir! Boa noite pra vocês!

Natalie saiu apressadamente com os olhos cheios de lágrimas, enquanto Jake ficou paralisado na porta, sem acreditar no que havia acabado de ouvir.

- O que ela te disse? - Perguntou Jane temerosa, se aproximando do menino, imaginando do que se tratava a visita de Natalie e do conteúdo da conversa.

Jake fechou a porta, se virou para Jane e com a cara confusa disse:

- Eu não faço a menor ideia.