quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Grupo I

- A primeira é: Se pudesse escolher qualquer pessoa no mundo, quem convidaria para jantar?
- Hmmmmmm... Difícil! Precisa ta viva?
- Acho que sim.
- Hmmmmmm... [suspiro] Eu acho... que... [silêncio para pensar] ... a rainha.
- Sério? [perguntou meio surpresa para o mau sentido]
- Não! [os dois meio que riram] Mas eu realmente não faço a absoluta ideia. São muitas opções.
- É verdade, são muitas... [falou pensativa]
- E você?
- Eu acho que escolheria a Angela Davis.
- Interessante...
- Mas a verdade é que tem tantas mulheres incríveis que eu gostaria de conhecer... [falou entusiasmada] Conceição Evaristo, Dilma, Princesa Elizabeth of Toro... São muitas!
- Eu não conheço essa última.
- Ah [fulano], ela é incrível! Ela é da Uganda e foi uma das três únicas mulheres africanas a cursar Direito em Cambridge nos anos 60. Já foi ministra, embaixadora da ONU, modelo. Ela simplesmente é demais!
- Bem a sua cara. [disse sorrindo]
- É! [ela sorriu extasiada olhando para o nada e depois voltou sua atenção ao fulano] Agora é a sua vez!
- Gostaria de ser famoso? De que forma?
- Aaaaaahn, não sei! Talvez! Eu não diria famosa, mas eu gostaria de fazer algo substancial nem que fosse pra uma pequena comunidade. Me sentir útil, sabe?
- Entendo! Na verdade, eu concordo! Essa seria a minha resposta também. [falou com um sorrisinho tímido. Ela sorriu de volta timidamente também.]
- Parece prepotente da nossa parte, não é?
- É um pouco, de certa forma, mas pelo menos ta ligado a fazer o bem, nem que seja pensando um pouco na nossa própria vaidade, no sentindo de se sentir importante.
- De que a sua vida teve valor, né?
- É!
- Bem, a terceira pergunta é: antes de fazer uma ligação telefônica, você ensaia o que vai falar? Por quê?
- Quando eu era mais novo sim.
- Eu também! Mas é normal, não?
- É! Falta de confiança, eu acho.
- Sim! Concordo!
- Para você, como seria um dia perfeito?
- Eu, minha mãe e meu pai juntos em Gramado ou outro lugar bonito, que tenha uma áurea familiar.
- Você exige bem pouco.
- Na verdade eu exijo muito. Meus pais são divorciados e não se dão bem.
- Eu não sabia...
- É [falou um pouco triste] Eles não conseguem nem olhar pra cara do outro. Eu no começo achava que não me importava, sabe? Mas aí eu tive um sonho com os três juntos e felizes assistindo tv e vi que na verdade eu me importo sim.
- Quantos anos você tinha quando eles se separaram?
- Dez!
- Dez?
- Sim.
- Caramba! Você era nova ainda.
- É! Eu fiquei muito triste no começo, mas depois eu me acostumei, ou pelo menos achei que me acostumei.
- A gente se acostuma, mas não deixa de sentir saudades.
- É verdade! [disse ela meio tristonha e pensativa, até que interrompeu seus pensamentos e perguntou] E você?
- De verdade? [perguntou rindo]
- Não! De mentira! É claro que é de verdade!
- Pra mim o meu dia perfeito seria estar cercado de todos os que eu amo, que no meu caso é a minha família, ver todos muito felizes, aproveitar muito bem o dia ensolarado e no final da tarde, antes das 18h, morrer.
- Sério? [perguntou assustada]
- Sério! [respondeu ele com um sorriso de canto]
- Você quer morrer?
- Eventualmente sim!
- Por quê?
- Porque morrer pode ser uma coisa muito bonita às vezes. Veja bem, morrer muito doente não é legal ou assassinado, mas de forma tranquila, sabendo que os seus estão bem, estão encaminhados é uma forma bonita de morrer. O problema é que a gente não pode escolher o modo como vamos morrer.
- Mas eu não entendi por que você quer morrer justamente no seu dia perfeito.
- No meu dia perfeito, eu estaria mais velho e os meus também. Eu gostaria de morrer para nunca precisar perdê-los.
- Eu odiei a sua resposta! [disse zangada]
- Eu sei, me desculpa!
- Você só vai poder ter seu dia perfeito quando estiver velho prestes a morrer?
- Eu só vou ter meu dia perfeito quando todos os que eu quero bem estiverem bem. Não necessariamente só a minha família está no pacote, mas aí complica mais as coisas.
- Ok! Vamos pra próxima, porque eu quero me esquecer dessa resposta. Quando foi a última vez que cantou sozinho? E para outra pessoa?
- A última vez que eu cantei sozinho foi hoje no carro, mas eu mais cantarolei que cantei. Pra alguém eu não faço a mínima ideia. Eu não gosto da ideia de cantar pra alguém.
- Por quê? Você canta mal? [perguntou rindo]
- Eu canto estranho.
- Então você canta mal! [continuou rindo] Bem, no meu caso, eu cantei hoje também e pra al...
- O quê?
- O que eu cantei?
- É!
- Baby it's cold outside.
- Você foi os dois? [perguntou ele divertidamente]
- Fui, quer dizer, mais ou menos. Não tem como ser os dois o tempo inteiro. Você ta me zoando?
- Não, claro que não.
- Eu canto bem, ta?
- Eu acredito!
- É sério! [os dois riram ainda mais] Eu poderia ser cantora se quisesse. Fulano, não me ofenda.
- Nunca!
- E o que você cantou?
- The Police.
- Every breath you take?
- Every little thing she does it's magic. Eles gostam de um every, não?
- HAHAHA Deve ter sido muito bom! Essa música é a sua cara.
- Só que não! [os dois falaram junto o "não" e riram]
- Vai, próxima pergunta!
- Se pudesse viver até os 90 anos e ter o corpo ou a mente de alguém de 30 durante os últimos 60 anos de sua vida, qual das duas opções escolheria?
- Fácil! Viver até os 90. Next!
- Tem uma intu...
- Não, você tem que responder. Não, pera, já sei a sua resposta. A que você tiver que viver menos.
- Pode debochar, Fulana.
- Não, desculpa, desculpa. Você falou aquilo e de alguma forma faz algum sentido pra você e eu respeito. Qual seria a sua resposta então?
- A que eu tivesse que viver menos! [falou debochado] Tem uma intuição secreta de como vai morrer?
- Mais morte... Hmmm, acho que torturada, do jeito que o Brasil está retrocedendo. E você?
- Não faço a mínima ideia.
- Diga... Uuuuh, essa é boa. [disse ela empolgada]  Diga três coisas que acredita ter em comum com seu interlocutor. [ela olhou para ele com os olhos semicerrados desafiadoramente]
- Nós dois somos lindos, inteligentes e ricos.
- [ela riu] Ótima resposta. Lindos, inteligentes e ricos. Eu fico com essa também.
- Não, você tem que dizer outras três coisas.
- Por quê?
- Porque eu já falei essa.
- Mas a gente já tinha copiado respostas antes.
- Mas nessa não vale.
- Quem disse isso?
- O papel!
- Cadê?
- Bora, fulana! A gente ainda tem 1784 perguntas pra responder.
- Hmmm, deixa eu ver! [ela olhou para ele o analisando] Nós somos brancos...
- Três coisas que ACREDITA ter em comum.
- Ué, nós somos brancos.
- Mas nisso você tem certeza. Tem que ser acredita!
- Ah, então você tem que responder de novo.
- Tudo bem. Depois de você.
- Aff, agora eu preciso pensar... Hmmmmmm... eu acho que nós dois somos pessoas boas. Nós também temos sede de conhecimento. E por último... hmmm... nós não nos arriscamos muito. Pronto! [disse satisfeita] Agora é a sua vez!
- Ta ok! Eu acho que nós dois somos metidos a inteligente, mas no final somos mais do que as pessoas no geral. Eu acho também que nós dois temos dificuldade de reconhecer nossos erros, não por orgulho, mas por acreditarmos sempre nas nossas intenções e termos justificativas para nossas ações e a terceira coisa seria... Deixa eu ver... Nós dois cantamos mal!
- Eu não canto mal!
- Sei...
- Você só me ofende.
- Claro que não. Essa é a única característica que falta para você ser perfeita.
- Ah ta! Saiu pela tangente, espertinho.
- De quem é a vez agora de ler?
- Não me lembro! Acho que é a sua.
- Ok! Por quais aspectos de sua vida você se sente mais agradecido?
- Ai, que difícil! Nenhum! [ela riu]
- Que isso!
- Não, não, isso não é verdade. [ela começou a pensar] Aaaah, sei lá. Pelas minhas notas, meus amigos e minha família. E você?
- Pelas minhas notas... Brincadeira! [disse ele ao ver a reação da outra] Pelo meu emprego, minha família e pelas pessoas que eu gosto e que estão bem.
- Se pudesse mudar algo em como foi educado, o que seria?
- Tudo!
- Tudo?
- Basicamente. Eu não tive uma boa educação no geral.
- Bem, no meu caso eu não mudaria nada.
- Dois extremistas, não?
- É [ela sorriu]
- Use quatro minutos para contar a seu companheiro a história de sua vida com todo o detalhe possível.
- Aff... A gente não pode pular essa não?
- Não! Eu estou interessado. Vai!
- Eu nasci e meus pais ficaram muito felizes, porque eles queriam um filho, mas depois eles não quiseram ter mais, porque acharam que um já dava trabalho o suficiente. Minha mãe deixou de trabalhar depois que me teve para poder estar presente durante a minha infância. Ela quis repetir o que a minha avó fez por ela. Quando eu nasci eu era muito estrábica e tive que fazer operação para consertar o problema. Minha mãe disse que não dormia na época, porque eu não podia coçar o olho e como eu era bebê, ela tinha que tomar conta. Meu pai adora barcos e muitas das minhas férias foram andando de barco, mas depois de um tempo eu me recusei a viajar de barco depois de descobrir a história da Terry Jo. Já se passaram os quatro minutos?
- Não passou nem 1.
- Sério?
- Sério!
- Ai, eu não tenho mais o que contar.
- Tudo bem, ta bom então.
- Ai, obrigada!
- Foi engraçado, porque você deu um monte de informações aleatórias da sua vida e tava contando tudo muito apressado.
- Foi muita pressão! Bem, agora é a sua vez.
- Ok! Eu nasci prematuro, mas foi só de 7 meses. Eu não me lembro muito da minha infância. Eu só me lembro que eu era uma peste quando era bem pequeno. Meu pai brigava muito comigo e minha mãe também às vezes. Ele costumava me censurar e ela vinha me defender dizendo que eu era muito novo, que criança era assim mesmo. Uma vez um amigo do meu pai tava fazendo um discurso e recitando poesias. Todo mundo estava adorando, mas eu tava odiando, porque por causa dele, eu não podia pegar os doces que estavam na mesa. Eu sei que ele ficou falando por muito tempo. Pra mim parecia uma eternidade. Eu, então, tentei pegar os doces escondido. Minha mãe viu e chamou a minha atenção, só que eu fiquei com raiva e comecei a reclamar. Meu pai vendo que eu tava fazendo pirraça, me tirou da sala, me trancou no quarto e me impediu de comer os doces. Eu fiquei com muita raiva e jurei me vingar desse amigo faladeiro do meu pai. Depois minha mãe me destrancou de lá e eu fiquei brincando no jardim. Andando por lá eu ouvi um barulho e fui ver o que era. Quando eu vi, era o cara faladeiro com uma mulher que não era a esposa dele. Ele tava falando umas coisas galantes para mulher até que eles se beijaram. Eu vi e como vingança comecei a gritar para todo mundo que os dois estavam se beijando.
- Sério? Não creio!
- É verdade.
- Você era um capetinha.
- Era sim!
- E...
- E eu sei que nesse dia eu apanhei muito.
- Tadinho...
- Eu mereci um pouquinho.
- Eu acho que nenhuma criança merece apanhar.
- É verdade, você ta certa!
- Mas eu também te bateria se eu fosse os seus pais. [os dois riram] Última pergunta do grupo I: Se amanhã pudesse se levantar desfrutando de uma habilidade ou qualidade nova, qual seria?
- Ler tudo na velocidade da luz, se eu quisesse.
- Que habilidade ótima!
- É! É boa, porque me permitiria aproveitar o prazer da leitura se eu desejasse.
- Posso roubar a sua resposta dessa vez?
- Pode!
- Agora são as perguntas do grupo II?
- Sim!

(Sou novx no blog. Perdoem os erros)

Nenhum comentário:

Postar um comentário