terça-feira, 20 de março de 2018

Briga de marido e mulher, Andrew mete a colher

Depois de conversar com bastante gente, Antonella se deu conta de que John havia sumido. Ela o procurou em todos os lugares, tendo sua busca interrompida várias vezes por pessoas elogiando seu trabalho, até que o encontrou no salão de entrada da galeria. Ele estava de costas para ela, quando a loira falou aliviada:
- There you are!
Mas ao ver a feição raivosa do marido ao se virar para ela, perguntou assustada:
- Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu alguma coisa? Você ainda tem coragem de me perguntar se aconteceu alguma coisa? - Indagou John alterado - Aconteceu sim! Acontece que eu to p**o com esse papel de idiota que eu to fazendo!
- Do que você ta falando?
- Daquela m***a de poema que ta naquele seu quadro! Foi ele quem escreveu, não foi?
Antonella ficou em silêncio, com os olhos arregalados.
- Responde! - Exigiu ele mais alto, mas ao perceber que a italiana ficaria quieta, prosseguiu - Foi ele sim, eu sei que foi ele. Eu escutei ele falando pro Asa. E você nem se deu o trabalho de me falar que o seu ex ia escrever um poema de amor na p***a do teu quadro, né, Antonella?
- Eu achei que não era nada demais. - Respondeu a mulher acuada.
- Nada demais? Nada demais? Aquilo é um ode pros dois juntos e você chama aquilo de nada demais? - Continuou John aborrecido.
- Não, não, não! Ele não escreveu aquilo pra mim. Aquilo é pro Asa! - Tentou se explicar Antonella.
- Olha, eu já to no meu limite! Eu tenho que aceitar que a minha filha e o Asa estudem na escola que ele trabalha, tenho que aceitar que você e ele passem tempo juntos por causa da psicóloga, tenho que aceitar os dois dando aula juntos, porque você quer fazer parte da comunidade escolar e agora tenho que aceitar que vocês são amiguinhos de arte que fazem pinturas e poemas de amor juntos?
- Foi uma homenagem ao Asa! Eu achei que ele iria gostar se visse algo que o pai dele e eu fizemos pra ele. A psicóloga achou...
- A psicóloga o cara***! E eu e a Crystall, hein? Como a gente fica?
- Essa exposição toda é pra vocês. Eu fiz um monte de quadro pensando na gente, na nossa família.
- Mas não me chamou pra fazer parte disso.
- Como não? Você estando aqui, você é parte disso!
- Eu não aguento mais, Antonella! Isso é demais pra mim!
- John - Disse a artista se aproximando dele - Eu te amo e eu to com você. Andrew e eu já estamos separados há anos.
- Mas agora estão mais juntos do que nunca!
- Licença - Interrompeu Andrew entrando no recinto - Eu só vim avisar que eu já to indo com as crianças, mas... Bem, eu não pude deixar de ouvir a discussão de vocês e desculpa por me intrometer assim, mas Antonella, você não contou a ele sobre o poema?
- Eu ia contar, mas...
- Típico! - o professor a cortou - Vejo que você não mudou nada. Continua se colocando em primeiro lugar, nem aí pro sentimento alheio. Felizmente me livrei disso. - Falou o professor aliviado.
Antonella o olhava horrorizada. John, então, se dirigiu a Andrew com raiva:
- Não fala assim dela! Quem você pensa que é pra falar algo sobre ela?
- O ex-marido! - Respondeu Andrew aparentemente calmo - Cara, eu conheço a peça já e pra falar a verdade, eu to do seu lado. Não precisa ficar irritado comigo, parceiro. O problema é que ela só quer ser uma boa artista e não uma boa esposa. - E falando mais baixinho ele constatou - Até mãe, às vezes.
- Cara, do que você ta falando? Foi só um poema!
- Que visivelmente te incomodou. As m**das dela começam assim: primeiro são coisas pequenas e depois vão ficando cada vez maiores. A verdade é que o tempo passa, mas em vez de amadurecer, ela continua uma esposa de m**da!
- Sai daqui! - Gritou John raivosamente - Sai daqui, agora, seu filho da p***!
Andrew saiu do local, enquanto John foi abraçar uma Antonella visivelmente abalada. No corredor, o inglês virou e viu a cena. Antonella, que olhava na direção de Andrew, sussurrou:
- Obrigada!
Ele assentiu a cabeça e foi até o salão principal buscar Crystall e Asa para a reunião na casa do Carlisle.

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