quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

My little friend

Jessica estava dando papinha com pedacinhos de carne para Mel com uma mão e embalando Levi com a outra. 

Mel, que geralmente era uma bebê emburrada, sorria e balbuciava alegremente ao mastigar a carne. 

"Nunca vi bebê gostar tanto de carne." Ela se virou para o filho nos braços. "Você não vai ficar igual a sua irmã não, né Levi?"

A campainha tocou. A ruiva usou o pano que estava pendurado no seu ombro para limpar a boca da filha e foi atender a porta. 

"Oi!" Jessica sorriu animada. "Falei que não era difícil achar aqui."

"Até que não foi. Desculpa ter te procurado. É que você é a adulta mais próxima que eu conheço." Lidiane falou sem graça.

"Eu fico feliz que você tenha me procurado. Pode entrar." 

Jessica abriu espaço e Lidiane passou. 

"Obrigada. Esse é quem? Levi ou Theo?" Lidiane chacoalhou a mãozinha do bebê. 

"Levi. O Theo tá dormindo lá no quarto."

"Oi, Levi. Eu sou a Lidiane." Lidiane falou fazendo a voz que as pessoas costumam usar quando falam com bebês. "Ele é lindo." 

"Obrigada. Ele tá quase dormindo. Passou a noite toda chorando e agora ficou cansado."

"Coitadinho."

"A noite aqui tá sendo o caos. Ninguém consegue mais dormir. Fico preocupada com a minha enteada que estuda."

Lidiane viu Mel sentada na cadeirinha.

"Que linda! Posso segurar?"

"Pode sim. Vou colocar o Levi no berço e já volto. Desde semana passada ele só dorme se tiver no colo, aí assim que ele fecha os olhinhos, eu já corro pra botar ele no berço."

"E essa aqui?" Lidiane colocou as mãos debaixo dos bracinhos da Mel, tirou ela da cadeirinha e a puxou para si.

"Essa dorme em qualquer lugar. Se esquecer ela no canto quando você voltar pra buscar, vai tá dormindo."

"Ela é muito bonita." Lidiane apertou de leve a bochecha da bebê e Mel reagiu olhando para a garota com o rosto apático.

"Já volto." Jessica saiu com Levi e voltou alguns minutos depois com a carteira na mão. "Quanto deu seu uber?" 

"43." Lidiane respondeu ainda com Mel no colo.

"Vou deixar 100 com você pra cobrir o da volta." Jessica tirou uma nota de cem da carteira e entrgou para a menina.

"Obrigada." Lidiane pegou o dinheiro e guardou no bolso da calça jeans.

"Quer alguma coisa pra beber? Água? Suco?" 

"Não, obrigada."

"Tem certeza?" Jessica franziu as sobrancelhas preocupada.

"Tenho. Não precisa se preocupar comigo. Já comi uma fruta de manhã."

"Eu faço um almoço bem levinho pra você. Posso?"

"Desculpa, Jessica, mas não."

"Tudo bem. Me conta, como tá o seu pai?"

"Péssimo. Começou a beber desde às 9 da manhã."

Jessica balançou a cabeça com a irresponsabilidade do pai da menina.

"E você?"

"Já tô acostumada."

"É uma péssima coisa pra se acostumar."

"Chega de falar de mim. Como você e o seu marido estão? Fizeram as pazes?"

"Fomos numa terapeuta de casal e nos resolvemos."

"Que bom! Você tava muito triste na última reunião."

"Tava. Eu tenho que conseguir me controlar mais. Não posso me dar ao luxo de surtar. Mas já marquei com meu psiquiatra e vai dar tudo certo."

"Também penso nisso. É muito difícil ter que lidar com gente como nós."

"Mas você vai se curar, eu tenho fé! Eu oro todo dia por você, sabia?"

"Obrigada. E pelo Jonathan você também ora?"

"Tenho orado por ele também. Por que a pergunta?" Jessica levantou as sobrancelhas intrigada.

"Ele tá caidinho por você."

"O quê?"

"Vai dizer que você não percebeu? Ele te devora com os olhos." Lidiane começou a balançar a perna, fazendo cavalinho com a Mel.

"Impressão sua."

"Não é e você sabe."

"Que seja."

"E você não sente falta?" Lidiane perguntou audaciosamente.

"De quê?" Jessica perguntou confusa.

"Sexo." Lidiane falou com naturalidade, fazendo a advogada arregalar os olhos.

"Lidiane!" Jessica repreendeu a menina.

"Ué, eu não perguntei nada demais. É que você tava grávida e imaginei que deve tá sentindo falta."

"Eu não vou discutir isso com uma criança. Principalmente na frente da Mel." Jessica tentou fechar o assunto, abrindo uma revista e folheando.

"Eu não sou criança! Crianças não transam..." Lidiane disse desafiadora.

Jessica arqueou uma sobrancelha pra menina.

"Eu sei que você é virgem. Na verdade, todo mundo sabe. Você gritou pra torcida do flamengo inteira."

"Tá bom! Mas eu acho que você podia falar dessas coisas comigo. Eu sou uma ótima conselheira."

Jessica ignorou a menina e continuou dando atenção a revista.

"E eu acho que deve ser difícil alguém da ativa ficar na seca. Tô errada?"

Jessica voltou a olhar para a menina.

"Pra mim não é difícil." Jessica tentou ser enfática para convencê-la.

"Mas você não sente falta?"

"Isso não é uma necessidade que eu tenho. Outras pessoas podem até ter dificuldade de viver sem isso, mas no meu caso, não me faz falta." Jessica disse tão convicta que quase convenceu Lidiane.

"Eu duvido." Lidiane riu e voltou a brincar com os bracinhos da bebê.

"Uma coisa que você vai aprender é que se-xo não é tudo isso que as pessoas falam. Então se eu fosse você eu manteria distância disso pelos próximos dez anos."

"Que os céus tenha piedade da minha alma e que eu consiga perder a virgindade antes dos vinte e dois." Lidiane disse dramaticamente e Jessica riu.

"Se é o que você quer... Depois não diga que eu não te avisei."

"É impossível que sexo seja tão ruim, se fosse assim, as pessoas não fariam!" 

"É realmente maravilhoso, se você for homem. A mulher que sofre tendo a vagina arregaçada enquanto eles só ficam com a parte fácil." 

Lidiane olhou horrorizada. 

"Você ta exagerando." 

Jessica riu. "Pior que não. Têm mulheres que nem conseguem andar direito no dia seguinte. Eu já escutei histórias horríveis dos mais variados tipos."

"Você só tá falando isso pra eu não fazer." 

"Na verdade, não. É claro que eu não quero que você faça, mas os fatos que eu te dei foram todos verídicos."

"Você é muito chata. Não saciou em nada a minha curiosidade." Lidiane reclamou.

"Como assim? Eu falei até demais. Sua curiosidade que é insaciável."

Lidiane deu de ombros.

"Queria um namorado."

"Homens são muito problemáticos." Jessica interviu. 

"Não te impediu de flertar com o Lúcio anos atrás."

"Eu não flertei com o Lúcio!" Jessica negou.

"Flertou sim, e ele nem era tão bonito. Fora que é viciado." 

"Primeiro, eu não flertei. Segundo, beleza não é tudo. Terceiro, quem sou eu pra chamar ele de viciado. De certa forma, não somos todos viciados?"

"Lúcio em cocaína, eu em não comer e você em se cortar. É, acho que você tá certa." Liliane concordou pensativa. "Mas você flertava sim."

"Naquela época eu só tinha olhos pra dois homens: Ben e Jerry." Jessica falou teatralmente. 

"Quem são eles?" Liliane perguntou confusa.

"Ah não!" Jessica fingiu ta assustada. 

"Ah não o quê? O que aconteceu? Quem são Ben e Jerry?"

"Como você não assistiu ao diário de Bridget Jones?" Jessica perguntou horrorizada. 

"Diário de quê?" Lidiane perguntou na sua ignorância jovial. 

"Hoje você vai ser introduzida ao melhor filme de todos os tempos." Jessica fechou a revista e olhou para a menina seriamente. 

"Tudo bem. Mas vamos ver quanto ao melhor filme de todos os tempos." Lidiane brincou.

"Ah, é sim." Jessica pegou o controle da tv para colocar o filme.

Um comentário:

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