domingo, 31 de julho de 2022

Jantar Romântico

Jonathan tinha preparado um jantar romântico surpresa para a ruiva. Ele esperava que naquela noite, eles conversassem mais, rissem, contassem histórias embaraçosas e se conectassem de uma forma mais especial. Aquela noite não seria sobre sexo.

Jonathan arrumou alguns detalhes da mesa e acendeu algumas velas para dar um ar mais de romance. 

A campainha tocou e Jonathan foi até a porta, receber a advogada. 

"O trânsito tava péssimo." Jessica reclamou ao ver o amante. 

"Que pena. Tá com fome? Eu fiz o jantar." Jonathan falou meio nervoso. 

Jessica olhou a sua volta e notou o ambiente ornamentado para um jantar romântico. Ela não estava esperando por isso e seu instinto mandava que fosse embora o mais rápido possível. 

"Não precisava. Eu nem tô com fome." Jessica apertou e soltou a mão, tentando conter os nervos. 

"Não é possível que você não esteja com fome depois de um dia inteiro de trabalho." Jonathan rebateu. 

"Eu não posso ficar muito tempo. Tenho uma audiência amanhã cedo e preciso me preparar." 

Jonathan ficou desapontado, mas tentou não demonstrar. "Tudo bem. A gente janta e depois você vai."

"Tá bom." 

"Ótimo." Jonathan foi até a ruiva e segurou sua mão. "Vou te levar pra mesa." Ele sorriu e a guiou até a mesa de jantar. "Você senta aqui." Ele puxou a cadeira para trás para a advogada sentar. "E eu vou buscar a comida."

Jessica forçou um sorriso e observou Jonathan sair da sala. Ela respirou fundo preocupada com o que Jonathan estava achando que eles eram. Eles não eram um casal. Odiaria que fossem. Ele só era uma pessoa ela usava para trepar. 

Desde a separação, o vício que Jessica tinha em se cortar estava fora do controle. Com o Jonathan, ela descobriu, que ter relações sexuais fazia o desejo de se cortar diminuir. No final, a ruiva acabou trocando um vício pelo outro, e buscava Jonathan inúmeras vezes para ter relações. 

A advogada percebeu uma garrafa num balde de gelo no meio da mesa. Ela pegou e observou o rótulo. Espumante sem álcool de uma marca que nunca tinha ouvido falar. Jessica devolveu a garrafa para o balde e aguardou o retorno de Jonathan, tamborilando os dedos na mesa, impacientemente. 

Jonathan chegou com o prato na mão com uma tampa em cima. Ele colocou na frente da ruiva. 

"Tá cheiroso." Jessica elogiou porque achou que devia falar alguma coisa. 

"Obrigado. Espero que também goste do sabor." Ele tirou a tampa de cima do prato.

"Humm. Risoto?" 

"Caprese. Você gosta?" Jonathan perguntou nervoso. 

"Gosto."

"Vou pegar o meu prato e já volto."

Jessica assentiu com a cabeça. 

"Prontinho." Ele sentou perto da ruiva. "Então, o que achou?" 

"Tá bom." A ruiva falou sem muito entusiasmo. 

"É a primeira vez que fiz essa receita. Tava com medo de dar errado."

"Não, ficou muito bom."

"Quer espumante? É sem álcool então não é tão bom quanto o normal." Ele ajeitou os óculos. 

"Tá bom. Você não precisava ter comprado espumante. Um suco tava bom."

"Eu sei. Mas eu queria que esse jantar fosse especial."

"A gente tá comemorando alguma coisa e eu não tô sabendo?" A ruiva brincou. 

"Não. Eu só quis fazer algo especial pra você." Jonathan explicou como se não fosse nada demais. 

"Ficou meio romântico, não acha? Nós somos amigos." Jessica deu uma risada sem humor. 

"Não sei se a gente consegue se enquadrar somente como amigos. Quer dizer, eu te como praticamente todos os dias. Isso deve significar algo." Ele colocou uma garfada do risoto na boca. 

"Não significa nada." Jessica falou seriamente. 

"Então por que você continua vindo até mim? Não deve ser tão difícil conseguir outros caras pra transar. Por que só eu? Não devo ser tão bom assim pra você só querer sexo comigo."

"Você quer que eu procure outros?" Jessica perguntou confusa. 

"Não! Eu só não quero ter que fingir que não sinto nada por você porque você tem medo de assumir seus sentimentos."

"Meus sentimentos? Da onde você tirou isso? Eu deixei bem claro desde o início que acabei de sair de uma separação e que eu ainda amo meu ex-marido. Eu não tenho espaço no meu coração pra ninguém mais. É tão difícil entender isso?"

"Então você não sente nada por mim? Nadinha mesmo?" 

"Eu gosto da sua amizade e de ter você por perto."

"Entendi." Jonathan assentiu chateado. 

Jessica se levantou da cadeira e foi até Jonathan, sentando no colo dele. 

"Eu também gosto quando você me toca..." Ela encostou a boca no seu ouvido. "... e me beija... e me f***e... tão tão gostoso. Fico molhada só de pensar."

Aquela noite não era para ser sobre sexo, mas sobre se conectar com a Jessica de um modo diferente. Entretanto, naquele momento, seu membro já estava estourando dentro da calça, precisando, urgentemente, estar dentro da ruiva. 

Jessica tinha esse efeito sobre ele. 

Jonathan tocou seu rosto, precisando sentir aquela pele tão macia sob a sua. 

"A gente precisa voltar a conversar sobre isso. Eu não consigo ser desprendido e separar as coisas. Eu quero você em todos os sentidos." Jonathan falou, observando os olhos da ruiva fechar ao seu toque e depois tornar a olhá-lo. 

"Nós vamos." Jessica tirou o óculos do parceiro e colocou em cima da mesa. "Eu prometo." Ela sussurrou e o beijou. 

Jonathan se sentiu fraco e estúpido por ceder mais uma vez. A advogada nunca daria o que ele precisava dela. Mal sabia ele, que meses após aquele evento, ele deixaria a sobriedade de anos, conquistada com muito sacrifício, e voltaria a beber. Tudo por causa dela. 

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