quarta-feira, 24 de novembro de 2021

I'm so scared about the future, and I wanna talk to you

“Ei, Bradley, tudo bem? Podemos conversar? Não, não, não. Respira fundo, vamos lá, Elizabeth, você consegue. Bradley, tem algo sério que eu queria conversar com você. Droga, não! Bradley. Não! Amor?”, negação com a cabeça. “Bradley, você sabe que eu to velha, né? Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, que inferno!”, Elizabeth se jogou na cama, batendo o rosto no travesseiro.

Aquilo era difícil. Muito difícil. Ela sabia que o pedido dela não era nem um pouco razoável e contradizia muita coisa que ela tinha dito da última vez em que ambos tinham se relacionado, mas a questão era que dessa vez as coisas estavam completamente diferentes. Tudo estava fluindo. Tudo fazia sentido. Bradley estava mais maduro, focado, tudo do jeitinho que ela gostava. Antes, Elizabeth não tinha chegado a amá-lo. Agora, ela se sentia completamente apaixonada. A diretora fez de tudo para agradá-lo, seus filhos, na esperança de um pedido. Mandou até indiretas bem diretas. 

Ele não estava com tanta pressa antes? O que aconteceu? Bradley parecia mais cauteloso, sem pressa. Dessa vez, era Elizabeth quem não aguentava mais. Ela queria se casar, mas muito mais do que isso, queria ter um filho, e agora ela tinha a confiança que faltava antes de que o ex de Jessica era a melhor pessoa para começar uma família. Ele era um excelente pai, um ex-marido adorável e um amante carinhoso e zeloso. Tudo nele era luz. Só que agora ele estava se sentindo tão completo e tão bem com ele mesmo e com o que tinha conquistado, que parecia que a ideia de um casamento e filhos estava bem longe dos seus planos. Elizabeth, na verdade, não fazia questão de casar. Os dois poderiam morar juntos. Mas ela queria um filho. E queria para ontem.

“Eu tenho que falar, eu tenho que falar. Se eu não falar, ele nunca vai saber e só vai tentar alguma coisa daqui a 5 anos e eu não tenho 5 anos. Eu já to velha. Não, eu vou falar: ‘Bradley, o que você acha da gente começar a tentar ter um filho? Não precisa ser agora, mas quem sabe ano que vem? O que você acha da ideia?’”. A frase era mal formulada, precisava de muita mediação ainda, mas basicamente era isso. Elizabeth se sentiu decidida a falar. “É hoje. Hoje, eu inicio a conversa”. Talvez ele precisasse de um tempo para pensar, o que seria natural. O problema seria se ele dissesse não e essa possibilidade era bem grande. “Agora? Não é melhor esperarmos mais um tempo? Tipo, alguns anos?”, ele poderia dizer. E aí? Bem, e aí que Elizabeth teria que entender e esperar. Quanto tempo? Ninguém sabe.

Ainda assim, a diretora levantou resoluta. Independentemente do medo, ela ia falar. Ela tinha que falar.

No final do dia, a diretora chegou em casa cansada e derrotada. É, ela não falou.

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