segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Primeiro dia de aula

E como num piscar de olhos, a primeira semana de fevereiro chegou, marcado pelo primeiro dia de aula dos gêmeos, e o dia que a Jessica retornaria ao trabalho.

A ruiva acordou junto com o marido e foi até o quarto dos gêmeos para acordar os meninos, enquanto Andrew ia para o banho. 

"Theozinho. Levi. Hora de acordar." A advogada acendeu a luz do quarto, tirando o ambiente da penumbra. 

"Não quero!" Theo falou manhoso, escondendo o rosto, da luz do quarto, com o edredom.

"Ainda tá de noite!" Levi reclamou.

"Não tá não. Já é dia. Eu sei que é horrível acordar cedo, mas vocês vão ter que se acostumar. Vocês não são mais bebês. Agora os dois têm responsabilidade." Jessica explicou, sentando na cama do Theo, e o puxando para o seu colo.

"Não!" Theo gritou, tentando sair do colo da mãe. 

“Não adianta lutar que é pior. “ A advogada levantou e foi até a outra cama. “Vem você também." Jessica pegou o outro menino com o braço livre. "Vocês vão para o banho agora."

Theo começou a chorar, enquanto Levi refletia que, agora que não era mais bebê, sua vida mudara para sempre.

Jessica ajustou a temperatura do chuveiro, e colocou os dois meninos debaixo d'água.

Andrew deu uma espiada no banheiro. "Precisa de ajuda?" Ele perguntou à esposa, vendo Theo em prantos no chuveiro.

"Não. Pode arrumar a Mel que eu cuido dos dois." Jessica falou, ensaboando os meninos.

“Tá bom.” O professor assentiu e saiu. 

"Eu sei que você tá com sono, meu amor. Mas daqui a pouco passa. Você vai ter um dia super divertido na escola. Vai conhecer e brincar com várias crianças. Você vai gostar."

"Não vou não!" Theo choramingou.

Depois do banho, Jessica vestiu os meninos com o uniforme.

"Prontinho.” A advogada disse ao terminar de pentear o cabelo de Theo. “Agora vai pra cozinha que seu pai vai preparar o seu café." A ruiva beijou a cabeça do filho. 

Theo foi para a cozinha chorando. "Pai, me deixa ficar em casa? Por favor, pai!"

"Agora falta você." A advogada começou a pentear o cabelo de Levi.

"Eu só vou te ver de noite?" Levi perguntou triste. 

"Não vai ser bem de noite. No final da tarde, eu já vou tá de volta." A advogada explicou. 

"É muito tempo... Vou sentir saudade." Levi olhou para a mãe, internalizando seu rosto, porque sabia que ficaria quase um dia inteiro sem vê-lo. Ele queria aproveitar enquanto podia. 

"Awnn, meu amor!" Jessica se ajoelhou e abraçou o filho. "Eu também vou sentir muita saudade!" Ela beijou sua cabecinha loira. "Mas na escola você vai tá com tantos amiguinhos que você nem vai sentir muito a minha falta. E você ainda vai ter seu pai, seus irmãos, seus padrinhos, seu tio... todo mundo que você conhece e ama."

"Eu sei... Só queria que você tivesse comigo também." Levi engoliu o choro, porque ele não queria parecer fraco. 

"Eu também, meu amor." A ruiva acariciou o rosto do menino. "Eu vou te dar uma coisa, mas tem que ser segredo nosso."

Levi sorriu com a ideia de compartilhar um segredo com a mãe. “Não vou contar nem pra minha sombra.”

Jessica riu. “É bom mesmo que não porque os seus irmãos podem ficar com ciúmes.” Ela passou as mãos por trás do pescoço, abrindo o fecho do cordão que estava usando. "Vou dar pra você o cordão da mamãe."

"É o seu cordão preferido!" Levi tocou o pingente de crucifixo. "Não posso aceitar."

"Pode sim. E quando você ficar com saudade da mamãe, é só tocar no cordão, que eu vou tá junto de você." Jessica colocou o cordão de ouro no garoto, e o escondeu por baixo da sua camisa.

“Vai mesmo?”

“Vou.” A advogada assentiu. “Talvez você até sinta as minhas cosquinhas.” Jessica começou a fazer cócegas no menino. 

Levi gargalhou. “Para, mãe!”

A ruiva parou e observou o menino se recompor da rodada de cosquinhas. 

"Eu amei!" Levi abraçou a mãe, e aninhou a cabeça no seu pescoço, inalando seu confortável cheiro. 

“Que bom que você gostou.” Jessica beijou a cabeça do filho. “Agora vamos que você ainda tem que tomar café.”

"Posso só passar perfume? Eu quero ir cheiroso pra escola." Ele abriu um sorriso sapeca.

"Pode. Mas só um pouquinho." A advogada advertiu.

Depois do almoço, Levi ligou para a mãe. 

"Mãe?" O menino falou quando a ruiva atendeu.

"Meu amor, mamãe tá ocupada agora." A advogada falou, adequando seu tom de voz, de mulher de negócios para mãe de família.

"Tudo bem." Levi falou triste. "Até mais tarde."

"Levi! Eu vou tirar o meu almoço daqui a pouco mais de uma hora. Eu te ligo quando eu tiver livre, e aí você me conta tudinho o que aconteceu no primeiro dia de aula."

"Tá bom! Vou ficar esperando! Tchau, mamãe! Bom trabalho! Beijos! Te amo!" Levi falou animdado.

"Beijos, filho!" Jessica riu. "Também te amo!"

Na sua hora do almoço, a ruiva foi para sua sala e ligou para o filho.

"Mamãe!" Levi atendeu ansioso.

"Não falei que ia ligar?”

“Falou.” Levi riu. 

“Me conta como foi o seu dia. Quero saber de tudo."

Levi contou animado tudo o que aconteceu no seu dia, e Jessica escutou com atenção, perguntando detalhes de todas as histórias que o filho contava. Infelizmente, ela só tinha uma hora (na verdade ela se dava apenas 15 minutos de almoço, mas acabou se estendendo pelo filho), e teve que se despedir do menino.

Jessica chegou em casa depois das 18h, do trabalho, e foi recebida com Levi voando para abraçá-la. 

A advogada pegou o menino no colo e o encheu de beijos. "Que saudade desse meu filhote sapeca." Ela falou entre beijos.

"Eu senti mais!" Levi falou agarrado no pescoço da ruiva.

Jessica, ainda com o menino no colo, foi cumprimentar o marido com um selinho, passando por Mel e Theo, e beijando suas cabeças.

"Como é que você tá?" Andrew perguntou para a mulher.

"Exausta. Vou ver como a Emma tá e tomar um banho."

Jessica fez cosquinhas na caçula, que estava no colo do professor. “Saudades dessa minha palhacinha.” Ela beijou a mãozinha da bebê e foi até o quarto da filha mais velha.

"Você sempre lendo!” A advogada se aproximou. “Como é que foi a escola?" Ela passou a mão no rosto da menina e apertou seu queixo.

"A mesma coisa de sempre." Emma respondeu, sem tirar os olhos do livro.

"Aposto que nem sentiu minha falta."

Emma fez uma careta, e um sinal de mais ou menos com a mão.

"Emma!" Jessica cutucou a menina. 

"Tô brincando. Eu senti sua falta, mas não tanto quanto esse chato."

"Você que é chata!" Levi falou irritado.

"Sem brigar vocês dois!" Jessica colocou o Levi no chão.

"Mãe, olha o que eu acabei de fazer!" Levi correu para o próprio quarto e voltou para o da Emma com um cubo mágico 4x4 na mão, todo enfileirado nas cores certas.

“Você fez isso?” Jessica perguntou um pouco cética. 

Emma pegou o cubo da mão do menino e bagunçou tudo. “Faz agora pra gente ver.”

Levi pegou o cubo da mão da menina, analisou as faces, e depois montou em menos de 2 minutos. 

Jessica e Emma arregalaram os olhos.

"Você aprendeu isso na escola?" Jessica perguntou surpresa.

"Não. Tinha um cubo mágico na escola, mas me pareceu chato e eu não quis brincar. Só que eu fiquei entediado, esperando você voltar e resolvi fazer. Gostou? Falaram que era difícil, mas é bem fácil."

"Você mostrou pro seu pai?"

"Não. Você acha que ele vai gostar de ver?"

Jessica olhou para a Emma e voltou a olhar para o menino, se abaixando para ficar na altura dele.

"Vou te pedir uma coisa. Pra você não brincar de cubo mágico na escola. E se os professores fizerem uma pergunta pra turma e você souber responder, fica quieto. Só responde se a pergunta for diretamente à você."

"Por quê?" Levi perguntou confuso.

"Porque a mamãe tá pedindo."

"Dinda..."

"Eu sei o que eu tô fazendo, Emma." Jessica falou para a filha.

"Pode deixar, mãe!" Levi respondeu, decidindo ignorar o clima estranho que havia se formado. "Vai me contar como foi o trabalho?"

"Deixa só a mamãe tomar banho primeiro." A ruiva passou a mão no cabelo do filho e sorriu.

“Tá bom.” Levi concordou. 

"Depois a gente fala sobre isso." A ruiva falou para a Emma e saiu do quarto.

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