segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Stress out

Jessica foi para o Cavalinho Feliz buscar Emma para almoçarem juntas. A ruiva estacionou na entrada da escola e a menina entrou no carro. 

"Oi, dinda." Emma fechou a porta. 

"Oi, meu amor." Jessica deu um beijo na cabeça da afilhada. "Eu não vou poder demorar muito no almoço, porque eu to com uma m***a de caso pra resolver." A ruiva ligou o carro e começou a dirigir.

"Você não precisava almoçar comigo hoje então."

"Precisava sim. A gente tem que conversar. Seu dindo ta com essa p***a de ideia de te levar pro psicólogo só pra dizer que você tem algum problema. E você ao invés de ajudar, fica falando um monte de m***a na frente dos outros pra eles também acharem que você tem problema." Jessica disse ríspida.

"Eu não falei nada demais." Emma se defendeu.

"Como não? As trevas te atrai? Vai tomar no **, Emma! O Bradley tá doido pra falar que você tem problema e que você puxou isso de mim. Porque o filho dele é perfeito. Você viu como ele não fala as suas m***as?"

"Claro! Ele tem dois. Eu com dois também era uma santa."

"Eu sei. Mas mesmo assim. Eu só quero que você não facilite pra os outros falarem mal de você. Hoje na psicóloga você vai agir o mais normal possível. Não vai falar as drogas que você anda falando. A mulher deve ta doida pra dizer que você tem problema e fazer você ir lá toda semana. E aí é um caminho sem volta. Eu fui a psicólogo a minha vida inteira e olha onde eu tô agora. Presa numa p**a de tratamento que nunca me deixa boa."

"Calma! Eu não vou falar nada que faça ela achar que eu sou maluca." Emma disse já incomodada com o temperamento da madrinha.

"Acho bom. E eu não quero mais você escutando aquelas músicas que você disse pro John que escutava. Em vez de invocar o di***o, vai orar pela sua misericórdia que você tá precisando." Jessica estacionou o carro na frente de um restaurante. "É sério Emma, se eu vir mais uma das suas gracinhas eu vou te mandar de volta pra aquele lugar que você tanto odiou." Jessica disse séria. 

"Tá bom." Emma saiu do carro e bateu a porta com força. 

"E corta essa atitude de rebelde sem causa." Jessica alertou ao sair do carro. 

"Sem causa? Eu não vejo os meus pais há um ano e você ainda me diz que é sem causa?" Emma retrucou com raiva. 

"Eu sei que você não vê os seus pais por muito tempo, mas honestamente, f**-se. Eu e o Bradley estamos aqui e a gente te ama mais que tudo e se conforme com isso."

"Não é a mesma coisa! Você não é a minha mãe e o meu dindo não é meu pai!" As lágrimas da menina começaram a escorrer. 

Jessica olhou para Emma com o coração esmagado. 

"Eu sei." Jessica engoliu o nó na garganta que se formara. 

"Vamos entrar." Emma enxugou as lágrimas com o braço e entrou no restaurante com Jessica seguindo logo atrás. 

No final do almoço, Jessica levou a afilhada para a casa do Bradley. 

"Até mais tarde." Jessica disse ao parar o carro. 

"Dinda, o que eu disse naquela hora sobre você não ser a minha mãe foi impensado. Você é como se fosse uma mãe pra mim." Emma tocou no braço da ruiva. "Eu te amo."

"Eu também te amo, meu amor." Jessica tirou o cinto e pegou Emma nos braços. "Mais do que a minha vida." A ruiva beijou a cabeça da afilhada. "Desculpa as coisas que eu falei hoje. Eu não to muito bem e acabei descontando em você."

"Tudo bem." Emma fechou os olhos, aproveitando o aconchego da madrinha. 

"Minha Emminha." Jessica apertou Emma mais forte. 

As duas ficaram abraçadas por um tempo até que so celular da advogada tocou. 

"Desculpa, vou ter que voltar pro trabalho." Jessica ignorou a ligação e tocou o rosto da afilhada. 

"Tudo bem. Te vejo mais tarde então."

"Sim! Mas pensa no que eu te falei. Age normal lá, por favor!" Jessica pediu num tom mais bem-humorado. 

"Vou tentar." Emma riu e saiu do carro. 

Jessica quando voltou do trabalho, encontrou Andrew sentado no sofá da sala. 

"Oi." A ruiva disse ao fechar a porta. 

"Oi." Andrew respondeu. 

A ruiva colocou as chaves na mesa e seguiu em direção ao namorado. Ela sentou no seu colo e o beijou.

"Como foi o trabalho?" Andrew perguntou com a ruiva nos braços.

"Nada demais." O trabalho tinha sido uma droga, mas ela não queria falar sobre isso. Naquele momento ela só queria beijar seu namorado e assim o fez. A advogada segurou o rosto do professor com as duas mãos e o beijou profundamente. Os lábios e a língua do britânico traziam o bem-estar que ela tanto almejava.

Ela ainda teria que enfrentar seu ex-marido mais tarde e ver sua afilhada sendo analisada por uma estranha, mas naquele momento, tudo o que ela queria era estar nos braços de Andrew e sentir a língua dele na sua.  

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