quarta-feira, 19 de maio de 2021

Dentro do carroo, hoje vai ter ousadia - Satisfações

Há quem diga que não se deve confiar num rostinho bonito. A ironia da frase é que ele mesmo é considerado um rosto bonito, ainda que sem a confiança de um. Não o entendam mal, ele não se acha feio, pelo contrário, sabe que é atraente e tem total ciência do seu apelo às mulheres, mas isso não faz com que tenha uma confiança inabalável e que não tenha ciúmes de sua namorada com outros homens.

Cheryl é uma garota astuta que ama seduzir e provocar. Tom sabia muito bem disso, já que ele mesmo foi seduzido e provocado pela menina. Entretanto, incomodava o professor, que sua namorada continuava a praticar seu esporte favorito, dentro de um relacionamento com ele.

Tom quando leu a notícia do Vincent contando o evento que ele e Cheryl compartilharam dentro do carro, a princípio não deu muita importância. Era Cheryl sendo Cheryl, não valia a pena esquentar a cabeça com aquilo. Porém, o incomodou, todos acharem que ele tinha que demonstrar algum tipo de irritabilidade. Será que estava sendo condescendente demais com a inglesa pelo simples fato dela ser dona do rosto que mais adorava e venerava?

O professor de francês convidou a modelo para um jantar. Ele precisava conversar sobre algumas coisas e, principalmente, abordar o incidente do carro com Vincent.

Cheryl apareceu impecável como sempre. Ela tinha que ser sempre tão bonita e sensual. Não tinha nada em seu rosto que o desagradasse, pelo contrário, Cheryl era a materialização de todos os desejos de um homem. Seu sorriso conseguia iluminar um continente inteiro, caso sofresse de um apagão. Era um efeito automático, sempre que a menina sorria ele sorria de volta. Cheryl beijou seus lábios e o cumprimentou. 

Os dois seguiram até a mesa e Tom observou a morena olhar atentamente o cardápio, decidindo o que escolheria para jantar. Uma coisa que fascinava o professor era o apreço que todos tinham pelas covinhas que ornamentavam as bochechas da modelo, quando esta sorria.Tom achava ainda mais bonito quando elas faziam sua aparição sem ela sorrir, como naquele exato momento. 

"Cheryl, precisamos conversar." Tom usou sua voz séria, a mesma que usava quando dava aula. 

"Shoot babe. O que foi?" Cheryl perguntou se servindo de mais batata-frita. 

"Como você classifica a sua amizade com o Vincent?" 

"Super secreta." Cheryl brincou. 

"Tô falando sério."

"Eu não entendi o que você quis dizer, babe. Como assim classifi-car?" 

"O que eu tô querendo dizer é que tá me parecendo que sua amizade com o Vincent não é só amizade."

"Você diz isso pela notícia? Eu prometo que não foi de propósito. O carro tava cheio, tava todo mundo em cima do outro. Eu só notei que podia ter feito alguma coisa quando ele falou. Eu juro." A expressão da menina mudou de descontraída para séria assim que ele tocou no assunto. 

"Eu não sei…"

"Foi o que aconteceu. Me desculpa, mas não foi de propósito. Eu nunca faria uma coisa dessas intencional. Nunca." 

"O Vincent tá doido pra você dar pra ele."

"E daí? Se a gente ficar p**o com todas as pessoas que querem levar a gente pra cama, não vai sobrar pessoa pra gente não tá p**o."

"Ainda assim, eu não gosto dos dois juntos."

"O que você quer que eu faça? Termine nossa amizade? É um pouco harsh, não acha? Eu já ouvi milhares de coisas sobre você e a Letícia, antes dela tá namorando e eu nunca pedi pra vocês pararem de sair."

"Você nunca viu a Letícia com a mão no meu pau."

"Nem você." Cheryl rebateu brava. 

"Mas o Vincent disse…"

"F***-se o que o Vincent disse. Eu não toquei em nada. Agora, ou você confia em mim ou não confia."

"É que eu sei que você gosta de brincar com as reações das pessoas."

"Gosto?" Cheryl levantou as sobrancelhas, incrédula. 

"Você gosta de testar seu poder sobre elas."

"Se você tá dizendo então deve ser verdade." A menina respondeu debochada. 

"É normal. Você é excepcionalmente bonita. Deve ficar curiosa até onde as pessoas vão por você ou conseguem resistir a você. Eu entendo."

"Você fala como se estivesse abaixo de mim."

"Eu me sinto abaixo de você."

Cheryl bufou. 

"É sério." Tom reiterou. 

"É impossível você achar isso. Todos vivem falando que você é muita coisa pra mim. Geez, eu nem consigo ganhar da Katie ou da Margot ou da Megan."

"Nenhuma delas se compara a você, aliás, nenhuma do mundo."

"Você também consegue ficar bem bonitinho quando se arruma e toma banho." 

"Tá dizendo que eu não tomo banho?" 

"Eu não disse nada, você que tá dizendo." Cheryl abriu um sorriso travesso. 

"Agora vê, a gente mora alguns anos na França e já é acusado de não tomar banho." Ele brincou e Cheryl deu uma risadinha. 

Quando o ar cômico acabou, a inglesa voltou a falar, dessa vez séria:

"Eu te amo. Eu não faria nada pra te machucar. Não de propósito." A menina o olhou de forma terna. 

"Eu sei. Eu também te amo." 

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