segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Festa do Nico

Os pais de Nico viajaram e o menino aproveitou a ausência deles para fazer uma festa na sua casa.

Sua casa era bem grande, tinham seis quartos, cinco banheiros, sala de jantar, sala de jogos e uma ampla sala de estar.

A festa estava marcada para 22h de sábado e não tinha hora para acabar.

Sua turma toda estava na festa (a da Cheryl), além da turma da Jane, do Ryan, e algumas pessoas consideradas legais de outras turmas.

A festa tinha muita bebida, muita erva e muito funk.

Com apenas duas horas de festa, muita gente já estava alterada.

Vincent virou mais um copo de whisky e gelo, enquanto observava Cheryl no colo do namorado, falando alguma coisa no seu ouvido e gargalhando em seguida. Ele conseguiu ver um glimpse de seu sorriso de milhões, e nossa, como o seu sorriso era lindo. Seu coração batia mais forte toda vez que aquele sorriso vinha à tona.

Ele cambaleou até a escada principal e sentou no primeiro degrau, se sentindo um perdedor.

Vincent tirou um pacote de papel do bolso e inalou seu conteúdo. Depois encostou a cabeça no corrimão da escada e começou a chorar.

Nadine saiu do banheiro e desceu a escada, encontrando um Vincent muito alterado chorando.

"Você tá bem? O que houve com você?" Nadine levantou o rosto do garoto para analisá-lo melhor. Seus olhos estavam vermelhos e as pupilas dilatadas. "Você se drogou?"

"Um pouco só." Vincent falou como se não fosse nada demais.

Nadine deu um olhar de reprovação. "Aconteceu alguma coisa? Por que você tá assim?"

"Porque eu não aguento mais."

"O que você não aguenta mais?" Nadine perguntou confusa.

"Não importa o que eu faça, eu nunca vou ser bom o suficiente pra ela. Ela sempre vai preferir todo mundo a mim."

Nadine se deu conta de que o amigo estava se referindo a uma certa pequena Geordie, dona de adoráveis covinhas.

"Deixa a Cheryl pra lá. Tem tantas garotas nessa festa que adorariam ficar com você." Nadine tentou consolá-lo

"Você não entende. Eu não consigo nem mais ser amigo dela direito. Vou ter que acabar com a nossa amizade."

"Você tá falando isso porque tá de porre. Amanhã você não vai pensar mais assim."

"Não. Eu já venho pensando nisso há um tempo. Não dá mais. É muito difícil. Toda vez que a gente tá junto, eu não consigo pensar em outra coisa a não ser em beijar aquela boca e sentir o corpo dela contra o meu. O desejo é tão forte que eu tenho que literalmente me afastar dela várias vezes pra me recompor. Só que eu não consigo mais. Tá muito difícil. Não dá mais!"

"Dá sim! Você não pode cortar a amizade de vocês do nada. Vai acabar com ela."

"Eu não consigo mais, Nadine! Eu tô completamente apaixonado por ela e é humilhante ver ela apaixonada por um cara que não ama ela nem a metade do que eu amo. Eu sempre fiz de tudo pra ver ela feliz. Tudo. Não passei foi de um capacho."

"Eu acho que vocês têm que conversar. Não agora... Espera você ficar sóbrio e aí você fala com ela."

"Não vai adiantar nada. Ela vai dizer que só me vê como amigo e que só pode me oferecer isso, a amizade dela."

"Pode até ser. Mas ainda acho importante você falar pra ela o que você tá sentindo."

"Agrr!" Vincent deu um grito de frustração.

"Acho melhor você ir se deitar um pouco. Você parece bem mal. Acho que tem um quarto vago no andar de cima."

"Tá bom." Vincent tentou se levantar e quase caiu. Nadine, então, ajudou o colega a subir as escadas e colocou ele dentro de um dos quartos.

Mais tarde, Vincent levantou, pegou mais uma bebida e foi procurar a Geordie.

Ela não estava mais no lugar em que a tinha visto por último. O menino continuou procurando e encontrou a menina saindo do banheiro. Vincent a empurrou de volta para dentro e trancou a porta.

"Damn it, Vincent! What the f**k?" A menina passou a mão no cabelo, que tinha bagunçado por conta do movimento súbito.

"Eu preciso falar com você." A fala de Vincent estava arrastada pelo seu estado de embriaguez.

"No banheiro? As pessoas podem ter uma impressão errada."

"Tá preocupada que seu namorado pense que você tá traindo ele comigo? Não precisa se preocupar com isso. Ele sabe que se você traísse ele, seria com qualquer um dessa festa, menos comigo."

"Você tá bem? O quanto que você bebeu?" Cheryl encarou o amigo preocupada."That's it. Chega de festa pra você. Vamos pra casa."

"Não! Eu não quero ir pra casa. Você tá querendo se esquivar porque sabe que eu toquei na ferida." Ele se aproximou da inglesa e tocou o seu tão adorado rosto. "Por que você aceita a ficar com todo mundo menos comigo? Por que pra eu conseguir um beijo seu eu tenho que implorar enquanto com os outros você dá de graça? Eu te amo tanto! Pronto. Falei. Eu sou completamente apaixonado por você." Ele encostou seus lábios nos da garota.

Cheryl afastou a cabeça. "Vincent, você tá bêbado. A gente conversa sobre isso em outro momento."

"Eu não quero falar em outro momento. Eu quero falar agora. Eu penso em te beijar o tempo todo. Você não sabe o quanto é difícil me segurar perto de você e não te encher de beijos, e tirar sua roupa e comer você todinha." Vincent empurrou a Geordie na parede do banheiro e começou a beijar o seu pescoço, passando a língua de vez em quando para sentir seu sabor. “Deliciosa.” Vincent murmurou satisfeito.

"Vincent, me solta!" Cheryl tentou empurrar o garoto inutilmente. Ele tinha quase o dobro do seu tamanho e era muito mais forte que ela.

"Você não sabe quantas vezes por dia eu me masturbo pensando em você e nas coisas que eu queria fazer com você." A mão direita de Vincent começou a passear pelas coxas da menina, enquanto a outra puxava ela pra si. "Tá vendo como você se encaixa perfeitamente em mim? Tão linda... Tão gostosa...Meu amor..." Ele distribuiu beijos molhados pelo colo da menina, enquanto a menina usava toda a sua força para tirá-lo de cima de si.

“Não!” Cheryl gritou quando Vincent agarrou seu vestido e puxou para baixo com força, rasgando seu tecido para ter acesso aos seios da Geordie. 

A menina fechou os olhos e flashbacks do pior dia da sua vida inundaram sua mente. "Por favor, para!" Ela implorou choramingando.

Vincent desabotoou seu sutiã e apertou seu peito direito. 

Naquele momento, Cheryl desistiu de lutar. Ela continuou de olhos fechados e esperou que o amigo terminasse de fazer o que ele queria fazer com ela. Seu rosto angelical estava tomado por lágrimas. Ela estava linda.

"Meu amor, não chora. Você vai gostar. Eu prometo." Vincent beijou sua boca e subiu a mão que estava na sua coxa até sua parte íntima, afastando sua calcinha e acariciando a área da Geordie. 

Vincent sentiu o corpo de Cheryl tremer, involuntariamente, sem parar nos seus braços, e se afastou da menina, assustado. 

A inglesa deixou seu corpo cair no chão e se encolheu, abraçando suas pernas e apoiando a testa no joelho. Ela chorou em silêncio. 

Vincent ficou um tempo olhando para a frágil menina surpreso com o que tinha feito e com o que tinha quase feito. Depois ele se aproximou e envolveu a garota com os braços, protetoramente. "Desculpa. Me desculpa." O garoto disse chorando. “Eu te amo.” Ele beijou sua cabeça. “Eu não queria te machucar. Eu te amo.”  

Cheryl não respondeu, ou se mexeu. 

Nadine estava procurando Cheryl, mas não achava a menina em lugar algum. Ela foi no quarto que tinha deixado Vincent descansando e encontrou o quarto vazio.

Não acredito. - Nadine pensou e pegou o celular para ligar para a amiga. 

Dentro do banheiro, Vincent viu o celular da inglesa tocando e olhou assustado. Cheryl continuou imóvel. 

O telefone parou de chamar e Nadine tentou de novo. Ao passar em frente ao banheiro que os dois estavam, ouviu um celular tocando. Ela encerrou a ligação e viu que o celular parou de tocar. Ligou de novo e ouviu novamente o toque do lado de dentro. 

"Cheryl!" Nadine gritou mexendo na maçaneta do banheiro. "Cheryl, você tá aí? Responde!" 

"A gente tá conversando aqui dentro. Depois ela fala com você." Vincent gritou. 

"Por que ela não tá falando nada? Cheryl, fala alguma coisa!" 

Cheryl permaneceu quieta. 

"Depois ela fala contigo!" Vincent gritou. 

Nadine foi até João contar o que estava acontecendo. "Eu tô preocupada com ela. O Vincent tava muito instável quando eu falei com ele. Acho melhor a gente arrombar." 

"Tem certeza que ela tá ali mesmo?" João falou incerto.

"Não sei. O celular dela lá. Eu tô com um mau pressentimento."

“Tudo bem. Eu vou.”

João conseguiu arrombar a porta do banheiro na terceira tentativa. 

Nadine olhou a cena perplexa. Cheryl encolhida com o vestido rasgado, no canto do banheiro e Vincent com um olhar assustado. Nadine abaixou para ficar da altura da inglesa."Cheryl! Você tá bem?" Ela olhou de Cheryl para Vincent. "Sai daqui!" A loira gritou com o menino. 

"Você vai deixar ele ir embora?" João perguntou revoltado. 

"Deixa ele ir." Nadine respondeu olhando para a Geordie, avaliando o estado da menina.

Vincent levantou do chão e saiu do banheiro cambaleando.  

"João, pega um casaco no quarto do Nico pra colocar nela." Nadine pediu ao namorado dela e ele obedeceu. 

"Você vai ficar bem." Nadine acariciou as costas da britânica. 

João voltou com um casaco grande com zíper, na cor azul marinho. 

"Vem querida." Nadine levantou e puxou os braços da Geordie pra ela ficar de pé. João virou de costas para não ver as partes expostas da menina. Nadine colocou o casaco nela e fechou o zíper. 

Cheryl estava parecendo uma criança com aquele casaco grande cobrindo sua pequena forma. A ex-modelo olhou para o chão envergonhada. 

Nadine abraçou a amiga, se sentindo extremamente protetora e depois segurou seu queixo com cuidado. "Vamos te levar pra casa."

Cheryl assentiu.

"Não é melhor a gente avisar pro Edward? Ele deve tá louco procurando por ela." João questionou. 

"Se ele souber agora ele vai dar uma surra no Vincent aqui mesmo nessa festa." Nadine negou.

"Mais um motivo pra gente contar. Ele merece levar uma surra." 

"O Vincent ama a Cheryl. Ele não faria isso se não tivesse chapado."

"Tá chapado não é desculpa."

"Eu sei que não, mas vamos evitar mais um problema por hoje. Depois, eu mando uma mensagem pra ele dizendo que a Cheryl passou mal e eu levei ela pra casa." Nadine segurou a mão pequena e delicada da Geordie. "Vamos lá.”

Cheryl seguiu a amiga para fora da casa de Nico de cabeça baixa.

Quando o uber chegou, Nadine colocou a inglesa para dentro e entrou logo em seguida. Cheryl deitou a cabeça no ombro da amiga loira e deixou as lágrimas caírem em silêncio.

Ao chegarem na casa da Geordie, Nadine deu um selinho de despedida no namorado.

“Depois dá notícia.” João pediu.

“Pode deixar.” Nadine respondeu.

“É, João?” Cheryl passou as costas da mão pelo rosto para tentar secar as lágrimas.

“Sim.” Ele respondeu.

“Não conta pro Edward sobre o que aconteceu hoje. Ele vai ficar bravo e o Vincent ainda é o meu melhor amigo.”

“Tá bom.” João não concordava, mas achou melhor acatar o pedido da Geordie.

“Ele tava muito bêbado e não se deu conta do que tava fazendo.” Cheryl adicionou.

“Aham.” João assentiu.

“Até amanhã!” Nadine falou para o namorado e ele foi embora. Depois, ela tocou a campainha da casa da Cheryl e o padrasto dela atendeu.

“O que aconteceu com você?” O padrasto da inglesa perguntou com tom de reprovação ao ver o estado da Geordie. “Eu já disse que não quero você chegando em casa bêbada. Sua mãe pode tolerar esse tipo de comportamento, mas eu não.”

“Ela não bebeu muito. Eu tava com ela o tempo todo.” Nadine tentou defendê-la.

“E eu nasci ontem. Tá de castigo até a segunda ordem.” Ele falou para a enteada. “Obrigado por cuidar da nossa Cheryl e trazer ela pra casa em segurança.” Ele apertou a mão da Nadine. “Se precisar de alguma coisa, eu vou estar no meu quarto.”

Nadine assentiu e o padrasto de Cheryl foi para o quarto dormir.

“F***in’ great.” Cheryl xingou.

“Poderia ser pior, Cheryl.” Nadine empurrou a Geordie pelos ombros para dentro de seu quarto.

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