Os pais de Nico viajaram e o menino aproveitou a ausência deles para fazer uma festa na sua casa.
Sua casa
era bem grande, tinham seis quartos, cinco banheiros, sala de jantar, sala de
jogos e uma ampla sala de estar.
A festa
estava marcada para 22h de sábado e não tinha hora para acabar.
Sua turma
toda estava na festa (a da Cheryl), além da turma da Jane, do Ryan, e algumas
pessoas consideradas legais de outras turmas.
A festa
tinha muita bebida, muita erva e muito funk.
Com
apenas duas horas de festa, muita gente já estava alterada.
Vincent virou mais um copo de whisky e gelo, enquanto observava Cheryl no colo do namorado, falando alguma coisa no seu ouvido e gargalhando em seguida. Ele conseguiu ver um glimpse de seu sorriso de milhões, e nossa, como o seu sorriso era lindo. Seu coração batia mais forte toda vez que aquele sorriso vinha à tona.
Ele
cambaleou até a escada principal e sentou no primeiro degrau, se sentindo um perdedor.
Vincent
tirou um pacote de papel do bolso e inalou seu conteúdo. Depois encostou a
cabeça no corrimão da escada e começou a chorar.
Nadine
saiu do banheiro e desceu a escada, encontrando um Vincent muito alterado
chorando.
"Você
tá bem? O que houve com você?" Nadine levantou o rosto do garoto para
analisá-lo melhor. Seus olhos estavam vermelhos e as pupilas dilatadas.
"Você se drogou?"
"Um
pouco só." Vincent falou como se não fosse nada demais.
Nadine
deu um olhar de reprovação. "Aconteceu alguma coisa? Por que você tá
assim?"
"Porque
eu não aguento mais."
"O
que você não aguenta mais?" Nadine perguntou confusa.
"Não
importa o que eu faça, eu nunca vou ser bom o suficiente pra ela. Ela sempre
vai preferir todo mundo a mim."
Nadine se
deu conta de que o amigo estava se referindo a uma certa pequena Geordie, dona
de adoráveis covinhas.
"Deixa
a Cheryl pra lá. Tem tantas garotas nessa festa que adorariam ficar com
você." Nadine tentou consolá-lo
"Você
não entende. Eu não consigo nem mais ser amigo dela direito. Vou ter que acabar
com a nossa amizade."
"Você
tá falando isso porque tá de porre. Amanhã você não vai pensar mais
assim."
"Não.
Eu já venho pensando nisso há um tempo. Não dá mais. É muito difícil. Toda vez
que a gente tá junto, eu não consigo pensar em outra coisa a não ser em beijar
aquela boca e sentir o corpo dela contra o meu. O desejo é tão forte que eu
tenho que literalmente me afastar dela várias vezes pra me recompor. Só que eu
não consigo mais. Tá muito difícil. Não dá mais!"
"Dá
sim! Você não pode cortar a amizade de vocês do nada. Vai acabar com ela."
"Eu
não consigo mais, Nadine! Eu tô completamente apaixonado por ela e é humilhante
ver ela apaixonada por um cara que não ama ela nem a metade do que eu amo. Eu
sempre fiz de tudo pra ver ela feliz. Tudo. Não passei foi de um capacho."
"Eu
acho que vocês têm que conversar. Não agora... Espera você ficar sóbrio e aí
você fala com ela."
"Não
vai adiantar nada. Ela vai dizer que só me vê como amigo e que só pode me
oferecer isso, a amizade dela."
"Pode
até ser. Mas ainda acho importante você falar pra ela o que você tá
sentindo."
"Agrr!"
Vincent deu um grito de frustração.
"Acho
melhor você ir se deitar um pouco. Você parece bem mal. Acho que tem um quarto
vago no andar de cima."
"Tá
bom." Vincent tentou se levantar e quase caiu. Nadine, então, ajudou o
colega a subir as escadas e colocou ele dentro de um dos quartos.
Mais
tarde, Vincent levantou, pegou mais uma bebida e foi procurar a Geordie.
Ela não
estava mais no lugar em que a tinha visto por último. O menino continuou
procurando e encontrou a menina saindo do banheiro. Vincent a empurrou de volta
para dentro e trancou a porta.
"Damn
it, Vincent! What the f**k?" A menina passou a mão no cabelo, que tinha bagunçado
por conta do movimento súbito.
"Eu
preciso falar com você." A fala de Vincent estava arrastada pelo seu
estado de embriaguez.
"No
banheiro? As pessoas podem ter uma impressão errada."
"Tá
preocupada que seu namorado pense que você tá traindo ele comigo? Não precisa
se preocupar com isso. Ele sabe que se você traísse ele, seria com qualquer um
dessa festa, menos comigo."
"Você
tá bem? O quanto que você bebeu?" Cheryl encarou o amigo
preocupada."That's it. Chega de festa pra você. Vamos pra casa."
"Não!
Eu não quero ir pra casa. Você tá querendo se esquivar porque sabe que eu
toquei na ferida." Ele se aproximou da inglesa e tocou o seu tão adorado
rosto. "Por que você aceita a ficar com todo mundo menos comigo? Por que
pra eu conseguir um beijo seu eu tenho que implorar enquanto com os outros você
dá de graça? Eu te amo tanto! Pronto. Falei. Eu sou completamente
apaixonado por você." Ele encostou seus lábios nos da garota.
Cheryl
afastou a cabeça. "Vincent, você tá bêbado. A gente conversa sobre isso em
outro momento."
"Eu
não quero falar em outro momento. Eu quero falar agora. Eu penso em te beijar o
tempo todo. Você não sabe o quanto é difícil me segurar perto de você e não te
encher de beijos, e tirar sua roupa e comer você todinha." Vincent
empurrou a Geordie na parede do banheiro e começou a beijar o seu pescoço,
passando a língua de vez em quando para sentir seu sabor. “Deliciosa.” Vincent
murmurou satisfeito.
"Vincent,
me solta!" Cheryl tentou empurrar o garoto inutilmente. Ele tinha quase o
dobro do seu tamanho e era muito mais forte que ela.
"Você
não sabe quantas vezes por dia eu me masturbo pensando em você e nas coisas que
eu queria fazer com você." A mão direita de Vincent começou a passear
pelas coxas da menina, enquanto a outra puxava ela pra si. "Tá vendo como
você se encaixa perfeitamente em mim? Tão linda... Tão gostosa...Meu amor..."
Ele distribuiu beijos molhados pelo colo da menina, enquanto a menina usava
toda a sua força para tirá-lo de cima de si.
“Não!”
Cheryl gritou quando Vincent agarrou seu vestido e puxou para baixo com força, rasgando
seu tecido para ter acesso aos seios da Geordie.
A menina
fechou os olhos e flashbacks do pior dia da sua vida inundaram sua mente.
"Por favor, para!" Ela implorou choramingando.
Vincent desabotoou
seu sutiã e apertou seu peito direito.
Naquele
momento, Cheryl desistiu de lutar. Ela continuou de olhos fechados e esperou que o amigo
terminasse de fazer o que ele queria fazer com ela. Seu rosto angelical
estava tomado por lágrimas. Ela estava linda.
"Meu
amor, não chora. Você vai gostar. Eu prometo." Vincent beijou sua boca e subiu
a mão que estava na sua coxa até sua parte íntima, afastando sua calcinha e
acariciando a área da Geordie.
Vincent
sentiu o corpo de Cheryl tremer, involuntariamente, sem parar nos seus braços,
e se afastou da menina, assustado.
A inglesa
deixou seu corpo cair no chão e se encolheu, abraçando suas pernas e apoiando a
testa no joelho. Ela chorou em silêncio.
Vincent
ficou um tempo olhando para a frágil menina surpreso com o que tinha feito e
com o que tinha quase feito. Depois ele se aproximou e envolveu a garota com os
braços, protetoramente. "Desculpa. Me desculpa." O garoto disse
chorando. “Eu te amo.” Ele beijou sua cabeça. “Eu não queria te machucar. Eu te
amo.”
Cheryl não
respondeu, ou se mexeu.
Nadine
estava procurando Cheryl, mas não achava a menina em lugar algum. Ela foi no
quarto que tinha deixado Vincent descansando e encontrou o quarto vazio.
Não
acredito. - Nadine pensou e pegou o celular para ligar para a amiga.
Dentro do
banheiro, Vincent viu o celular da inglesa tocando e olhou assustado. Cheryl continuou
imóvel.
O
telefone parou de chamar e Nadine tentou de novo. Ao passar em frente ao
banheiro que os dois estavam, ouviu um celular tocando. Ela encerrou a ligação
e viu que o celular parou de tocar. Ligou de novo e ouviu novamente o toque do
lado de dentro.
"Cheryl!"
Nadine gritou mexendo na maçaneta do banheiro. "Cheryl, você tá aí?
Responde!"
"A
gente tá conversando aqui dentro. Depois ela fala com você." Vincent
gritou.
"Por
que ela não tá falando nada? Cheryl, fala alguma coisa!"
Cheryl
permaneceu quieta.
"Depois
ela fala contigo!" Vincent gritou.
Nadine
foi até João contar o que estava acontecendo. "Eu tô preocupada com ela. O
Vincent tava muito instável quando eu falei com ele. Acho melhor a gente
arrombar."
"Tem
certeza que ela tá ali mesmo?" João falou incerto.
"Não
sei. O celular dela lá. Eu tô com um mau pressentimento."
“Tudo
bem. Eu vou.”
João
conseguiu arrombar a porta do banheiro na terceira tentativa.
Nadine olhou a cena perplexa. Cheryl encolhida com o vestido rasgado, no canto do banheiro e Vincent com um olhar assustado. Nadine abaixou para ficar da altura da inglesa."Cheryl! Você tá bem?" Ela olhou de Cheryl para Vincent. "Sai daqui!" A loira gritou com o menino.
"Você
vai deixar ele ir embora?" João perguntou revoltado.
"Deixa ele ir." Nadine respondeu olhando para a Geordie, avaliando o estado da menina.
Vincent
levantou do chão e saiu do banheiro cambaleando.
"João,
pega um casaco no quarto do Nico pra colocar nela." Nadine pediu ao
namorado dela e ele obedeceu.
"Você
vai ficar bem." Nadine acariciou as costas da britânica.
João
voltou com um casaco grande com zíper, na cor azul marinho.
"Vem
querida." Nadine levantou e puxou os braços da Geordie pra ela ficar de
pé. João virou de costas para não ver as partes expostas da menina. Nadine
colocou o casaco nela e fechou o zíper.
Cheryl estava
parecendo uma criança com aquele casaco grande cobrindo sua pequena forma. A
ex-modelo olhou para o chão envergonhada.
Nadine
abraçou a amiga, se sentindo extremamente protetora e depois segurou seu queixo
com cuidado. "Vamos te levar pra casa."
Cheryl
assentiu.
"Não
é melhor a gente avisar pro Edward? Ele deve tá louco procurando por ela."
João questionou.
"Se
ele souber agora ele vai dar uma surra no Vincent aqui mesmo nessa festa."
Nadine negou.
"Mais
um motivo pra gente contar. Ele merece levar uma surra."
"O
Vincent ama a Cheryl. Ele não faria isso se não tivesse chapado."
"Tá
chapado não é desculpa."
"Eu
sei que não, mas vamos evitar mais um problema por hoje. Depois, eu mando uma mensagem pra
ele dizendo que a Cheryl passou mal e eu levei ela pra casa." Nadine segurou
a mão pequena e delicada da Geordie. "Vamos lá.”
Cheryl
seguiu a amiga para fora da casa de Nico de cabeça baixa.
Quando o
uber chegou, Nadine colocou a inglesa para dentro e entrou logo em seguida. Cheryl
deitou a cabeça no ombro da amiga loira e deixou as lágrimas caírem em
silêncio.
Ao
chegarem na casa da Geordie, Nadine deu um selinho de despedida no namorado.
“Depois
dá notícia.” João pediu.
“Pode deixar.”
Nadine respondeu.
“É, João?”
Cheryl passou as costas da mão pelo rosto para tentar secar as lágrimas.
“Sim.”
Ele respondeu.
“Não
conta pro Edward sobre o que aconteceu hoje. Ele vai ficar bravo e o Vincent ainda
é o meu melhor amigo.”
“Tá bom.”
João não concordava, mas achou melhor acatar o pedido da Geordie.
“Ele tava
muito bêbado e não se deu conta do que tava fazendo.” Cheryl adicionou.
“Aham.”
João assentiu.
“Até
amanhã!” Nadine falou para o namorado e ele foi embora. Depois, ela tocou a
campainha da casa da Cheryl e o padrasto dela atendeu.
“O que
aconteceu com você?” O padrasto da inglesa perguntou com tom de reprovação ao
ver o estado da Geordie. “Eu já disse que não quero você chegando em casa
bêbada. Sua mãe pode tolerar esse tipo de comportamento, mas eu não.”
“Ela não
bebeu muito. Eu tava com ela o tempo todo.” Nadine tentou defendê-la.
“E eu
nasci ontem. Tá de castigo até a segunda ordem.” Ele falou para a enteada. “Obrigado
por cuidar da nossa Cheryl e trazer ela pra casa em segurança.” Ele apertou a
mão da Nadine. “Se precisar de alguma coisa, eu vou estar no meu quarto.”
Nadine
assentiu e o padrasto de Cheryl foi para o quarto dormir.
“F***in’
great.” Cheryl xingou.
“Poderia ser pior, Cheryl.” Nadine empurrou a Geordie pelos ombros para dentro de seu quarto.
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