Os meses que ela mais odiava eram dezembro e janeiro. O primeiro porque era o mês do natal, e o segundo por ser o mês do seu aniversário. Duas datas importantes que exacerbavam a falta de sua família.
Ela amava os Cullens, de fato, mas seus pais eram insubstituíveis. Sua mãe, uma mulher tão doce e serena, ao contrário de si mesma, fazia uma tremenda falta. Mesmo tendo se passado anos e anos, Katie ainda lembrava do seu cheiro, do seu sorriso e da sua amabilidade.
Dentro de poucas horas, seria seu aniversário, e tudo o que a morena queria era uma oportunidade de ver sua mãe de novo, ao menos, mais uma vez. Se pudesse, faria um pedido para algum ser mágico desejando a mãe por mais um dia, como o menino do filme inteligência artificial.
Seu aniversário perdeu ainda mais o significado quando seu pai foi para a prisão. Apesar de parecer um homem de negócios frio e sério era um pai amoroso e bondoso. A única família que tinha foi tomada de si, de forma cruel e abrupta.
Na noite da véspera do seu aniversário, Katie chorou até cair no sono abraçada com uma foto dos seus pais.
Ao acordar, a morena ligou para o Chris.
“Chris?” Katie falou quando o amigo atendeu.
“Oi, Katie! Eu que devia tá te ligando. Feliz aniversário!” Ele falou animado.
“Obrigada. Quer tomar café da manhã comigo hoje?”
“Claro. Vai mais quem?”
“Ninguém. Só a gente.”
“Melhor ainda.” Chris riu.
“Pode ser daqui a uma hora naquela cafeteria perto da praia?”
“Pode sim.”
“Então até lá.”
“Até.”
Katie pegou a foto dos pais, que estava em cima da cama, e guardou na gaveta da cabeceira. Ela queria muito ver Chris. Ela queria vê-lo porque sempre se sentia mais próxima da sua mãe quando estava com ele.
Quando era viva, sua mãe adorava o garoto, e sempre levava Chris para brincar com a menina. Ela dizia que se tivesse um menino queria que fosse um super fofo e adorável como o Chris.
Quando Katie estava com Chris era sempre como se sua mãe estivesse um pouquinho mais perto.
A menina respirou fundo antes de descer e enfrentar os Cullens. Ela teria que fingir que estava animada com o aniversário. Fingir que amava ficar mais velha, enquanto se distanciava cada vez mais da infância, a mesma qual seus pais não puderam testemunhar. Fingir que estava tudo bem quando nada realmente estava.
Novamente, ela amava os Cullens com todo o seu ser, e amava o fato deles serem órfãos, assim como ela, o que ajudava que não se sentisse sozinha na sua dor, mas em datas comemorativas eles costumavam colocar muita expectativa.
Chegando na sala, a morena encontrou Edward com uma expressão séria perto do piano. Ele certamente escutara seu choro durante a noite. Todos escutaram. O inglês se virou para a menina, comunicando só pelo olhar, que sabia o que estava passando, e que a entendia.
Katie não fingiu.
Não fingiu que estava feliz com o aniversário. Não fingiu que estava feliz em ficar mais velha. Tampouco fingiu que estava tudo bem. Ela se permitiu chorar e ser vista chorando.
Edward a abraçou e a dor de um virou a dor de dois, e posteriormente, a dor de oito.
Katie aceitou ser confortada e consolada pelos Cullens, não se sentindo mais sozinha, mas rodeada de pessoas que a amava, sua família.
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