The request

Miranda ligou avisando que chegaria mais tarde em casa por conta de um imprevisto no trabalho. Lana se pegou pensando se sua mãe estava realmente falando a verdade ou se ela mentiu para ficar com a chefe.

Lana preparou um macarrão de forno, jantou e ligou a televisão. Ela deixou num canal de filmes, sem realmente prestar atenção no que estava passando.

A campainha da sua casa tocou.

Lana levantou e abriu a porta.

"Lex?" Lana estava surpresa ao vê-lo na porta da sua casa naquela hora.

"Tô indo pra Nova York amanhã. Pensei em vir me despedir."

"Por quanto tempo?" Lana saiu do meio da porta para dar passagem ao amigo.

"Duas semanas. Tenho alguns negócios pra resolver lá." Lex fechou a porta e trancou.

"Eu não estava sabendo."

"Na verdade, eu acabei não comentando. Você parecia muito ocupada algemada com aquele tampinha."

"Era um projeto da escola."

"Não sou um grande fã dos métodos multidisciplinares que as escolas vêm utilizando hoje em dia."

"Eu também não."

Lex olhou para o prato sujo de macarronada em cima da mesa de centro.

"Eu ia limpar." Lana explicou.

"Claro." Lex riu.

"Que horas é o seu voo amanhã?"

"Sete e vinte."

"Meio cedo."

"Nem tanto."

Lana tamborilou um dedo no outro, em nervosismo. 

"Lex?"

"Vai pedir pra ir junto comigo de novo? Sua mãe quase me proibiu de ver você pra sempre por causa da nossa pequena aventura em São Paulo." Lex abriu um sorriso esnobe.

"Não. Definitivamente minha mãe nunca me perdoaria se eu fugisse com você pra Nova York."

"Você ela iria acabar perdoando. Eu, por outro lado..."

"Ela te adora. Com certeza ia acabar te perdoando também."

"Prefiro não arriscar minha cabeça. Mas diga, o que você ia falar?"

"Eu quero encontrar meu pai."

"Lana..." 

"Eu só queria ver ele. Uma vez.. nada além disso."

"E da onde você tirou esse interesse repentino em vê-lo? 

"Não sei. Acho que é uma coisa que sempre quis fazer. Só não tinha coragem de pedir a ninguém."

"E por que decidiu que tinha coragem agora? Alguma coisa deve ter despertado esse interesse em você."

"Mais ou menos... Enquanto eu tava algemada, acabei passando muito tempo na casa do pai do garoto que era meu par, e sei lá, ver ele tão amoroso com os filhos me fez pensar no porquê o meu próprio pai não conseguiu me amar." Lana começou a chorar. 

Lex odiava ver Lana chateada, principalmente chorando. Ele foi até a menina e colocou o braço em sua volta. 

"Porque ele é um covarde que não soube valorizar as mulheres incríveis que tinha. Eu não sei se vê-lo depois de anos vai te dar a resolução que você está esperando, mas se for isso que você realmente quer, eu procuro ele pra você." A verdade é que Lex não conseguia negar um pedido feito por Lana, ficando óbvio, na sua viagem a São Paulo, na qual a morena o convenceu de acompanhá-lo, sem a permissão de sua mãe. 

"Vai mesmo?" Lana levantou a cabeça para olhá-lo. 

"Sim. Mas eu quero tá perto quando você for encontrar ele."

"Combinado."

"E se eu perceber você chateada um pouquinho sequer por causa dele, vou te levar embora imediatamente."

"Combinado." Lana repetiu. 

"Então tá. Vou ter que ir agora. Se cuida. Não faça nenhuma besteira enquanto eu estiver fora."

"Tá bom."

"Tô falando sério." Lex apontou um dedo de brincadeira no nariz da menina. 

"Eu também." Lana riu. 

"Então, tchau." Lex beijou o rosto da morena e abriu a porta. 

"Me liga quando chegar." Lana gritou da porta. 

"Pode deixar!" Lex gritou de volta e entrou no carro.