Bradley estava muito estressado. Parecia que os últimos meses decidiram cobrar todos os inconvenientes que o professor poderia ter causado no decorrer de sua vida. Entretanto, sua prioridade, era sua filha Emma, sempre seria, e Brian, é claro.
Ele odiou o modo como sua filha foi tratada. Ela não era nenhuma marginal. Nenhuma má influência. E certamente, nenhuma adulta. Estava longe de ser.
Os principais vilões não era Asa. Ele era um garoto enjoado, que claramente não sabia o que queria, mimado e imaturo, mas não era o verdadeiro vilão. Esse título pertencia a Andrew e Antonella. Fizeram tanto para proteger o filho de Emma, que encheram a menina de culpa e responsabilidade. Será que eles não viam que ela também não era adulta? Será que não viram tudo o que ela passou e ainda estava passando, desde a descoberta de sua adoção, o abandono dos pais adotivos, a quase perda da Jessica, e ainda, a possibilidade de não ver sua mãe biológica, fora do coma, por anos? Será que sua reprovação em matemática não era prova o suficiente de que sofria? Por que enchê-la de preocupações com um garoto que não era sua responsabilidade? Por que acusá-la de namorar Asa, se ele quem quis? Se não estavam contente com a ideia, falassem com o filho deles, e não culpabilizar Emma.
Bradley precisava conversar com Emma para saber como estava sua cabeça e se estava tudo bem.
O professor chamou Emma para jantar fora, assim, poderiam ter privacidade.
No restaurante, Bradley pediu a comida dos dois e puxou assunto com a filha.
"Então, Emma, como você tá?"
"Bem."
Bradley sabia que Emma responderia isso. Ela era sempre lacônica e não gostava de falar sobre seus sentimentos.
"Ainda chateada com o Asa?"
"Eu cheguei a conclusão de que não quero mais falar sobre ele. Não tem porquê. O que passou, passou e é isso."
"Entendo. É que eu fico preocupado com você."
"Eu sei, obrigada." A ruiva remexeu a comida. "Eu acho que você não devia ter perdido a cabeça com a Antonella."
"Como assim?"
"Eu acho que dependendo da nossa reação, acabamos perdendo a razão. Eu sei que você é explosivo e eu sei que é pra me defender... Eu sou grata, mas... as pessoas não estão vendo isso com bons olhos. A Antonella saiu da escola e muitos tão dizendo que foi porque ela e o filho foram humilhados. No final do dia você é homem, ela tá grávida e o filho é indefeso, entende? É dessa forma que todo mundo ta enxergando."
"Eu reconheço que posso ter passado dos limites. Mas eu tava com raiva. Odeio te ver triste e odeio quem te faz triste. Fiquei p**o porque trataram você como uma delinquente e no final quem sacaneou foi ele. E não importa se ele tem 10. Ele sabia o que tava fazendo, não é nenhum bebê. Até meu filho de 3 anos foi um melhor namorado pra Crystal do que ele pra você."
"Eu já disse que não quero mais falar dele. Já foi. O que eu tô falando é sobre você. Eu sei que você me ama e que quer me proteger. E também sei que tanto você quanto a minha madrinha se sentem em dívida comigo. O que eu quero dizer é que você não precisa se sentir assim. Você é um pai maravilhoso e eu reconheço isso."
"Obrigado. Você não sabe o quanto é importante pra mim ouvir isso vindo de você." Bradley segurou sua mão, emocionado.
"Só falei a verdade."
"Eu vou tentar melhorar, tá?"
"Tudo bem. E quando a minha dinda acordar, não fala nada sobre o que aconteceu. Ela tem o mesmo temperamento do seu e é possível que ela acabe pegando ranço do Asa, e se isso acontecer, o Andrew vai ficar muito bravo e vai acabar afetando o casamento deles. Ela ficaria muito triste se o casamento desse errado."
"Tem razão. Não vou falar nada. Não quero sua dinda triste."
"Nem eu."
"Pensei de você só voltar a frequentar aquela casa, quando sua dinda acordar, porque aí, você vai ter ela. Por enquanto, não acho conveniente. Eu sei que tem a Mel, mas infelizmente, a Jessica não tá aqui pra fazer a ponte da bebê com a gente."
"Tá bom."
"Tá triste?"
"Não."
"Parece."
"Eu só nunca mais quero fazer as coisas da minha cabeça de novo. Nunca mais desobedeço vocês."
"Vai ficar tudo bem. Você vai ver."
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