domingo, 11 de julho de 2021

Descoberta

Jessica deu duas batidas na porta da afilhada, antes de girar a maçaneta.

Emma estava sentada na cama escutando seu discman e girando uma vareta dentro do aquário, deixando seu peixe, Paquito, tonto, alheia a presença da dinda.

A advogada sabia que se ela tentasse falar, a menina não ouviria, então, se aproximou e tocou seu ombro.

Emma tirou a vareta do aquário assustada e removeu o headphone do ouvido.

"O que você está fazendo?" Jessica perguntou confusa. Sua afilhada era mestre em fazer coisas sem sentido.

"Testando a coordenação motora do Paquito." Emma pegou o aquário e o levou para cima da escrivaninha.

"Isso não faz mal pra ele?"

"Não. Você acha que eu faria algum mal pro meu peixe?"

"Não foi isso o que eu disse."

"Pareceu."

"Então eu peço desculpas."

"Tá."

Emma foi colocar o fone de volta, sendo impedida por sua madrinha.

"Em, precisamos conversar."

"O quê?"

Jessica se sentou ao lado da menina e colocou a mão no seu colo.

"Eu estou sentindo que tem alguma coisa errada com você."

"Tipo?"

"Você está muito retraída. Não falou direito comigo o dia todo."

"Eu não percebi. Vou tentar falar mais então."

"Tem algo te chateando?"

"Não."

"Eu te conheço, Emma. Sei quando você tá triste, feliz, preocupada, com medo e também sei quando tem algo te afligindo, mas que você não quer falar. Fala comigo, por favor. Eu tenho percebido que ultimamente você tem se sentido confortável de falar as coisas mais com o Bradley. Eu queria que você também se sentisse confortável de se abrir comigo."

"Eu me sinto confortável com você."

"Não parece."

"Mas é."

"Então fala o que tá te incomodando."

"Nada, dinda. Que saco!"

"Desculpa."

Jessica fitou a parede do quarto da menina, pensativa.

"É a sua gravidez... Eu não gostei dela." Emma admitiu.

"Você pode falar comigo sobre isso. Que tal ao invés de você guardar as coisas pra si, a gente conversar sobre?" Jessica falou calmamente.

"Não tem muito o que falar. Eu não gostei e não dá mais pra fazer nada porque é tarde demais."

"Não é porque não dá pra fazer mais nada quanto a gravidez, que a gente não possa falar sobre o assunto. Eu entendo o que você tá sentindo. É o que todos estão, na verdade. Seu sentimento é de que eu fui irresponsável e imprudente, certo?"

Emma assentiu.

"Eu não vou tentar me desfazer da culpa e dizer que o que aconteceu foi um acidente porque apesar de não ter feito nada de caso pensado, eu poderia ter me precavido mais. Só que... É difícil explicar. Não tem nada que eu mais ame no mundo do que ser mãe. É onde eu me sinto mais feliz e mais realizada."

"Mas você já é mãe. Por que não acha o que já tem o suficiente?"

"Não foi isso que eu quis dizer."

"Foi sim. Você disse que o que você mais ama no mundo é ser mãe. Mas você já é mãe. Por que outro? Porque não se contentar com o que tem ao invés de querer sempre mais?"

"Não acho que seja uma questão de não ficar satisfeita com o que eu tenho. Eu amo a Mel e agradeço todos os dias a Deus por ter me dado essa benção. Se ela tiver que ser minha única filha, que seja. Eu já me sinto muito grata e feliz. Eu só quis tentar uma última vez ter outro bebê porque gosto da ideia de mais de uma criança em casa, mas não estou condicionando a minha felicidade nisso. A minha ideia era convencer o Andrew mais pra frente, no final do ano que vem, talvez, a tentarmos outro bebê, mas veio agora então que assim seja. Não estou dizendo que não estou assustada, mas vai acontecer o que o Senhor quer que aconteça e a vontade Dele é sempre boa e perfeita e eu estou me segurando nisso."

"Antes da Mel você não era feliz?"

"Eu era, mas não como agora. Quando você tiver os seus próprios filhos, vai entender como é."

"Parabéns então. Espero que os filhos que você está esperando nasçam pra você completar a sua família feliz."

"O que você quer dizer com isso?"

"O que você escutou e nem vem problematizar o que eu falei. Agora, eu vou ligar pro meu padrinho vir me buscar porque eu quero que ele me ajude com a prova de matemática de amanhã."

"Achei que você já tava entendendo a matéria."

"É, mas também a Mel fica chorando e me desconcentra e com certeza ela vai me atrapalhar de dormir de noite."

"Você tá inventando desculpa. O que foi? Foi alguma coisa que eu falei? Eu quase nunca te tenho e quando você finalmente é minha, você sempre corre de volta pro Bradley."

"Acho que você não faz muita questão de me ter."

"Como não? Eu vivo por você. Definitivamente, você não sabe o que tá falando."

"Eu nem sei porque eu fiquei tão sensível com isso. Não é como se eu quisesse você como mãe."

"Como?" Jessica perguntou confusa.

"Esquece."

"Emma, o que você acabou de falar?"

"Besteira. Eu só falo besteira, lembra?"

"Não, isso não foi nenhuma besteira. O Bradley conversou com você?"

"Não."

"Mas você sabe... Dá pra ver nos seus olhos..."

Emma se perguntou se aquilo ainda tinha conserto. Mas infelizmente, ela foi muito idiota e agora já era tarde demais de voltar com o que disse.

"Tá bom, eu sei. E daí? Nada mudou. Meus pais continuam sendo meus pais e sua única filha é a Mel, como você fez questão de pontuar."

"Não!" Jessica disse nervosa com lágrimas nos olhos.

"Nem adianta tentar mentir ainda mais pra mim. Eu já sei que sou adotada."

"Como?" Jessica fitou a afilhada assustada, seu coração acelerando em segundos.

"Eu descobri."

"Quem te disse isso?"

"Eu descobri sozinha. Eu fiz um exame de dna com uma amostra de cabelo sua e do meu dindo."

O corpo de Jessica tremeu da cabeça aos pés. Jessica tentou pensar em algo para dizer. Alguma justificativa que não a fizesse parecer o monstro que Emma estaria pensando que fosse.

"Eu.. Eu... Não... que-ria... Me... per-doa." A advogada queria formar uma frase com mais coerência, mas parecia impossível. O choro chegou como um avalanche. A advogada pegou as mãos da afilhada para reafirmar o que dizia. "Eu não queria. Me perdoa. Por favor." Jessica se ajoelhou de frente para a menina e implorou de novo. "Me perdoa. Eu não queria. Me perdoa."

Emma olhou para aquela cena assustada sem saber o que fazer. Sua dinda ainda chorava, beijava sua mão e implorava seu perdão, repetidas vezes, como um disco quebrado.

"Dinda, não precisa fazer isso." Emma queria usar as mãos para afastar a dinda de si, mas elas estavam presas.

"Você era meu tudo, minha vida."

Emma soltou suas mãos e ajudou sua dinda a levantar, ficando logo presa pelo abraço apertado da advogada.

"Eu te amo muito, muito mesmo."

"Sim, eu sei." Emma deu batidinhas nas costas da madrinha para tentar acalmá-la.

A advogada abriu a boca para falar, mas Emma a interrompeu.

"Deixa eu falar primeiro. Eu descobri que sou adotada no final do ano passado. Obviamente, eu não gostei e fiquei muito confusa, mas nunca cheguei a culpar vocês. Eu contei pro meu dindo no início do ano que eu sabia e ele explicou tudo. O que me deixa chateada é que você colocou sua vida em risco todos esses anos porque você não conseguiu se contentar comigo e agora não tá conseguindo se contentar com a Mel. Se você soubesse o inferno que foi quando você tava em coma, quando a chance de te perder era dez vezes maior do que a de você sobreviver, você pensaria duas vezes antes de pensar em ter outro filho e tomaria a p*** do anticoncepcional direito e usaria a m**** da camisinha. Você pode não ligar tanto pra sua vida, mas a sua família liga e a gente fica na m**** toda vez que você tá correndo perigo. E tudo por quê? Porque você não conseguiu se contentar com a filha que você já tinha."

"Não, Emma, isso não é verdade! Eu não quis outro filho porque você não era o suficiente. Eu quis outro porque... Eu não sei o que você sabe... sobre a sua adoção."

"Que eu nasci doente e você e o meu dindo foram obrigados a me dar pra salvar a minha vida."

"Sim e esse foi o pior dia da minha vida. E olha que eu já tive muitos dias horríveis e ainda assim o dia que eu te entreguei foi o pior. Eu nunca consegui superar. O vazio que você deixou na minha vida e na do Bradley foi inestimável. Por muito tempo a gente não quis outro filho porque soava de certa forma traição. Ter e criar outro bebê quando tinha uma filha nossa sendo criada por outras pessoas. Mas a gente começou a ficar muito triste. Quando a gente conseguia te levar pra casa era uma alegria, mas quando tínhamos que te entregar para os seus pais de criação, o vazio da sua ausência ficava ainda mais evidente. Psicologicamente falando eu tava uma m**** e o seu... e o Bradley também não estava muito melhor que eu. A gente chorava e brigava muito. Na maioria da vezes sem motivo. Depois de muitas conversas a gente decidiu ter outro filho. A gente amaria os dois igual, mesmo que você não morasse com a gente. Como você sabe eu acabei perdendo meu segundo, terceiro, quarto filho... Até então minha vida nunca estava em risco, mas honestamente, eu realmente parei de ligar pra ela, porque a cada aborto que eu tinha, eu sentia a morte de um filho. E por que a minha vida valia mais do que a dos meus filhos? Eu e o Bradley acabamos ficando muito presos na ideia de um bebê que a gente não conseguiu ser feliz sem um. Acho que a essa altura, a gente só queria camuflar nossas tristezas com a alegria de um recém-nascido. E não foi como se você tivesse deixado de ser importante pra gente, muito pelo contrário, na nossa cabeça, uma criança ajudaria a distrair a gente da falta que você fazia. Porque no final das contas, a gente não conseguia te ver com a frequência que a gente queria. Tinham semanas que a gente só conseguia falar com você por telefone. Não estou acusando seus pais de criação de nada, mas quando você era pequena, eles eram muito ciumentos. O que eu tô querendo dizer é que o Bradley e eu te amamos muito. Você e a Mel são as coisas mais importantes pra mim. Quando eu penso na ideia de mais filhos, não é porque vocês duas não são o suficiente, porque obviamente são. Mas é que eu já tive tantas perdas que eu queria encher meu lar de coisas boas que me ajudassem a esquecer das ruins."

"Mas se esses bebês não nascerem você vai ficar ainda pior."

"Sim, eu vou. Mas de certa forma, eu não sei explicar, mas eu já me apeguei aos gêmeos e eu prefiro ter conhecido e sentido eles do que não. É como se você conhecesse alguém muito especial e depois você o perdesse. Você fica péssimo com a perda, mas, ainda assim, fica grato pela oportunidade de tê-lo conhecido."

"Você acha que quando meus pais descobrirem que eu sei que eu sou adotada, ainda vão me querer?"

"Claro. Eles te amam muito. Para os dois você é a filha deles e ponto. Não tem essa de ser adotada ou não. Nada vai mudar porque você sabe a verdade."

"E você e o meu dindo vão ficar tristes quando eu voltar a morar com eles?"

"Vamos, mas a gente sobrevive. Você criou um vínculo com seus pais de criação, que infelizmente, as circunstâncias não te permitiram criar conosco. A gente vai continuar tentando ser seus pais de longe assim como fizemos sua vida inteira. Eu sei que a informação de ser adotada assusta, mas nada precisa mudar, de verdade. Eu não espero que você me trate diferente e me veja como sua mãe, assim como não espero que você vá preferir ficar comigo e com o Bradley do que com os pais que você foi criada. Então você não precisa se sentir pressionada a nada."

"Obrigada."

"Você tem alguma pergunta que queira me fazer?"

"Eu quero ouvir a história de como foi que eu nasci."

"Essa eu não lembro. Pode pedir uma história mais recente?"

"Dinda!"

Jessica riu.

"Tá bom, tá bom. Por onde eu começo? Dia 6 de novembro de... quantos anos você tem?"

"Dinda, conta logo!"

"Ah é, 2004!"

"Começa de quando você descobriu que tava grávida de mim."

"Tá bom." Jessica puxou a menina para deitar com a cabeça no seu colo. "Como você sabe, nossa religião condena as pessoas que têm relações íntimas antes do casamento, e como você também sabe, eu e o Bradley tínhamos essas relações sem sermos casados. Eu sei, péssimo exemplo, mas eu estava apaixonada, e sei lá, foi errado da minha parte, não tem justificativa. Eu não tomava anticoncepcional porque minha mãe acreditava que incentivava os jovens a praticarem fornificação, então o nosso único método contraceptivo era o preservativo. Até que um dia, o Bradley disse que não precisávamos usar preservativo todas as vezes, que se ele não finalizasse em... humm... você sabe aonde, não teria como eu engravidar. Eu não sabia muito sobre o assunto e o Bradley falou com tanta convicção, citando os amigos que costumavam fazer isso e nunca tinham engravidado ninguém, que eu acabei aceitando. Um dia eu passei muito mal. Estava enjoada, me sentindo fraca e cansada. Eu falei com a minha mãe e ela disse que se eu não melhorasse em três dias, me levaria ao médico. Em nenhum momento cheguei a cogitar que estava grávida. Eu só estava me sentindo muito mal e queria ficar boa logo. Então minha amiga da época da escola, Jenna, foi me visitar em casa, e quando soube dos meus sintomas, levantou a hipótese de eu estar grávida. Eu refutei veementemente e cheguei até a ficar com raiva dela por ter insinuado tal coisa. Disse que não era possível, que eu e o Bradley nos cuidávamos, que não tinha como, entre outras coisas. Mesmo assim, ela comprou vários testes de farmácia e me fez fazer todos eles. Quando o resultado deu positivo, meu mundo caiu. Eu mal tinha começado a faculdade, não tinha nem vinte anos, era da igreja e estava grávida. No mesmo dia, disse pra minha mãe que já estava me sentindo melhor e que não precisava mais ir ao médico e depois chorei o resto da noite. Eu não contei nada pro Bradley, por dias, com medo da reação dele, até que quando, finalmente falei, ele pareceu tão assustado quanto eu. Não ter você nunca foi uma opção, mas eu sabia que meus pais, quando descobrissem, iriam querer que eu te entregasse para a adoção. Algumas semanas se passaram e um instinto materno foi se aflorando dentro de mim. Eu comecei a ter um senso de responsabilidade muito grande com você e te proteger virou minha prioridade. Eu sabia que nunca conseguiria te criar na casa dos meus pais, eles nunca aceitariam, então eu comecei a pensar em opções do que eu poderia fazer pra prover por nós duas, sem saber que o Bradley estava se sentindo da mesma forma. Ele acabou pegando pra si a responsabilidade de cuidar da gente. Juntou dinheiro, arrumou um trabalho e um lugar pra gente morar. E, como esperado, quando a gente contou para os nossos pais sobre a gravidez, eles foram terminantemente contra e disseram que eu só poderia continuar em casa, se déssemos você, então a gente foi embora. Acabamos nos mudando para uma casa em Santa Cruz. O Bradley trabalhava praticamente o dia inteiro e eu ficava em casa basicamente esperando ele voltar. Nesse período eu senti nosso laço estreitar ainda mais. Você era a minha única companhia, então eu passava o dia inteiro conversando com você, enquanto fazia as tarefas domésticas ou assistia tv. Quando você estava muito agitada, eu cantava umas músicas de ninar e fazia carinho na minha barriga até você se acalmar. Uma vizinha me ensinou a fazer crochê e eu fiz várias pecinhas de roupa pra você usar, imaginando como seria te ter finalmente em meus braços. Foi, sem dúvidas, um dos momentos mais bonitos na minha vida. A sensação de sermos uma e poder sentir você crescer dentro de mim. Dia após dia, semana após semana. A gestação, no geral, foi bem tranquila, um enjoo aqui e outro ali, mas nada fora do normal. Eu me sentia feliz e completa, mesmo sem os meus pais ou o conforto que eu tinha na outra casa. Pro Bradley, as coisas tiveram uma forma e perspectiva diferente. Ele trabalhava longas horas e ainda tinha o peso das contas nas costas. Eu fiquei muito alheia às nossas reais dificuldades financeiras porque ele tentava ao máximo transparecer que estava tudo bem, se esforçando ao máximo em proteger a gente de tudo que pudesse gerar estresse, preocupação ou algum desconforto. O Bradley foi incrível do começo ao fim, e quando olho pra trás, a minha admiração só cresce, porque ele também era muito novo, sem muita experiência de vida ou empregatícia e provavelmente cheio de medo, dúvidas e receios, mas ele mergulhou de cabeça na posição de chefe de família da forma mais espetacular possível e amadureceu uns vinte anos em poucos meses. Quando você nasceu, o amor, que a gente já sentia, foi elevado a milésima potência. Você se tornou o centro e a razão das nossas vidas. A gente ficava te admirando por horas e horas. Nós costumávamos te colocar no meio da cama, entre a gente, e ficávamos lá, dois babões, em cima de você. E você era uma bebê tão calminha e tranquila, claro, que antes das cólicas e do seu problema de saúde. Eu já não me via mais sem você. Com um pouco mais de seis meses, você começou a apresentar um sério problema no coração. Seu tratamento era demorado e muito caro. O Bradley tentou como pôde arcar com as despesas de hospital e dos medicamentos, além de se esforçar pra acompanhar a gente nas consultas e depois ir direto pro trabalho. Só que seu tratamento estava muito caro e mesmo com as horas extras e os empréstimos, não tava dando pra custear tudo. No final, você piorou e precisou de uma cirurgia, em caráter de urgência. Basicamente, se você não fizesse a cirurgia dentro de um prazo muito curto, você não sobreviveria. Você tinha um pouco mais de um ano... tão pequenininha e já tendo que passar por uma cirurgia tão séria e complicada e que a gente não podia arcar. A única solução foi implorar para os nossos pais para pagarem a sua cirurgia, mas eles só aceitariam, se a gente te entregasse para uma família que eles considerassem apta para te criar. E foi o que fizemos, mas só porque não vimos outra saída. Era melhor você viva numa outra família do que a outra opção. O dia que a gente te deixou na casa dos meus pais foi o pior da minha vida e tenho certeza que na do Bradley também. A gente voltou a morar com os nossos pais, praticamente só existindo e fazendo tudo em modo piloto automático. Faculdade, trabalho e casamento, tudo no automático. As melhores horas da semana eram as que a gente te visitava ou as que te levávamos pra nossa casa, o resto das horas sempre ficava um vazio que jamais foi preenchido e jamais será. Você é insubstituível na nossa vida, nossa primogênita, o ser humano que me transformou em mãe e o Bradley em pai. Nós te amamos muito e sempre vamos amar." Jessica apertou a mão da menina para dar ênfase no que dizia e Emma limpou uma lágrima dos olhos.

"Obrigada." Emma abraçou a madrinha com força e deixando suas lágrimas caírem mais livremente.

Jessica retribuiu o abraço, também chorando e apertanto fortemente a menina contra si. Era o primeiro abraço que Jessica tinha ciência de que Emma sabia que ela era sua mãe, o que tornava tudo muito especial. "Meu amor." Jessica beijou a cabeça da menina e a aninhou melhor em seus braços.

A advogada sabia que Emma não estava pronta para considerá-la sua mãe, mas esse parecia um bom primeiro passo e foi nisso que ela se apegou.

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