Ainda era cedo quando o celular de Tom começou a tocar.
"Alô." Tom atendeu com voz de sono.
"Não me diga que você ainda tá dormindo. Era pra você já tá pronto." Seu primo, Marcus reclamou.
"Eu perdi a hora. A festa de ontem terminou tarde e ainda tive que deixar a Camila na casa dela." O professor segurou o cenho.
"Sempre com uma desculpa. Se troca rápido que eu já tô chegando."
"Vai sem mim. Eu não entendo nada de anel mesmo."
"Mas você disse que ia ajudar escolher o anel. Além disso, você vai ser meu padrinho. Essa vai ser sua primeira missão."
"Tá bom. Vou só jogar uma água no corpo." Tom se rendeu.
"Vai rápido!" Marcus ordenou e desligou o celular.
Na loja de joias, a vendedora começou a apresentar diferentes modelos enquanto flertava com o professor de francês.
"E você? Não tá a procura de um anel também? Ela com certeza seria a mulher mais feliz do mundo." A vendedora sorriu para Tom.
"Ainda não." Tom respondeu tímido.
"Esse aqui não quer saber de casamento. Só de curtição com belíssimas modelos." Marcus brincou apoiando o braço no ombro do primo.
"Pra sua informação, eu penso em casar sim. Só que eu ainda não sei se a Camila é a pessoa que eu quero passar a vida." Tom tirou o braço de Marcus em cima de si.
"Ela é linda, simpática, jovem, e ainda é modelo! O que mais que você quer?" Marcus falou enquanto analisava um outro anel.
"Não sei. Eu queria ter a certeza que o nosso avô costumava contar. De quando ele percebeu que nossa avó era a mulher que ele queria passar o resto da vida."
"Nosso avô era um romântico incorrigível. As coisas agora não são como antes. Os tempos mudaram, as pessoas mudaram, o romance mudou." Marcus argumentou.
"Pra mim não. Eu quero me acomodar e ter uma família, mas quero que seja com uma mulher que eu seja louco."
"Sabe que eu acho? Eu acho que o nosso avô te estragou com aquelas histórias melosas de romance dos anos 50."
"Acho que sim." Tom riu.
"A sua sorte é que você roubou toda a beleza da família, senão você ia acabar sozinho." Marcus brincou.
"Cala a boca."
Tom pegou um dos anéis e girou no dedo, pensativo.
"O que você achou desse? O diamante não é grande, mas até que tá razoável." Marcus mostrou para o primo, mas ele não respondeu. "Tom!" Ele deu um tapa nas costas no professor.
"Que foi?" Tom falou perdido.
"No que você tá pensando? Tá pensando em pedir a Camila em casamento? É bom que a gente faz um casamento duplo e eu economizo um dinheiro."
"Claro que não." Tom colocou o anel de volta no mostruário.
"Não é na Cheryl, é?"
"Que mané Cheryl! Por que vocês sempre têm que falar nela? Ela tem namorado." Tom falou como se fosse um absurdo o que o primo insinuara.
"E como se isso fosse impeditivo pra alguma coisa."
"Eu respeito o relacionamento dela."
"Aham." Marcus respondeu em tom de deboche.
"Ela tá feliz e é isso que eu quero pra ela. Que ela seja feliz."
"Tudo bem, tudo bem. Não tá mais aqui quem falou."
"Ótimo."
"Mas se você quiser levar esse anel pra ela, a gente pode tentar conseguir um desconto por tá levando dois anéis."
"Vai se ****." Tom falou bravo.
"Calma, cara! Eu tava brincando. O que você achou desse anel?"
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