Assim que Asa entrou na escola, foi agarrado por Eric que já foi falando:
"Conta tudo e não me esconda nada."
"Cara, deu tudo errado.", disse Asa desanimado.
"Brochou?", perguntou o menino curioso.
Asa titubeou um pouco para responder, ficando vermelho com a pergunta, mas depois disse:
"Não. Na verdade, eu achei que tivesse, mas não, eu não bro... Cara, isso não vem ao caso!"
"Então o que aconteceu?"
"Jessica e o meu pai descobriram tudo ontem."
"Eles te pegaram no flagra na casa abandonada?"
"Não, foi na casa da Jessica. No banheiro."
"Mas vocês estavam...?", perguntou Eric, erguendo a sobrancelha duas vezes.
"A porta tava trancada."
"Não foi isso que eu perguntei", o garoto revirou os olhos.
"Acabou que meu pai me viu no banheiro, mas achou que só estávamos nos beijando."
"Ele não sentiu o cheiro?"
"Que cheiro?"
"Você sabe... o cheiro..."
"..."
"Ai, Asa, você é tapado. Me admira que você não seja mais virgem."
"Tecnicamente eu sou, mas tecnicamente eu nem me sinto mais."
"Você definitivamente não é. Aquilo que vocês fizeram também é... você sabe."
"Sexo", disse Asa firmemente, mas ficando vermelho logo em seguida.
"A gente é muito crianção, mas eu tenho álibi, porque não tenho a mesma experiência que você. Mas então? O que o seu pai e a Jessica fizeram quando descobriram?"
"Meu pai ficou com ódio e a Jessica chateada. Ficaram dizendo pra gente parar, que eles estão noivos e que a gente será tipo irmãos. Eu definitivamente nunca verei a Emma como a minha irmã!"
"Claramente! Mas e aí?"
"E aí que antes a Emma e eu tínhamos combinado de não corrermos mais riscos etc., mas depois ela me ligou e disse que queria terminar tudo."
"Poxa, mas vocês nem..."
"Pois é! Só que te juro, isso nem passou pela minha cabeça. Quer dizer, passou, mas foi o de menos. Não queria perder ela."
"Mas aí o que você fez?"
"Eu tentei implorar, disse que gostava dela e a primeira grande notícia: ela disse que gostava de mim também." Um sorriso involuntário saiu da boca de Asa.
"Mas isso ela já não tinha falado?"
"Sei lá. Soou mais real dessa vez. Eu sei que eu implorei e ela acabou cedendo, mas a gente agora vai se ver raramente. Ela quer que a gente fique dois meses sem nos vermos e agora ela quer que seja num lugar menos arriscado."
"Caramba! 2 meses para finalmente entrar nela. Que martírio!"
"Não sei como vou aguentar."
"Você viciou?"
"Sei lá! Talvez..."
"Quantas vezes você ta... se tocando."
"Muitas", respondeu Asa olhando para o chão. "Eu to parecendo aquela música..."
"Que música?"
"I don't want anybody else / When I think about you I touch myself / Ooh I don't want anybody else / Oh no, oh no, oh no", ele cantarolou, soando mais dramático [do jeito Asa, folks] no último verso. "Essa música é de mulherzinha."
"Música não tem gênero, já falei isso. Mas você ta assim mesmo."
"Eu gosto muito dela."
"Você ta apaixonado, cara."
"Ela é perfeita."
"Mas toma cuidado de não ficar animado em horas erradas!"
"Caramba, nem me fala. Isso ta virando um inferno, que a Jessica nunca me ouva. Ontem a Emma, antes da confusão toda, foi comer pipoca. Ela encheu a panela de manteiga de um jeito... sei lá, não sei explicar. Depois ela ficou comendo aquela gordura toda e ainda passou a mão suja de manteiga na cara. Eric, eu juro, a minha vontade era de...", Asa se deteve, sem graça.
"Começou, agora termina.", falou Eric irritado com a interrupção.
"Minha vontade era de lamber a cara dela. Só de pensar nisso, tive que correr pro quarto.", ele ficou bem vermelho.
"Asa, você é um homem!"
"Outro dia, quase tive uma na frente da minha mãe. Ta sendo bem difícil. Eu to ficando sensível ao toque também. É estranho. Não sabia que era assim."
"É o vício, meu amigo."
"Eu percebi que 90% das músicas só falam sobre isso. Sexo, eu quero dizer."
"Asa, tudo é sobre sexo."
"É verdade! Mas cara, a Emma... Ela fez tudo ser tão bom. Eu achei que fosse ter mais dificuldade com todo o processo, mas quando eu realmente foquei nela, tudo deu certo, porque ela é linda e sei lá... Ela simplesmente toma a atenção para ela. Tomara que ela saiba que é perfeita e nunca duvide disso."
"Cuidado pra não se animar agora, garanhão."
"Eu to bem, de verdade.", ele falou sem graça. "Mas agora me conta o que aconteceu com você e o garoto da Internet. Ele apareceu ontem?"
"Menino, nem te conto!", disse Eric puxando o amigo para a sala de aula.
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